quinta-feira, 28 de abril de 2016

Deixem jogar o Luis Miguel Afonso Fernandes




No final do Campeonato surge sempre a explicação física: que o jogador está desgastado, que já "não pode com uma gata pelo rabo", que é melhor ir para o banco porque "já não rende", porque "jogou mais de 40 jogos". Como quase tudo o que é difundido na Comunicação Social sobre futebol, é uma explicação demasiado simplista e muito longe da realidade.

Um jogador profissional de um clube de topo como o Benfica, sem lesões ou "toques" que o inferiorizem, está totalmente capacitado para fazer 90 minutos em Abril (mesmo que tenha jogado 40 ou 50 jogos desde Agosto). É evidente que tem uma carga competitiva que não deve ser desprezada e o faz não estar a 100 por cento como normalmente está em Novembro/Dezembro (a propósito, por razões evidentes também no princípio da época os jogadores não estão no pleno da sua forma).

Esta carga competitiva é, no entanto, mais mental do que dos músculos. São as diferentes competições,  os vários objectivos, a concentração e foco para um jogo e o desligar para voltar a ligar o foco e a concentração para outro jogo de outra competição tantas vezes noutro país. São as recuperações de resultados depois de estar em desvantagem. É a esperança,  a ânsia,  o desejo de resolver o jogo, de finalmente resolver o Campeonato. São os treinos, a visualização do adversário, os pormenores específicos para cada jogo, para cada detalhe do jogar da outra equipa. Manter posicionamentos, cumprir tacticamente o que pede o treinador. É a insegurança de não poder perder pontos, é o nervosismo de não poder falhar, é a vontade de querer dar alegrias aos adeptos. Tudo isto, que é a vida diária de um jogador de topo como Pizzi, influi ou pode influir a certa altura da época, sobretudo no final da mesma. Mas não é algo que se possa atribuir exclusivamente (nem de perto) à condição física.

Do ponto de vista da resposta muscular, Pizzi está mais do que preparado para entrar amanhã e jogar os 90 minutos. E, tendo em conta a menor sucessão de jogos que passámos a ter após a eliminação da Champions,  é expectável que volte a estar totalmente focado e mais "fresco em termos mentais" para nos brindar com o seu bom futebol.  Tendo sido Pai esta semana, podem apostar no Placard: golo de Pizzi. Depois mandem-me 10 por cento dos ganhos.

11 Glorioso para vencer os Afonsos Henriques

Ederson
Semedo (Almeida está em risco e tem de jogar na Madeira), Lindelof, Jardel, Eliseu
Fejsa
Pizzi, Sanches, Gaitán
Jonas, Jiménez (está num grande momento, merece o prémio de entrar de início)


terça-feira, 26 de abril de 2016

Imbecilidade de Carvalho

Primeiro, num racismo nojento, vieram as insinuações sobre a idade do puto; depois, num ressabiamento próprio de imbecis, colocaram em causa o seu direito a ir à Selecção; mais tarde, numa demonstração de cobardia, começaram a querer pintar um quadro sobre um violento agressor; cheios de inveja, puseram em causa as dezenas de milhões de euros que vários clubes europeus querem dar pelo seu passe; para finalizar a condição de atrasados mentais em glória, analisam-lhe os mamilos para mais uma torpe insinuação sobre anabolizantes. Mete-me nojo esta gente que dirige o grande clube chamado Sporting Clube de Portugal, mas sobretudo enoja-me quem perdeu a vergonha na cara e apoia esta corja em troca de um título que, dentro de campo, têm feito por merecer mas fora dele têm mostrado não merecer de forma alguma. Há limites para tanta idiotice. Obrigado, craque Ruiz, por teres deixado o teu enorme talento de lado por um segundo para dar alguma justiça poética a este Campeonato.



domingo, 24 de abril de 2016

Vila do Conde, o 35 de Abril



Um matemático pouco amante da modalidade olharia para os números das jornadas ("ora então 4 jogos que faltam, 12 pontos"), analisaria as probabilidades (favoritismos, semi-favoritismos e outros ismos) confrontaria as estatísticas (vitórias e derrotas do Benfica em Vila do Conde; empates na Madeira, maus resultados aqui e ali, entre o ali e o aqui, dos anos 40 até ao 2016) e facilmente concluiria que o jogo de hoje, apesar da relativa importância que tem, está muito longe de ser "o" jogo.

O matemático que não acha graça nenhuma ao futebol - não raras vezes vocifera nos almoços de Domingo: "apre, são só 22 homens atrás de uma bola!" - está, evidentemente, errado. Vila do Conde é muito mais do que um jogo. Vencendo-o, o Benfica consegue várias coisas ao mesmo tempo:

1) Ganha 3 pontos.
2) Mantém a liderança a 3 jornadas do fim.
3) Passa mais uma jornada e a vantagem de 2 pontos para o Sporting mantém-se.
4) Esvai-se a esperança de jogadores, técnicos, dirigentes e adeptos sportinguistas numa falha no mais difícil jogo do Benfica até final do campeonato. Psicologicamente (algo que o matemático que prefere ver curling não previu na sua douta análise), isto é fortíssimo. Digamos que se esvazia um balão de verde alento.
5 e aquele que é o mais importante) Muda drasticamente a forma como o Sporting entrará no Dragão daqui a uma semana. Se os leões entrarem nesse jogo na liderança, a motivação e concentração serão tais que, mesmo sendo um jogo difícil, muito provavelmente o ganharão; se entrarem a 2 dois pontos do Benfica e a saber que se empatarem ou perderem dizem adeus ao título, muito provavelmente perdê-lo-ão.

