domingo, 22 de maio de 2016

Contra todos os broncos (chamemos-lhes Ricardos Santos e afins) que põem em causa o benfiquismo de quem comete a heresia de criticar o único Presidente ilegítimo da História do Benfica. Bem-vindo, Ricardo Araújo Pereira. Contamos contigo nesta luta por um Benfica à Benfica.


8 comentários:

AntiCroquete disse...

Esse Ricardo Santos do Jornal O Benfica é execrável. Mais um típico adepto do croquete.

Anónimo disse...

Vinha aqui pôr um link para esse vídeo! Porque se é verdade que considerar um erro histórico a saída de JJ foi exagerado, como ficou à vista, a verdade é que RAP é um adepto fervoroso do Benfica e pensa e fala como benfiquista total. No fundo temos de concordar com ele, quem não ficou apreensivo quando viu sair JJ para o Sporting? Só alguém parvo! O que mais queremos é ganhar, mas se o pudermos fazer com alguém do nível do Rui Vitória melhor!
Miguel

Águia Preocupada disse...

Não quero acreditar que algum benfiquista consiga criticar o RAP! Eu sinto tudo como ele sente e tão bem exprimiu! Ele deu uma lição de benfiquismo de mística de ardor e calor pelo que se ama!
Desculpem, mas só quem não sente e ama o Benfica, pode criticar o RAP e a sua alma fervorosa de benfiquista!

Anónimo disse...

A propósito de jogadores novos e velhos, não percebo por que não se fala mais do SAMARIS como decisivo para fazer passar a mística aos novos. Há muito que não via um jogador estrangeiro "perceber" tão depressa o que é o Benfica. Vejam como ele vive os jogos, como festeja os golos e como fala... Não será um jogador perfeito, mas parece-me fundamental no futuro próximo.

troza disse...

Não foi só esse jornalista, como houve bloggers que o criticaram... este pelo menos deu o braço a torcer... coisa que outros não dão.

Anónimo disse...

1. Existem pessoas e momentos que, indelevelmente, nos ficam impressos para todo o sempre no nosso DNA. Para mim, enquanto miúdo ávido de beber o que de melhor o mundo me fosse apresentando, há um antes e um depois do “Smells Like Teen Spirit”. Do encarnado berrante do Benfica na final frente ao PSV. Já no campo da comicidade, existem dois momentos marcantes.

2. O primeiro, naturalmente, Herman José. Ver o Herman nos anos 80 era, aos olhos de uma criança, entrar num admirável mundo novo. Marcou-me profundamente, sensibilizando-me para o encanto que advém de rir e, sobretudo, de fazer rir. Ainda assim, havia um gap geracional considerável que, com o passar do tempo, potenciou uma ausência de referências com que, nesse campo, me pudesse identificar.

3. Isso deixou de acontecer com RAP. Acompanhei-o religiosamente desde os tempos do “Perfeito Anormal”. Ia ao Limewire procurar os sckeches para revê-los vezes e vezes sem conta. Percebi de imediato que estava ali algo especial, a não perder de vista. Revia nos “Gato Fedorento” muito daquela postura “fora da caixa”, rebelde, de desafio, presunção e ingenuidade inerente a putos acabados de chegar.

4. O mesmo tipo de palermices que eu e os meus vínhamos há muito a fazer para, camufladamente, declararmos o quanto gostávamos uns dos outros.

5. Este vídeo tem, para mim, mais do que pelo seu conteúdo, um valor inestimável no que ao sentimento, descontrolo e entusiasmo empregues diz respeito. RAP tira a máscara que todos colocamos diariamente assim que acordamos e profere, a plenos pulmões: Viva o Benfica! Viva o tricampeão! Dá-me o 36!

6. Já ninguém discute o Benfica assim. Pelo menos, não aqueles que me são mais próximos. Hoje, tudo tem a ver com tecnologia, responsabilidades, relações, bens materiais. Como se, por termos atingido uma determinada idade, nos fosse inserido socialmente um chip que, irremediavelmente, formatasse tudo aquilo que fomos e amámos num passado há não muito distante.

