sábado, 28 de maio de 2016

“Futebol Chinês não mexe comigo” – Jonas



As minhas dúvidas sobre a possível vontade de um jogador como Jonas querer ir para um país tão longínquo, ainda que tão rico, ficaram desfeitas com esta frase do Pistolas.

Jackson Martinez já o tinha deixado vincado naquela foto de apresentação e agora é Jonas em discurso directo: A China só interessa a quem já não se sinta útil, a quem já não se sinta ao mais alto nível ou a quem já entendeu que nunca chegará lá. Fora estes casos, por muito que se ganhe, a China/Ásia não tem o aspecto desportivo que alimenta os jogadores de topo.

Por isso, Vieira, deixa-te de tretas e constrói o plantel em torno do melhor jogador do Benfica deste século. Esquece lá o BI do rapaz e, se necessário for, renova-lhe o contrato, aumenta-lhe o salário, sei lá. Comecemos o tetra nos pés do Pistolas.

Faz o que for preciso para manter o nosso verdadeiro cérebro, até porque agora já não há como dizer que a vontade de Jonas era sair para "fazer o seu último grande contrato”

5 comentários:

Anónimo disse...

1. Feliz do clube que tem adeptos que, mesmo tendo aguardado perto de 40 anos por um “tri”, comemoram o que têm a comemorar para, findos os festejos, apontarem imediatamente baterias à problematização do tudo aquilo que envolverá o futuro imediato do clube.

2. Em semana na qual o Dep. Comunicação dá 15 a 0 ao do SCP (já ninguém se lembra do que disse JJ, perdurando na memória somente a anedótica imagem da entrega de um troféu de aspecto e mérito duvidosos), RV inundou os media: mais para efeitos de uma distribuição samaritana da mensagem, que por motivos da riqueza do seu conteúdo – que não era muito.

3. Percebe-se que, ao nível da comunicação, não entusiasma, a mensagem perde-se: aqui, não haverá muito a fazer – ou se tem, ou não se tem.

4. Percebe-se que ter um discurso em inteira consonância com o da direcção: fossem as questões colocadas a um qualquer elemento da “estrutura” e, provavelmente, as respostas seriam em muito semelhantes.

5. E percebe-se que tudo o que foi alcançado poderia, provavelmente até com maiores probabilidades, não ter ocorrido. Sorte. Aleatoriedade. Tempestade perfeita. Os termos utilizados para descrever o ocorrido são tão irrelevantes quanto a inegabilidade do quão fortuitos foram os momentos que o moldaram.

6. Antes de começarem a afiar as facas, perceba-se: RV é o meu treinador. Pode existir quem deseje tanto quanto eu que tenha sucesso, mas não mais. Ainda a época do “bi” estava em curso e já se percebia ser desejo de quem de direito que RV fosse o próximo a avançar.

7. E bem. De entre as opções faladas, pareceu-me sempre a melhor opção: bons trabalhos por onde passou, apostas bem sucedidas na formação e valorização de jogadores, dimensão emocional e estrutura mental sólidas, experiente, benfiquista.

8. Tendo dito isto (e à semelhança de qualquer um de nós), não está isento de falhas. Porque, acima do treinador, estará sempre, naturalmente, o clube…

9. … E porque, na qualidade de decisor, preferiria estar rodeado de quem discordasse e problematizasse, fundamentando com visões alternativas para um dado problema (ao invés do típico e insípido “yes man”, para quem tudo está sempre bem, assim seja esse o desígnio do líder), permita-me, neste seguimento, partilhar 2 ou 3 ideias:

10. Nas estrelinhas, a ideia de 1 treinador que nunca baterá o pé à direcção. Nunca. Podem-lhe vilipendiar parte significativa da qualidade de um plantel (conforme ocorrerá, mas já lá iremos), deixar-lhe entregue aos Taarabts desta vida que, para RV, não há muito a fazer: não estamos no topo da pirâmide e, como tal, há que, resignadamente, acatar com “as leis do mercado”.

RedMist

Anónimo disse...

11. Independentemente dos contratos assinados e em vigência: os quais, aparentemente, assumem hoje o carácter bipolar de obrigar (legitimamente) o clube a cumprir com as suas obrigações para, à 1.ª oferta, declará-los nulos tais os direitos inerentes que, automaticamente, interessados, jogadores e intermediários adquirem.