São estas as premissas para o jogo de hoje: se o ganharmos, seremos campeões; se o não ganharmos, pôr-nos-emos a jeito. Eu, pelo sim pelo não, ganhava já isto.

Ederson "o montanhão"
André "o Veloso" Almeida, Ice Man Lindelof, Jardel "o Guerreiro de Florianópolis", Eliseu "o morteiro humano"
Fejsa Varre-o-miolo
Pizzi Pezinhos-de-lã, Renato "Alfa pendular" Sanches, Gaitán "o pepita de ouro"
Maravilhoso Jonas
Mitroglou "o Conde de Contar"

Dá-nos o 35 de Abril, Benfica.

Com 8 golos nos últimos dois jogos, Suárez assumiu o topo dos melhores marcadores europeus, com 34. Jonas, com 31, tem 4 jogos para saltar para a liderança. Eu acredito.


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dez anos de Eterno Benfica



Parece que foi ontem, mas passaram dez anos.

Foi em Abril de 2006, altura em que começavam a proliferar os primeiros blogs benquistas, que fruto da paixão pelo clube, da devoção por um símbolo e de uma boa dose de ingenuidade aliada ao gosto pela escrita, que Galaad, Rui para os amigos, fundou o Eterno Benfica. Não sei quantos dos que por aqui andam e nos lêem, seja directamente no blog ou no Facebook, se recordam do Eterno, mas os mais antigos e fiéis seguramente se lembrarão.

Foi após uma derrota em Barcelona, para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. O Benfica era presidido por Vieira, treinado por Koeman, campeão nacional em título e em vias de passar o testemunho para o FC Porto para um mandato de 4 anos. Simão era figura de proa, Nuno Gomes vice-capitão e Luisão o único que se mantém como jogador encarnado até aos dias de hoje. Muita coisa mudou. Tanto dentro do Benfica como na blogosfera em geral. Mas orgulho-me de poder dizer (e penitenciando-me pelo pouco ou nada que tenho escrito), que tenho muito orgulho por ter participado no Eterno Benfica e por, apesar de ter encerrado, o espírito com que o blog foi iniciado se ter mantido ao longo dos anos por outros espaços semelhantes na rede, nos quais o Ontem se inclui.

Galaad, em conjunto com os geniais Sir, Shoky e Carlos, fundaram o blog que desde cedo comecei a acompanhar, na altura em que nem idade tinha para votar ou conduzir. Pela forma de ver e viver o clube, pelo modo como, de forma mais séria ou mais humorada, se discutia, problematizava, pensava e respirava Benfica, o Eterno marcou os seus leitores e marcou-me a mim. Inspirou-me a criar o meu próprio blog (cujos posts, passados nove anos, me fizeram esboçar um sorriso pela ingenuidade e imaturidade da adolescência) e fez-me, mais tarde, aceitar com orgulho e prazer o convite para fazer parte daquele quarteto magnífico que dava corpo ao Eterno Benfica.

Não sendo propriamente pioneiro, até porque antes do Eterno já existiam blogs de belíssima qualidade como a Ilíada Benquista, Encarnados, Mágico SLB, Diário de um adepto benfiquista, Ndrangheta, Não se Mencione o Excremento, Blog da Bola ou O Ninho das Águias, a verdade é que o Eterno foi indiscutivelmente um marco na blogosfera encarnada. Foram escritos milhares de posts, publicados dezenas de milhares de comentários e efectuadas milhões de visitas. Falou-se e discutiu-se muito futebol, mas também se deu espaço às modalidades. Teve o primeiro jornalista a participar publicamente com uma rubrica. Entrevistou exclusivamente ilustres benfiquistas. Fez análise táctica a adversários. Contactou com adeptos dos rivais antes dos jogos europeus. No fundo, o Eterno fez muita coisa do que se faz hoje. Mas fê-lo antes do seu tempo. Fê-lo numa altura em que não era normal ou expectável. Nem era fácil. Não havia nem os meios, nem as formas de comunicação nem as disponibilidades que hoje existem. E talvez por isso o Eterno Benfica tenha sido, à sua maneira, marcante, uma influência para outros que se lhe seguiram, como o Céu Encarnado, A Mão de Vata, Chama Gloriosa ou mesmo... o Ontem Vi-te no Estádio da Luz.

Foi desta forma apaixonada e desinteressada que se fez e deu vida ao Eterno Benfica. Criticou-se, elogiou-se, pensou-se, problematizou-se, viveu-se Benfica. Recordámos o passado, vivemos o presente, projectámos o futuro. Do muito que me orgulho naquele blog, queria destacar dois posts geniais, de dois audazes, apaixonados e grandes benfiquistas, que demonstram bem o que era e como se viva o clube: o famoso post em que se pôs a nu o negócio da vinda de Roberto para o Benfica, da autoria do Redjan, e toda a celeuma que causou e a forma como [não] conseguimos lidar com a situação; o não menos famoso post sobre o número de sócio de Luís Filipe Vieira, da autoria do Joga Bonito, em que se provou que as condições estatutárias que Vieira exigia para uma candidatura à presidência do Benfica excluíam o próprio. 

A todos os que passaram pelo Eterno, além dos supracitados fundadores Galaad, Sir, Shoky e Carlos, os meus parabéns e muito obrigado. Sigmund, Papoila Calmante, Redjan, Edu, Far(away), Joga Bonito, Trainmaniac, Faneca, Meddler, Francisco Silva, Fant, Jase e André Sousa, entre outros que por lá passaram, o meu sincero obrigado. Aos que por lá comentaram, em especial aos mais assíduos, o meu obrigado. Aos resistentes que leram este texto até ao fim (uns por curiosidade em perceber esta história, outros pela nostalgia que lhes provocou ler um texto que recorda dez anos de leituras, dez anos de textos apaixonados escritos por gente cujo único interesse é o Benfica e que do Benfica não tem qualquer interesse), o meu obrigado também. E vivó Benfica!