7. Eu não funciono assim. E o RAP, aparentemente, também não. E ainda bem.

8. Compreendo o seu discurso. A renitência inicial em relação a RV. O respeito entretanto merecido. As críticas a LFV ou o carinho por JJ. E não tem, de facto, motivos para alterar o discurso crítico (amplamente noticiado) que adoptou em relação ao trato dado à “pasta JJ”. O que não significa que estejamos, nesta e noutras matérias, em sintonia.

9. Apesar dos seus gritantes defeitos, é difícil não gostar da figura JJ. Quase tão difícil como não detestá-lo quando se apresenta como nosso adversário. É diferente, excitante, politicamente incorrecto: um espectáculo dentro do próprio espectáculo.

10. Um excêntrico criativo “parido” das entranhas deste futebol tão próprio.

RedMist

Anónimo disse...

11. Acredito que qualquer país poderia produzir um Mourinho, um Vilas-Boas ou um Vitória: mas só Portugal poderia dar ao mundo JJ. Uma espécie em vias de extinção. Como o futebolista de rua. Selvagem. Genuíno. Com pêlo na venta e fogo na alma.

12. Mas que, como tudo na vida, aporta prós e contras. O seu conhecimento empírico passa directamente pelo desdém que tem por todos os outros intervenientes: jogadores, treinadores, direcções. A virtude de pensar pela sua própria cabeça depressa se transforma em defeito, quando comete o erro de julgar que apenas a sua cabeça sabe pensar.

13. Manter uma relação/parceria com alguém que possua tais características pode, ao longo do tempo, revelar-se insuportavelmente desgastante. Acredito que, após 6 anos, não havia mais condições para JJ continuar. Num clube da dimensão do Benfica, um treinador deverá ser única e exclusivamente isso mesmo: treinador, nunca manager.

14. Sob pena dos destinos de um clube de dimensão pluralista e democrática ficar refém dos caprichos de um único homem. Nomeadamente, de alguém tão egocêntrico, instável e imprevisível. Conforme o seu passado de curtas passagens por vários clubes atesta, o projecto de 6 anos no Benfica foi uma excepção: irrepetível. Porque JJ estava genuinamente apaixonado pelo projecto. E porque a direcção esticou a relação aos limites do suportável.

15. Não fosse quer a sua qualidade técnica, quer o constante aliciamento de FCP e SCP… e JJ teria saído após aquela fatídica final da Taça de Portugal. LVF não renovou com JJ porque quis: mas porque não tinha, verdadeiramente, outra opção. Pior do que perder tudo em 3 semanas, seria, a isso, acrescentar a perda do seu treinador para um adversário directo.

16. Contrariando o tão ambicionado paradigma “Made In Seixal”, LFV deu-lhe mais dois anos. Bernardo e companhia teriam de esperar. Perceber todo o investimento e esperança depositados no Seixal e deixá-lo em stand by com base numa única pessoa (JJ) revela, para quem disso tivesse dúvidas, toda a capacidade que LFV revia em JJ – e, inerentemente, o mal que saberia que dali poderia advir caso passasse para o outro lado.

17. Nos dois anos seguintes, foi “cozendo” a relação “em lume brando”. Alertando para as alterações que teriam de ser tidas à luz do novo paradigma. Em como o nível de investimento teria de diminuir. O de apostas da formação teria de aumentar. Afastando-se. Descomprometendo-se emocionalmente. Para, em última instância, apontar-lhe outras saídas financeiramente “dignas” à luz do estatuto entretanto alcançado.

18. JJ no SCP foi uma inevitabilidade tão grande como o será a sua ida para o FCP. A história prova-o: está repleta de treinadores que, ao longo da sua carreira, treinaram 2 ou, inclusivamente, os 3 grandes. JJ foi apenas mais um: fruto tanto da sua qualidade (desejável pelos 3 grandes) como da sua personalidade (deprecia projectos externos pouco estimulantes, por muito bem remunerados que o sejam).