12. Esta direcção quer vender. Precisa vender. Escusa sequer representar (mal) o quão penoso é ver partir os melhores talentos: não se trata de uma tormenta, mas de um alívio. A máquina está estruturada desta forma e não pode parar. Este monstro (clube) precisa de amigos (investidores). Sempre e cada vez mais.

13. Neste seguimento, RV expressou-me, a alto e bom som, ao que veio: mais do que para elevar o patamar e aspirar à excelência, prefere ir sobrevivendo.

14. Perante este cenário e forma de estar, as possibilidades de uma gestão de entradas e saídas regulada, equilibrada, na qual verifiquem-se estáveis e imperceptíveis transições (ao invés de cortes fortíssimos e abruptos com o passado mais recente), onde os jovens têm tempo para crescer, errar, aprender com os mais velhos e, assim, inerentemente, jogar a um nível próximo do seu melhor ainda no clube (ao invés de saírem muito antes para o estrangeiro, ainda incógnitas – sendo atletas e clube mal ressarcidos, uma vez que uma incógnita vale naturalmente menos que uma certeza)… são nulas.

15. Apenas mais um interposto de jogadores. Uma ponte para a Europa. Um Benfica Corporate Club. Com as entradas e saídas a repetirem-se rápida e incessantemente, qual linha de montagem. O que fará certamente as delícias de empresários, contabilistas e jornalistas… mas afastará irremediavelmente o adepto, tal a ausência de referências.

16. Ao que aguardam pela oportunidade de ver Carillo de águia ao peito: esqueçam. Não fossem os valores envolvidos no negócio prova disso, a renovação em curso de Salvio sela definitivamente o tema. Carrillo não foi adquirido para jogar… mas para vender.

17. A todos quantos aguardam rever as estiradas e pontapés de Ederson: esqueçam. JC renovou e existem agora 2 galos para 1 só poleiro. Ao nível a que ambos chegaram, não é compreensível ter um deles de fora: seja a aprender, seja para ensinar.

18. Analisemos o significado da renovação de JC. Um investimento avultado, por 2 épocas, num GR de 36 anos. O estatuto do atleta e dimensão do investimento são bem denunciadores sobre quem será o dono da baliza na próxima época. Mesmo que, naquela da aprendizagem, tal não constituísse um problema para Ederson, que outra opção tem a direcção, à luz desta renovação, que não a venda do atleta?

19. Preferirá, após uma época tremenda ao serviço do clube e participações previsíveis pelo Brasil na Copa e Olimpíadas, tê-lo em banho-maria a desvalorizar? A aprender com quem já ultrapassou?

20. Cereja em cima do bolo. Coloquem-se na pele dos pretendentes. À luz de números que os interessados considerem avultados, que posição assume agora o clube nas negociações perante a extemporânea renovação de JC? Irá fortalecido para as mesmas? Ou diminuído face ao “grito mudo” denunciador de quem precisa vender o atleta pois já tem um outro para a posição?

RedMist

Anónimo disse...

21. O que quer que Ederson valesse, só à luz da renovação de JC, desvalorizou. E não foi pouco. Péssimo timing. Gestão danosa da pasta. Não perceber isto, é não perceber nada.

22. Ao centro da defesa, um problema a ser gerido com pinças. A forma embevecida com RV se pronunciou sobre JC e (conforme referiu) “o nosso capitão”, deixa antever uma predilecção pelo status quo: a antiguidade como o mais relevante dos postos. Mal.

23. Quando abordado sobre o período em que esteve de fora (mesmo estando recuperado), percebe-se a tremedeira na voz de Luisão. Percebe-se que, mesmo a caminhar para os 40, a ideia de limitar-se a mera figura decorativa que ajuda nas palestras não lhe passa pela cabeça. Luisão quer jogar, vai cobrar o estatuto que tem e, mesmo com os feitos desta época, não será seguramente RV a desafiá-lo.

24. Uma hipótese que aportaria liderança, experiência e qualidade a defender em bloco baixo: algo que a equipa, como qualquer outra que lute por coisas, faz pontualmente. Com Lindel e Jardel a estarem umbilicalmente ligados à subida de produtividade d equipa pela forma como permitiram subir linhas controlando a profundidade com qualidade, o regresso de Luisão à titularidade significaria, necessariamente, um retrocesso.