André Almeida ou Nelson Semedo? Porquê?


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Rivalidade com cancro




A 4 jornadas do fim, uma bela luta entre os dois rivais lisboetas. Nos últimos 30 anos aconteceu duas vezes, em 94 e 2005. Estranhamente, a conversa incide em árbitros, comissões, dívidas, insultos, mentiras, populismos sem sentido, gráficos e tabelas a atacar os números do adversário. Duas equipas que têm feito um Campeonato fabuloso, cheio de golos marcados, poucos sofridos, tantas vezes emoção e bom futebol. O que devia ser uma festa foi transformado numa guerra imbecil, arrastando os adeptos para as areias movediças de quem não gosta do jogo. É triste, mas a culpa é de quem gosta mais dos dirigentes do que dos próprios clubes.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pizzi, o entregador de bom futebol



Há os óptimos jogadores e há os péssimos jogadores - toda a gente consegue identificar os últimos; depois, há os muito bons jogadores e os muito maus jogadores - quase toda a gente consegue identificar os últimos; por fim, há uma imensidão de jogadores que se situam no intervalo enorme que vai do mau ao bom - pouca gente consegue distingui-los porque não sendo geniais nem horrorosos ao longo dos anos vão fazendo coisas, boas e más, que a generalidade das pessoas percepciona de forma confusa: numas vezes gostam do jogador, noutras detestam-no.

Isto porque, de uma forma geral, apenas analisam o jogador como analisam o futebol: vêem a bola, os movimentos com bola, os passes, a recepção, o remate, se corre com ela da melhor forma, o que faz quando está com um adversário pela frente, se luta por ela disputa pelo ar, se faz muitos cortes, se é raçudo, se é rápido, se é forte. Vêem os erros e os acertos e depois traçam uma média que acabará por servir de mote à conclusão final.

Pizzi é um bom jogador visto pela maior parte dos adeptos como um mau jogador. Isto porque a maior parte dos adeptos não vê a maior parte das coisas que Pizzi faz em campo. Ou melhor: vêem-nas no sentido em que o seu corpo e os seus movimentos são observados pelos olhos dos adeptos mas não as vêem pelo ângulo de as compreender. Quando Pizzi propositadamente arrasta o lateral para terrenos interiores, deixando o espaço para a entrada do nosso lateral, não o vêem; quando Pizzi antecipa o metro quadrado onde vai cair a bola após uma disputa a 40 metros, não o vêem; quando Pizzi se passeia em bicos de pés pela linha da grande área,  dando constantes apoios ao portador, não o vêem; quando Pizzi, rodeado por 3 ou 4, inventa (porque é, com Jonas e Gaitán, o mais criativo do plantel) soluções que nenhum dos adversários estava à espaços para,  desequilibrando por completo a outra equipa, potenciar o golo, não o vêem; quando percebe o que Jonas vai fazer e puxa para a ala o lateral e o central adversários, permitindo que a defesa se abra e deixe mais espaços, não o vêem; quando muda rapidamente de flanco após ter criado a farsa de parecer estar mais interessado em trocar a bola curta com o lateral, não o vêem; quando muda de velocidade, quando simula, quando dá de primeira, quando recebe orientado, quando parece estar com Jonas e Gaitán noutro jogo só deles, não o vêem; quando antecipa o que vai acontecer no lado esquerdo e corre para finalizar 9 segundos depois no sitio aonde ele sabia que iria cair a bola, não o vêem; quando o ala adversário passou pelo nosso lateral e o Pizzi aparece-lhe por trás sem que ele o veja, não o vêem; quando o Renato se mete numa situação embaraçosa e só tem o pequeno Pizzi, que lhe acompanhou o movimento, a dar-lhe a janelinha por onde a bola pode seguir, não o vêem.

Só o vêem quando falha em frente à baliza (depois de ter criado ele próprio o espaço para que a oportunidade acontecesse); só o vêem quando falha um passe, quando atira uma bola curta que isola o adversário a minutos do fim. E chamam-lhe nomes, dizem até - não há limites para a boçalidade - que estava comprado pelo... Sporting para fazer aquilo.

Não o vêem ser o belíssimo entregador de futebol que ele é. No princípio do Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago, uma frase serve de porta mágica para a viagem: "Se podes olhar, vê; se podes ver, repara."

30 minutos à Benfica

Bipolaridade da mística. Os melhores 30 minutos da época, com um futebol lindo, cheio de surpresas, criatividade aos jorros, todos os jogadores em carrossel, a bola feliz correndo pelo relvado à espera do golo; 60 minutos horríveis, a bola com gripe, de febres, de mazelas, de medo, de tristeza. Fica o resultado mas também fica o aviso. VIVÓ BENFICA!


domingo, 17 de abril de 2016

CONTINUA A PERSEGUIÇÃO A SÓCIOS DO BENFICA, DESTA VEZ AO GLORIOSÍSSIMO, MAIS BENFIQUISTA NUMA UNHA DO QUE A MAIOR PARTE DOS DIRIGENTES NO CORPO TODO, ALBERTO MIGUÉNS!