19. Assim como considero que o caso JJ em nada tem a ver com o trato dado pelo Benfica de JVA a JVP, também não partilho da opinião de RAP em relação a RV: e eu até fui dos que, com a época do bicampeonato em andamento, tinha a plena convicção de que RV seria o próximo a avançar. Os sinais estavam lá todos.

20. Não há razões para acreditar hoje em RV, quando, ainda em Novembro, a sua saída era defendida por muitos. Por muito que RV tenha entretanto aprendido e revelado, ninguém “cresce” em tão pouco tempo. São uma e a mesma pessoa de ambas as fases da época. Eu sei que todos gostamos de planos ao detalhe, daquele sentimento de segurança que advém de saber que há uma estratégia a ser aplicada por uma “estrutura” vencedora.

RedMist

Anónimo disse...

21. Eu, que não tenho tantas certezas absolutas e fui desenvolvendo algum cepticismo e cinismo em relação ao proclamado pelos departamentos de propaganda (independentemente das respectivas vias), acredito que, esta época, o sucesso passou, essencialmente, por 2 factores: solidez relacional e emocional do balneário; e aleatoriedade.

22. Em Novembro, ainda que fosse matematicamente possível, as esperanças do tri roçavam o nulo. O que aconteceu desde então?

23. Num 1º prisma, uma política comunicacional em toda a linha desastrosa por parte SCP. Com um adversário directo “moribundo”, acicatou-o. Numa equipa envolta em dúvidas, deu-se um “toca a reunir” e um “cerrar fileiras” próprio de quem se sente ferido no seu orgulho. Eram dados como “mortos” e havia algo a provar.

24. Mas para isso, é preciso ter qualidade. É então que, por essa altura, qual karma, começa a formar-se uma “tempestade perfeita”. Mais do que a título deliberado e opcional, RV começa, à luz das muitas lesões, a ver-se forçado a lançar “às feras” aqueles que, até então, não contavam. As probabilidades em precisar-se urgentemente de um 8 e ter, ali à mão de semear, na B, um prodígio físico que rompe linhas como poucos, que é mais um a atacar e a defender… são ínfimas. Àquele nível, diria irrepetíveis.

25. Mas precisávamos subir linhas, controlar profundidade, construir de trás: Lindelhof. Na frente, continuava-se a sentir a falta de Lima. Vencia-se, mas por poucos, não se convencia: Mitroglou. As transições ofensivas melhoram, mas nas defensivas falta a sabedoria de um 6 que encha o campo: Fejsa. Gaitan lesiona-se e urge encontrar quem consiga pressionar alto, aportar aquele grau de imprevisibilidade e ir para cima dos adversários: Carcela. A baliza não está má, mas não está propriamente impenetrável: Ederson.

26. Aquilo que ainda hoje uns entendem como sérios revés com os quais a equipa teve de se deparar, eu entendo como uma “tempestade perfeita” viabilizadora e imprescindível para os sucessos alcançados: perceba-se, sem os quais estes não teriam sido possíveis.

27. À luz de uma época a correr conforme estipulado, teriam estes atletas tido as oportunidades de então e a relevância que hoje detêm? Isso mesmo: aleatoriedade.

28. Quantas vezes ao longo da história se repetem “tempestades perfeitas”? Quantas vezes ao longo da história tais “tempestades perfeitas” repetem-se na época imediatamente após à anteriormente registada? Quantas vezes ao longo da história teve o Benfica necessidade de somar 88 pontos com vista a tornar-se campeão? Isso mesmo: liguem as sirenes.

29. A capacidade de RV para “aguentar o barco” deve ser enaltecida. Aliás, o seu carácter será, porventura, um dos seus traços mais fortes. Veremos, contudo, se será suficiente com vista a enfrentar os desafios da próxima época, à luz da política de “desbaratanço” que se vai invariavelmente registar. Porque eu já assisti a este filme: protagonizado por contabilistas, empresários da construção civil, profissionais do ramo da comunicação, advogados, políticos e “yes men” a mais… e gente do futebol a menos.

30. Veremos se, na tempestade, o Benfica colherá novamente a bonança. Ou se, conforme temo, desta feita o barco vai mesmo ao fundo. E com ele, o mito da “estrutura”.

RedMist