25. Retrocesso, aliás, que se estenderá a toda a equipa. O argumento de que todos os anos isto verifica-se mas, no final, saímos por cima… é falacioso. Porque o “tri”, só por si, não assegura rigorosamente nada relativamente ao futuro. Ainda para mais quando, actualmente, vão 3 clubes portugueses à LC.

26. E porque o nível de desbaratamento vai, esta época, ser mais acentuado, quer face ao impacto causado na montra que é a LC, a que acresce o muito que existe para saldar. Ederson, Lindel, Gaitan, Sanches, Talisca, Carillo, Jonas: já foram – uns literalmente, outros… a seu tempo).

27. Entre a forma como o seu passe foi desbaratado e o timing da renovação de JC, Ederson, à luz daquilo que é o seu valor, renderá (mais uma vez) trocos. Lindel, mesmo perante a hipotética intenção em mantê-lo, será, à luz de época realizada no clube, Europeu e cláusula, utópico de segurar.

28. Gaitan segue, em tempo, para o clube que pagou €35Mpor um Cha Cha Cha que ali esteve 6 meses a mais antes de ir comer Chop Soy para outro lado. Veremos quem mais uma vez o Atlético dá para a troca. Sanches saiu desbaratado, cheio de cláusulas e alíneas em prejuízo dos mesmos de sempre: depositando-se a responsabilidade de receber a módica quantia de €45M sobre os ombros de um miúdo de 18 anos.

29. Talisca, seu natural sucessor (para quem disso tenha dúvidas, reveja como nasce o último golo de Gaitan ao serviço do Benfica), sai vítima do novo-riquismo e filosofia de linha de montagem instalados no clube, do cospe e deita fora: sem nunca ter beneficiado do tempo, enquadramento e estímulos necessários. Nas mãos certas, tem tudo para dar certo. Que seja feliz onde não o deixaram ser e não se atrase mais por cá no seu desenvolvimento.

30. Carrillo representará a manifestação mais actual e visível deste Benfica Corporate Club. Adquirido a custo de vencimentos, prémios e comissões proibitivos, nem chegará a vestir a camisola do clube. Afagou o ego com a bicada que se deu a SCP, ajudou a criar a ilusão de um Benfica temível para a próxima época… mas pouco mais. Sairá por valores consideráveis… sem nunca ter sequer entrado em campo. Imagine-se se o tivesse feito.

RedMist

Anónimo disse...

31. Jonas é “o cara”. Dentro e fora do campo. Classe pura dentro das 4 linhas. Samba no pé fora dele, com aquelas celebrações deliciosas aquando da conquista da Taça CTT. Do Brasil, à distância, disse, para quem quis/soube escutar: quero o Benfica, mas estou a ser pressionado para sair.

32. Pela 2.ª pós-temporada (em 2 épocas), surgem notícias/propostas de uma liga/região que o atleta, com uma coragem e genuinidade raras nos dias que correm, já disse não o entusiasmar. Uma postura inversamente proporcional àquela que será, seguramente, a intenção da direcção: única interessada nas notícias, conversações e viagens tidas àquela região do globo.

33. Tivesse Jonas vindo para o clube há 12 anos atrás e, mesmo batendo o pé todos os anos para sair, seria hoje tido como uma referência. Um portador da mística. Intocável. Tendo encontrado um clube aburguesado e com as prioridades trocadas… é apenas mais um atleta de 32 anos, à beira do fim, de quem urge sacar umas coroas enquanto se pode.

34. Tudo para ligas nas quais os milhões não são problema e a quem, contraditoriamente e conforme já vem sendo habitual, LVF fará certamente a devida atençãozinha.

35. A todos estes, poderia juntar um Lisandro de 26 anos que, não tendo avançado definitivamente até ao momento, não se percepciona em que circunstâncias o fará. Ou um Carcela que, não fosse ele a ponte necessária à recuperação de mais um flop visionário de Rui Costa, e também ele estaria de malas aviadas.