"Ontem fui impedido de fazer o que faço há dezenas de anos. No estádio ou nos pavilhões. Nos anteriores ou nos actuais. Ontem foi no pavilhão 1. Sempre que vejo presencialmente um jogo, tiro os meus apontamentos para fazer a minha estatística dos jogos. No Basquetebol fui insultado por dois funcionários do Clube o que levou a que fosse para outro local aquando do jogo de Hóquei em Patins, embora com menos condições, se bem que as condições para fazer um bom trabalho nos jogos de Basquetebol seja mais problemática. Mas se mudei de local não foi por ter medo de funcionários do Clube lambe-botas. Foi para evitar interferirem no registo da estatística do jogo. Um dia destes vou contar toda a História que tem tanto de hilariante como de asquerosa. Conheço-os mal, nem tenho a certeza dos seus nomes. Vou averiguar e depois contar o que se passou. Um é um metrossexual pós-moderno inútil. Outra é uma rapariga com ar de servir à mesa num restaurante texano de um filme de Tarantino. O certo é que eu vou deixar desde já o aviso.


Sou associado do Clube, compro sempre os meus bilhetes, tenho direito a sentar-me no pavilhão, falar, gritar, incentivar, questionar. Não aceito reprimendas de funcionários à rasca. A quererem mostrar-se perante os superiores hierárquicos. Com o rei na barriga a fazerem-se passar por aquilo que não são. Enquanto o Benfica for um Clube de sócios eu serei sócio! E sei quais os meus Deveres e Direitos. Até tenho todos os Estatutos do Clube desde 1912. Apesar de serem os últimos, os de 2010, a valerem-"nos"!"

sábado, 16 de abril de 2016

Sem circo

Um dos piores jogos do Sporting no Campeonato, o que é óptimo para nós porque revela que a equipa de Jesus começa a sentir a pressão de não poder falhar. O Benfica não deve entrar no circo que o adversário tem criado desde Agosto. Manter o foco, ganhar ao Vitória e ser sempre Benfica.

Alberto Miguéns, o único, além de nós, a defender o Benfica de vieiradas. Um abraço fraterno, companheiro.

" (...) Precisamos de dirigentes que se sintam associados do Clube, que tenham Cultura Benfiquista, que respeitem os outros associados que os elegeram e pugnem pelos interesses da colectividade. Eu quero ser sócio do SLB não quero ser consumidor do SLB. O SLB é o conjunto dos seus associados. Não é um conglomerado de interesses.Nunca fui sócio quitado, nem entrei para sócio para ter descontos na Repsol ou no raio que os parta! Entrei para associado e mantive-me ininterruptaMENTE - por isso nunca deixei de pagar pontualmente as minhas quotas (até das modalidades) mensalmente, por isso nunca perdi o meu "querido" número - para servir o Clube. Para que o Clube tivesse dinheiro para ser maior e melhor. Mais e melhores atletas. Conquistasse mais e melhores troféus e títulos. É para isso que sou associado do clube. Metam os descontos no...



Gente a servir-se do Futebol

Em vez de o servir. Agora vale a pena ficar até que a biologia lhes trate da saúde a “governar-se” um clube de futebol. Tipo Pinto da Costa. Vai ser até com os “pés para a cova”. Salvador, idem, aspas, aspas. E outros também. Longe vão os tempos de Maurício e Adolfo Vieira de Brito, Borges Coutinho ou Jorge de Brito. Com as famílias a pressionar para estes deixarem as presidências pois o herdeiro seria o Benfica em vez da família. Agora são as famílias a pedir (de joelhos): Fica, fica, fica. Sempre vou às compras todos os dias… Com a carteira bem recheada.


Tudo isto mete nojo! Tudo isto é Portugal! Tudo isto é Futeluso! Abaixo o BenfiQuisto!"

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Isto é lindo. Ainda bem que o árbitro só deu amarelo ao Martinez num lance óbvio para vermelho. Foi bom porque já não íamos lá e assim o mister teve de ir para dentro do Povo Benfiquista. As caras, a alegria, a generosidade, a vontade do abraço, o abraço do golo, a alegria do golo, a loucura do golo. Não contem a ninguém mas eu acho que ali ganhámos o Campeonato.


NÃO HÁ VITÓRIAS MORAIS? E DEPOIS, CARALHO?

É certo que, em futebol, não existe tal coisa como uma vitória moral. Mas... e depois, caralho? O que é que eu tenho a ver com isso? O que é que significa, exatamente, essa afirmação? Que não posso dizer que o meu clube jogou bem, dadas as circunstâncias? Que não posso afirma que podíamos ter ganho esta eliminatória? Mas é que podíamos mesmo!

Não é costume falarmos de arbitragens neste blog. Eu nem acho que estas duas arbitragens tenham sido demasiado tendenciosas. Foram apenas um pouco tendenciosas. O problema foi que a tendência revelou-se nos momentos chave. Um penalti por assinalar, um amarelo que não saiu na primeira mão para o jogador que nos marca o primeiro golo da segunda volta, uma falta à entrada da área por marcar, e, mais escandaloso, uma expulsão que não saiu. A expulsão é a prova que serve de mote para percebermos que estas arbitragens ajudaram conscientemente o Bayern. Ninguém, no seu perfeito juízo, deixa de mostrar uma cartolina vermelha naquela situação. Muito menos um árbitro que é tecnicamente muito bom.

Se o Bayern dominou o jogo? Teve muita posse de bola (normal nas equipas do Guardiola). Criou várias ocasiões de golo, mais do que o Benfica. Mas ao Benfica eu contei seis, duas deram golo e todas as outras poderiam ter dado golo também. Uma equipa que tem seis ótimas ocasiões de golo não esteve, propriamente, na mó de baixo. Pergunto-me sobre o que estariam a dizer agora os críticos se o Raul tivesse marcado o segundo golo, depois daquele centro do Salvio, e se o segundo livre do Talisca tivesse entrado. Sei que esta teoria dos "ses" é frequentemente mal vista. Se a minha avó não tivesse morrido ainda seria viva. Se tivéssemos marcado mais dois golos tínhamos passado. Se eu não fosse do Benfica não estaria a escrever neste blog nem seria tão feliz... Passemos então aos factos sobre os "mitos urbanos", essas máximas que me canso de ouvir, esses expoentes absolutos da vacuidade:

1. "Não se fala sobre arbitragem. Falar de arbitragem é uma desculpa de mau perdedor."

Pode ser, mas também pode não ser. Quem se queixa sistematicamente dos erros de arbitragem contra a sua equipa e depois olha para o lado naqueles que nos favorecem é pouco mais do que um cretino. É pouco mais que cretino aquele que não consegue fazer uma estatística séria, no final de um campeonato, no final de vários campeonatos, e perceber para onde pendem as tendências. Os grandes são sempre favorecidos. A razão? É por demais óbvia, nem discuto. Mas será que não o posso referir, no final de um jogo como este? Posso e devo, tanto como qualquer equipa "pequena" em Portugal poderá fazer no final de um jogo em que tenha sido prejudicada contra Sporting, Porto ou Benfica. Porquê? Porque é tendencioso. Porque é viciado. Porque é nojento. Será que os mais de vinte anos de roubos absolutamente asquerosos do FCP no nosso campeonato não podem ser referidos? Podem. Em qualquer ocasião, qualquer dia da semana e a qualquer hora. Para a eternidade. Mas isso não tira o mérito do PdC e dos títulos do Porto? Tira, claro, ajudas sistemáticas num campeonato nacional melhoram moral e forma física, essenciais nas provas europeias. Então e as más presidências do Benfica não terão algum peso nos nossos maus resultados nesses anos? Sim, mas falar delas sem falar na javardeira é idiota. Há uma correlação clara, e a omissão de um fato tão importante como esse é tosca e serve mal a história. Assim sendo, por esta mesma ordem de ideias, o Bayern foi favorecido nos dois jogos da eliminatória. Não perdemos por causa disso, dizem algumas vozes? Nostradâmicas, com certeza. Eu não consigo fazer esta afirmação em consciência. Penalti e (muito) possível 1-1 lá, Vidal de fora, expulsão neste jogo, que não saiu... quem é que é capaz de afirmar que isto não seria mais do que suficiente?


2. "O Benfica tem sempre que jogar para ganhar, de igual para igual."

Ora bem, outra falácia, para não lhe chamar de cretinice absoluta. Se vocês forem ver um combate entre o Wladimir Klitschko e o Mayweather o que é que acham que iria acontecer? É que foi praticamente aquilo que se passou aqui. A diferença está no futebol ser um desporto coletivo e podermos potenciar o comportamento coletivo em detrimento do individual. O Bayern é um peso pesado, talvez uma das duas melhores equipas da actualidade. Uma equipa mítica, como o Benfica dos anos sessenta, o Madrid do Di Stefano, o Milan do final dos oitenta ou este Barça. O Benfica portou-se maravilhosamente bem nas duas mãos contra o Bayern. Soube potenciar muito bem todos os seus jogadores, coletivamente. Ponto final.
Os três ordenados mais altos do bayern dão para pagar todos os ordenados do Benfica, do Benfica B e das respectivas equipas técnicas. Acho que ainda deve sobrar para os roupeiros e para o pessoal da limpeza, algum secretariado... mas estamos a gozar? Todas as equipas que jogaram com o Munique levaram na real peida, como gente grande, e agora andamos a falar do quê???
Achar que o poderio do futebol nada tem a ver com dinheiro é ser-se, no mínimo, muito tosco. Achar que o benfica tem que jogar de igual para igual com o Bayern é de loucos. Eu amo o meu clube, até ao limite. Mas não consigo olhar para isto de forma irracional. O Rui Vitória fez o que podia fazer. E, na prática, podia ter ganho esta eliminatória, queiram ou não queiram.

3. "O Bayern estava desfalcado. O Bayern está a jogar mal. O Ederson defendeu quase tudo"

Ora mais três cagalhões. O Benfica também estava desfalcado. Querem equipa europeia mais desfalcada do que o Benfica, desde o início da época? Tiro o chapéu a Vitória. Não sou fã, mas ele tem muitas qualidades e muito mérito.
O Bayern não sabe jogar mal, é só ver o histórico deste ano, para a liga dos campeões. Levaram todos na pá, praticamente. E, quanto ao Ederson, o que é que acham que um guarda redes está lá a fazer? A gastar a relva da pequena área?

4. " Se tivéssemos Gaitan e Mitro e Jonas e blá blá blá"

Bom, a equipa que entrou em campo foi muito bem escolhida. Não consigo afirmar que, com qualquer um destes três jogadores, o jogo tivesse corrido melhor. Ganhavam-se umas coisas, perdiam-se outras. A única coisa que teria feito seria o Guedes em vez do Salvio, que foi menos um elemento em campo. De resto, Gaitan anda a jogar lesionado há que tempos. Enquanto não se curar de vez, não fará a diferença como era costume. Raul foi, seguramente, melhor escolha do que Mitro para este tipo de jogo. E acho que Mitro também estará meio tocado. E Jonas... Jonas é Jonas, é o maior. Mas não sei se teria feito diferença, a sério. O jogo do Bayern é demasiado intenso, demasiado pressionante, demasiado físico. O que sei, de facto, é que, mesmo sem estes três jogadores essenciais, demos uma réplica que ninguém previa. Foi quase David e Golias. Faltou acertar-lhes com a pedra em cheio nos cornos, em vez de ser só de raspão. Mesmo assim, sangraram.