36. À subserviência cega perante a direcção, à negação da possibilidade em almejar a excelência, ao apoio ao status quo com vista a melhor cimentar a sua posição, à atribuição e gestão de justas oportunidades assentes na infelicidade e aleatoriedade das lesões… junte-se a total ineficácia (diria mesmo, demissão) do processo de maturação dos novos valores.

37. Já sei: Renato como exemplo do contrário. Errado. Renato é aquilo: sempre o foi. O Renato que se impôs e tanta falta fez no início, já andava há uns bons tempos a arrombar linhas na B e na Youth League. Sem que RV, mesmo na falta gritante de um 8, se tenha quer apercebido do que ali estava, quer, sobretudo, tenha tido a coragem para apostar nele enquanto 1.ª hipótese.

38. Renato foi uma inevitabilidade quer da sua qualidade e bom trabalho da formação, quer do estado horribilis de coisas na equipa principal. RV limitou-se, em estado de desespero, a abrir-lhe a porta: quase irremediavelmente tarde.

39. Talisca sairá sem nunca ter estado verdadeiramente próximo de tudo aquilo que tudo aquilo que pode aportar ao jogo. Guedes andou 1/3 do campeonato a fazer de Salvio, sempre longe da posição onde poderá verdadeiramente render, para, pouco após a sua estreia pela Selecção A, iniciar um inexorável declínio que o levou até à equipa B.

40. A Semedo, nem o início avassalador (fazendo esquecer Maxi – apenas e só) lhe valeu de grande coisa. Uma lesão que o afastou por 2 meses foi o suficiente para ser continuamente preterido por um DD sem habilidade nem profundidade para este patamar de exigência. Também ele acabaria na B.

RedMist

Anónimo disse...

41. E como ali Guedes e Semedo recuperaram a confiança e alegria de jogar… Se algo de benéfico resulta da gestão tida em ambos os casos, será, seguramente, a forma como a sua inércia está intimamente ligada à possibilidade em podermos contar com ambos por mais um ano.

42. Os responsáveis directivos e técnicos do clube não se podem demitir das suas responsabilidades. Não podem remeter-se ao mero papel de adquirir, lançar e esperar que as coisas aconteçam: isso qualquer um faz. Não se pode investir, experimentar para, à 1.ª contrariedade, dar o caso como perdido.

43. Contrariamente ao que LFV apregoa, contratar um atleta não é como comprar melões: onde, só depois de abertos, sabemos ao certo o que ali está. É uma ciência. À qual se junta o trabalha sempre inacabado de aportar àqueles os respectivos estímulos (físicos, técnicos e, sobretudo, mentais), a nível individual e colectivo: com criatividade, diversidade e repetição.

44. Aimar, não tivesse optado pela carreira de jogador profissional de futebol, seria hoje médico. Germano, apesar de assolado por uma tuberculose, conseguiu ultrapassar as marcas da doença para tornar-se num dos centrais mais marcantes do clube – senão mesmo o mais. Lia com frequência, entre outros, Nietzche. Isto não é um acaso.

45. Creio ter sido Anceloti quem declarou nunca ir contra a sua intuição. Esta não passa de um saber e sabedoria adquiridos ao longo da vida e dos quais temos mais ou menos consciência. A minha, diz-me que:

46. À luz de um FCP ferido no seu orgulho, com uma direcção (pela primeira vez na sua história) a sentir a sua autoridade e actualidade seriamente colocadas em causa e disposta a fazer um all in (de que é mero exemplo os €7,5M por JJ).

47. Com um SCP a ser bancado por fora, a travar saídas, a reforçar-se ainda mais, com um treinador que respira futebol (JJ), com alguém competente a mandar na pasta do futebol (JJ) e, ainda que indirectamente, nos destinos do clube (JJ).

48. A tremedeira que assola as fracas instâncias desportivas (à cabeça, arbitrais e de justiça) consoante quem vá na frente.

49. E um Benfica disposto a “baralhar tudo para dar novamente”, cego pelo dinheiro, embriagado pelos feitos mais recentes e, consequentemente, desfasadamente confiante de que os astros hão-de novamente alinhar-se em seu favor.

50. Tudo isto faz-me lembrar a historinha da lebre e da tartaruga. Quando possível, é alguém lê-la a LFV e companhia. Antes que se ponham a inventar ainda mais.

RedMist