Se seria justo o Benfica ganhar esta eliminatória? É sempre justo, porque é o Benfica e o Benfica é o maior. Não é só o futebol que está cheio de Davids e Golias, é assim em quase todas as atividades. Não é assim tão frequente, de facto, mas acontece. E teria sido justo se tivesse acontecido connosco. Apenas porque sim.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Só Deu Mesmo para Tentar



São e foram mais fortes.

É o resumo desta eliminatória e principalmente desta segunda mão.

Não dava para fazermos melhor.

Os jogadores do Benfica deram tudo o que tinham.

Os jogadores do Benfica correram, quiseram, esforçaram-se e foram ao limite mas no final faltou futebol.

O Bayern conseguiu ter a eliminatória controlada durante todo o jogo. São mais fortes ponto.

O que nos faltou neste jogo foi jogadores. Entrar neste jogo sem Mitroglou, Jonas e Gáitan sentenciou a eliminatória. Atacámos em esforço e não em qualidade. Faltaram os jogadores que poderiam trazer toque de bola ao nosso ataque.

A eliminatória foi do Bayern e o 2-2 foi a recompensa destes jogadores que deram tudo o que tinham.

O sonho foi-se. Aquele 1-2 rebentou-nos a todos um pouquinho cá dentro.

Fica uma boa Champions do nosso Benfica. Fica a dignidade e fica a promessa de uma maior evolução.

A exibição foi esforçada mas acho que não mais que isso. Cedo caímos na tentação do autocarro com balões para a corrida do Jimenez. Dava para fazer melhor? Com tantas ausências provavelmente não.

- O Ederson continua a assumir-se como um sério titular na nossa baliza.
- O Lindelof tremeu muito quando o Bayern acelerou o jogo.
- O Almeida é isto. Muito seguro, competente e esforçado. Pareceu-me ser dos nossos melhores.
- Este Salvio é inexistente. Longe está daquilo que sabe e pode fazer.
- O Jimenez corre muito e luta muito e por isso se criou a imagem que é um avançado para jogar fora da área. Discordo. A sua qualidade é na área. Isto não é Atletismo mas sim Futebol e é na grande área que ele faz a diferença.
- O Talisca é isto. Provavelmente o melhor jogador do nosso campeonato a rematar quando sem pressão. Aquele pé esquerdo está afinadíssimo. Infelizmente pouco é mais do que um jogador que com espaço coloca a bola onde e como quer.

Os jogadores dignificaram a camisola e isso é o melhor que se retira do jogo de hoje.

Deixo uma nota extra:
Júlio César; Nélson Semedo, Luisão, Jardel, Eliseu; Fejsa, Renato, Salvio bom, Nico; Jonas Mitroglou.

Muito por isto hoje só deu para atacar em esforço e em correrias desenfreadas.

Basta comparar:



O 11 para vencer o Bayern



Ederson – Uma das grandes surpresas da época. A sucessão do Júlio César está mais que assegurada. Por agora tem sido impecável em todos os momentos do jogo. Como extra tem ainda um pezinho de ouro.

André Almeida – Provavelmente é simultaneamente o jogador mais limitado e mais útil do plantel. Está a fazer uma boa época e a sua polivalência é um trunfo para enfrentar a dança do Bayern. Muito seguro e muito concentrado para fechar a ala direita.

Lindelof – Com muito para melhorar já mostrou poder ser titular indiscutível na próxima época. Maturidade, posicionamento e jogo de pés. Um dos três putos maravilha desta época.

Jardel – Apesar de todas as suas limitações compensa com a garra, força e as muitas e aperfeiçoadas rotinas que já tem. Se estiver confiante e num bom dia será uma peça crucial para a nossa solidez defensiva. Não pode tremer com a bola no pé.

Eliseu – Não há outro. É espreitar a oportunidade para bombardear o Neuer e utilizar a concentração do costume para se posicionar melhor defensivamente.

Fejsa – O nosso 6. Impecável em termos posicionais. Um reforço muito importante na nossa equipa. Com ele em campo os restantes médios pode ter maior liberdade de movimentos. É para varrer aquilo tudo e entregar a bola redondinhas aos mais criativos.

Renato – Palavras para quê? O miúdo foi a mudança na época do Benfica. Fisicamente é impressionante e além disso tem todas as características de um grande médio - passe, remate, visão e entrega ao jogo. Falta crescer mais, precipitar-se menos, aperfeiçoar-se tacticamente, largar melhor a bola e decidir bem mais vezes. O motor do nosso Benfica e um jogador que pode rasgar o Bayern.

Nélson Semedo – Como ala direito, à frente do Almeida. Rápido e muito bom ofensivamente. Jogador perfeito para jogar em alternância e compensações com o lateral. Tem passado como médio o que é favorável para também fechar e jogar por dentro. Seria o meu trunfo para este jogo.

Pizzi – Nas costas do avançado com total liberdade posicional. Não é o jogador mais brilhante do plantel mas está a fazer uma excelente época. Responsável pela progressão da bola, aparecer em zonas de finalização e por apoiar os vários sectores no momento ofensivo. Será também importante no preenchimento do meio-campo. Funcionará como o cérebro da equipa.

Nico – Em dúvida. É genial.
Há 3 para o seu lugar - Carcela, Guedes e Salvio.

Carcela – Esta seria a minha opção porque esta época tem mostrado mais que os outros. Com confiança o Gazela é um jogador que pode fazer toda a diferença com a bola nos pés. Fica responsável pela criatividade, rasgos geniais, um para um e brilho individual. Os ares de uma noite de Champions podem dar-lhe aquela inspiração que já mostrou potencial para ter.

Mitroglou – O nosso ponta de lança. Está a fazer uma época soberba. Mitroglou é golos e muito mais que isso. Jogador inteligente, ponta de lança com noção de colectivo e muito apto em tabelar com os colegas. Esta noite vai enviar um beijo de bola às redes.

(Parece estar em dúvida para o jogo e nesse caso é lançar o Raúl. Pé quente, muita vontade, mobilidade ofensiva e tem muita qualidade quando apertado na área. Seria um elemento crucial para pressionar a saída da bola do Bayern)


A estes é só somar 60 mil nas bancadas, montar o Inferno da Luz, reviver as palavras do Mozer e desfrutar de uma noite europeia à Benfica.

Muito dificil? Quase impossível? Ok até pode ser mas estou cá com uma vontade...

terça-feira, 12 de abril de 2016

4-2. Póquer de Lindelof.


11 Glorioso para derrubar o muro de Munique

Manter a ideia com a qual a equipa está mais confortável. Os mesmos princípios, o mesmo posicionamento de base. Só mudam os jogadores porque a isso somos obrigados. Sem os dois génios, não há Manéis que nos valham mas há soluções que podemos encontrar. Opções de qualidade. O importante é colocar os jogadores em territórios seus conhecidos, lugares de onde possam partir para a glória. Em sítios que lhes potenciem as características. Por isso ponho Pizzi a fazer de Jonas, Carcela a fazer de Gaitán e Samaris a fazer de Pizzi. Tudo menos Talisca, ó mister Vitória.



segunda-feira, 11 de abril de 2016

15 ANOS DE VIEIRA - PONTUAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES



00/01 - 54 pontos (6° lugar)
01/02 - 63 pontos (4° lugar)
02/03 - 75 pontos (2° lugar)
03/04 - 74 pontos (2° lugar)
04/05 - 65 pontos (CAMPEÃO)
05/06 - 67 pontos (3° lugar)
06/07 - 67 pontos (3° lugar)
07/08 - 52 pontos (4° lugar)
08/09 - 59 pontos (3° lugar)
09/10 - 76 pontos (CAMPEÃO)
10/11 - 63 pontos (2° lugar)
11/12 - 69 pontos (2° lugar)
12/13 - 77 pontos (2° lugar)
13/14 - 74 pontos (CAMPEÃO)
14/15 - 85 pontos (CAMPEÃO)

Março de 75, Paris. Benfica 5, Porto 1. Neste jogo Eusébio marcaria o último golo pelo Glorioso.


domingo, 10 de abril de 2016

Pode o Porto dar o Campeonato ao Benfica?

Não acho que estes maus resultados do Porto o fragilizam para o jogo contra o Sporting. Pelo contrário, mais o forçam a fazer um jogo decente e a salvar o resto da alma que ainda querem apresentar aos adeptos. O Porto de Pinto da Costa pode ter muitos defeitos mas não tem o defeito lagarto (que não sportinguista) de odiar mais o Benfica do que ter auto-amor. Aposto numa vitória portista no clássico.

Há muita qualidade em Jiménez para além do golo que ontem marcou (embora a jogada do golo também explique o que pode dar à equipa). Tem sofrido por haver um genial Jonas e um muito competente Mitroglou mas pode ainda dar muito ao Benfica - na pouca utilização, tem provado merecer mais jogo. Ainda há um Raul à espera de ser descoberto pela maioria dos benfiquistas.


domingo, 3 de abril de 2016

OS ELOGIOS DE PEP À LINHA DEFENSIVA DO BENFICA


Ponto prévio: estamos em 2016, convém começar a respeitar as opiniões que saem da norma. É inacreditável a forma como a generalidade dos adeptos insulta a opinião alheia. Não sei se já alguma vez experimentaram, mas deixo aqui a novidade: é possível debater futebol sem se achar que só a nossa opinião é a certa e que a outra, por ser diferente, é a errada. A não ser que estejamos a falar com alguém que acha que Jonas é medíocre e deve ir para o banco para "fortalecer o meio-campo".  Nesse caso, podem insultar agressivamente porque isso é mesmo demasiado estúpido. Eu deixo.

As palavras de Guardiola caíram nos bolsos dos defensores do mister Vitória como duas granadas prontas a usar. E foram imediatamente usadas contra esses malandros que acham que o técnico, apesar da sua alegria, da sua motivação, do seu benfiquismo, revela falhas que não são aceitáveis para um clube como o nosso. É uma opinião,  apenas. Aceitem-na tal como eu aceito a vossa. Ou já me viram insultar-vos ou fazer piadinhas por ver a vossa complacência com a pouca qualidade técnica do mister? Querem debater, falar de futebol? Cá estarei. E sempre defendendo as minhas ideias com argumentos, ao contrário da maior parte das pessoas que nem fala das suas ideias nem argumenta o que quer que seja - limita-se a ir ao sabor das marés dos resultados e a atacar a opinião alheia.

Guardiola disse o que pensa ou pensou no que disse? Evidentemente, pensou no que disse. Por várias razões, a primeira das quais a mais evidente: a linha defensiva da nossa equipa não é tudo aquilo de espectacular. Como isto é tão óbvio, ficam à partida aniquiladas as motivações de Pep. Esta a dar música, o catalão, e a malta gloriosa está a dançar. Alguns porque acreditam, outros porque querem acreditar e ainda há os que, não acreditando, usam a informação para tentar detonar quem pense diferente. Mas... será horrível a actuação da linha defensiva do Benfica?

É clarinho: não é. Consegue até ter momentos de grande qualidade. Depende dos jogadores que estiverem em campo. Se forem jogadores que estão no Benfica há uns anos, a qualidade sobe. Dos que estão disponíveis,  Jardel é de longe o que melhor entende o  que deve fazer em cada situação. O pior é Samaris, que quando joga a central empresta qualidade na saída mas não está rotinado a entender o harmónico que deve tocar para que a linha se mantenha coerente e nos salve de desgraças. Lindelof só agora começou a jogar, mas já entende melhor o conceito do que Eliseu alguma vez vai compreender.

Mas pensar na actuação da linha defensiva resume-se a analisar a movimentação colectiva dos 4 defesas? Claro que não. O futebol não é curling. As acções encadeiam-se de forma orgânica. Se na frente a pressão é individual ou se define mal as zonas de pressão que quer provocar; se os médios permitem constantemente incursões do adversário pelo espaço interior; se os extremos não participam no apoio aos laterais em organização defensiva; se se deixa acontecerem recorrentemente diagonais dos alas adversários para a possibilidade de um passe de ruptura, é lógico falar em boa ou má organização da linha defensiva? Não é. É apenas uma parte de todo o processo.

A nossa equipa, se estiver balanceada, permite espaços vários entre os laterais e os centrais, permite bolas medidas nas costas, tem dificuldade na perda, mas sabe ser coesa se for obrigada a defender. Não é especialmente competente, mas tem feito algumas exibições interessantes contra adversários de alguma valia. O maior problema é quando do outro lado está quem em 90 minutos consegue meter dezenas de vezes a bola dentro do nosso bloco. Os desequilíbrios acontecem, nascem os passes que forçam a reacção rápida da tal linha tão elogiada por Pep. No centro, há que apostar em Lindelof e Jardel por duas razões: entendem o conceito colectivo (sobretudo, Jardel, que tem anos de formação e formatação) e garantem o controlo da profundidade. Por outro lado, Jardel é péssimo a sair, um defeito que aqui terá de ser colmatado pela preferência pelo sueco na hora de arriscar uma saída menos evidente e directa. Eliseu é defensivamente um problema grave porque é recorrente não entender o movimento colectivo dos colegas, deixando jogadores em jogo. Sobre isso, nada a fazer. Não temos alternativa.

Rui Vitória tem pela frente uma montanha monstruosa para subir. Mas somos Benfica e neste clube, com mais ou menos qualidade, tudo pode sempre acontecer. Convém é que não sejamos anjinhos. Se o ataque de Jesus à qualidade de Vitória serviu para unir o grupo e vencer com humildade, que a defesa de Guardiola sobre a qualidade da defesa do Benfica não sirva para o engano fatal. Rui, grande benfiquista, eu se fosse a ti subia em bloco e deixava os elogios do Pep em fora-de-jogo.

sábado, 2 de abril de 2016

A vitória está sempre mais perto com Jonas em campo



Jonas, o jogador que transforma com as costas um balão da defesa numa oportunidade de golo. A qualidade colectiva não é muita, é por isso que é fundamental ter em campo quem pode resolver jogos por loucuras como esta. Alguém que defende que Jonas deve ir para o banco num determinado jogo para "fortalecer o meio-campo" é alguém que está a abdicar do foco mais provável de sucesso. É alguém que está a fragilizar a equipa. Mas se toda esta qualidade, se todos estes golos, se todas estas assistências, se todo este virtuosismo, se todo este futebol de rua, ainda não vos ensinou que Jonas deve jogar SEMPRE, então mais vale dedicarem-se a comentar curling. De costas, pá! De costas!

(Reparem no delicioso pormenor da felicidade do Jonas quando vê a bola a entrar e o puto Sanches a ir atrás dele)

Fonseca, um treinador com eles no sítio

A conferência de imprensa de Paulo Fonseca é uma delícia para quem gosta de ouvir os treinadores deixarem de lado as banalidades e falarem das suas escolhas e das suas crenças, das suas opções e do porquê de as manterem ou delas abdicarem. Enfim, falar de futebol.



O adepto resultadista achará certamente que o Braga ontem levou um banho de bola pelo simples facto do marcador dizer 5-1. Ora, quem viu o jogo sabe o que se passou em campo. Quem viu o jogo viu um óptimo Braga ser melhor equipa até ao 3-0, altura em que naturalmente se desmembrou e a partir da qual o Benfica fez o que quis, acabando por ganhar de forma justa e assertiva.

Quando, em 2009, entre Machado e Jesus (os dois que estavam na calha para suceder a Quique), queria que viesse quem veio por aquilo que a sua equipa demonstrava para além dos resultados, pela forma como o treinador impunha as suas ideias no relvado, havia muito a escolha por Machado apenas e só por "ter ficado à frente do Jesus no campeonato". Mais uma prova de que olhar apenas para resultados é não olhar para nada.

Ontem Paulo Fonseca saiu da Luz com uma manita e mesmo assim conseguiu provar que é já um dos melhores treinadores portugueses. A saída de bola é aquela, Paulo. Vais continuar a acreditar nas tuas ideias e vais evoluir dentro delas. E um dia ter jogadores com a qualidade suficiente para fazer brilhar a bola em zonas de pressão e meteres superioridade numérica no meio-campo adversário em 3 segundos.