quinta-feira, 31 de outubro de 2013

2003-2013 - a pior década da História do Benfica

Um dos argumentos dos apoiantes do Presimente Vieira, os tais que são adeptos do Benfica fundado em 1994, passa por comparar estes 10 anos do grande líder com os 10 anos anteriores ao notável Luís Filipe. Não o comparam com qualquer outra década porque, na verdade, a única forma de vangloriar a completa incompetência de Vieira é tentar comparações com o pior período da História do Benfica (que neste momento já foi ultrapassado pelo período do Presimente Vieira, se analisarmos todas as áreas em que o clube definha). Para esta gente, que ironicamente diz "nós não temos a memória curta!", curta é mesmo a memória. Ou conveniente. Curta e sobretudo conveniente.

Mas façamos um pequeno e simples exercício de comparações. Essa década de horrores, essa a que não queremos nem podemos voltar nunca (não é esse o argumento para mantermos estes incompetentes nos seus cargos?), como se o futuro tivesse já traçado uma linha curva por onde iremos passar até voltar a Vale e Azevedo e às pedras da calçada, terá sido, em termos desportivos, uma miséria? Sim, terá sido. Foi uma miséria total.

De 1993 a 2003, ganhámos apenas 1 Campeonato e 1 Taça de Portugal. Um péssimo registo muito explicado pelo total desvario com que o clube foi governado, entre Damásio (hoje um grande apoiante de Vieira e visita assídua na Bancada Presidencial), Vale e Azevedo e Vilarinho.

E de 2003 a 2013, que pecúlio desportivo? 2 Campeonatos e 1 Taça de Portugal. Extraordinário! Vieira conseguiu, em 10 anos, ganhar um Campeonato a mais do que a pior década da História do clube. Notável, não é?

A isto teremos de adicionar o pornográfico endividamento que deixa o clube neste momento em falência técnica. Portanto, o Grande Líder Vieira, o salvador do Benfica, o que veio finalmente resgatar o Benfica da miséria conseguiu, em relação aos anos negros do clube, ganhar mais 1 Campeonato Nacional.

Mas talvez não tenhamos ganhado mais nestes últimos 10 anos por causa do sistema - aquele que Vieira apoia, inequivocamente? Não, os anos 90 foram o apogeu da corrupção, vimos coisas inacreditáveis nos campos de futebol portugueses, coisas que nunca mais vimos na última década. Talvez, então, o Benfica pudesse ter ganhado, não fosse a corrupção, mais um Campeonato entre 1993 e 2003 e então estivéssemos hoje a comparar exactamente o mesmo sucesso desportivo entre Damásio/Vale/Vilarinho e Vieira. E nessa altura que mais poderíamos dizer para salvar a pele ao grande líder?

Digamos, por fim, que nem aos adeptos do Benfica fundado em 1994 é permitido dizer tanto disparate para apoiar esta miséria vieirística. Mesmo os que acham que o clube só nasceu há 19 anos, terão de levar com a realidade pelos olhos adentro e perceber que estão a apoiar o abismo do Benfica. Aos outros, aos que verdadeiramente não têm memórica curta e sabem a data da fundação do clube, de facto só resta chorar de vergonha.

O clube definha e a maioria bate as palminhas.

10 anos de um presidente de câmara a gerir um clube




O site oficial do Sport Lisboa e Benfica, vem hoje glorificar o últimos 10 anos de presidência do clube com os seguintes factos:


Principais títulos:

Futebol profissional – 8

Campeonato Nacional: 2004/05 e 2009/10

Taça de Portugal: 2003/04

Supertaça: 2005/06                     

Taça da Liga: 2008/09, 2009/10, 2010/11 e 2011/12



Adicionando:


Momentos marcantes e projectos ímpares:

- Construção do Estádio da Luz (Inaugurado dias antes da sua 1.ª eleição)

- Construção do Complexo Desportivo (1 campo sintético, 2 pavilhões, 1 piscina e 1 centro comercial)

- Construção da Clínica Benfica

- Construção do Caixa Futebol Campus

- Reformulação das Casas do Benfica

- Implementação do Benfica LAB

- Criação do Benfica Star Funds

- Entrada no Guiness - Maior número de Sócios a nível mundial

- Lançamento inovador do “Kit Sócio”

- Lançamento da Fundação Benfica

- Criação da Benfica TV

- Aposta no Benfica Olímpico

- Criação do Centro de Documentação e Informação

- Criação do Centro de Recuperação e Restauro

- Presença na Final da Liga Europa

- Inauguração do Museu Benfica Cosme Damião



Ainda restarão dúvidas sobre a brilhante carreira autárquica de Luís Filipe Vieira? O homem tem obra!


P.S. Obrigado à Ontiana Marta Mesquita.

Parabéns, Grande Presidente!

Parabéns a Luís Filipe Vieira pelos 10 anos como Presidente do Benfica.

De toda a vasta obra que trouxe ao nosso clube, destaco o facto de, em 10, ter conseguido perder apenas 8 Campeonatos e 9 Taças de Portugal. Com o sistema instalado - desde árbitros a dirigentes da Federação -, ter ganho em 10 anos 2 Campeonatos e 1 Taça de Portugal é de facto notável e merece toda a nossa consideração e agradecimento.

Outro grande feito que me parece consensual e irrefutável foi ter conseguido empatar com o Porto em títulos conquistados na Luz. Um para nós (2010), outro para eles (2011). Numa altura em que se fala tanto de hegemonia portista, gostava que me explicassem que hegemonia afinal é essa se, em 10 anos, eles ganharam o mesmo número de campeonatos na Luz que o Benfica ganhou.

Além disso, construiu passivo. Uma obra fantástica ao nível do endividamento: de 40 milhões em 2003 passou a praticamente 500 milhões de dívida. Disto ninguém fala e parece-me que revela bem toda a competência na área da gestão financeira: 10 anos, uma multiplicação maior do que 10x. Obrigado, Presidente.

Do betão - tantas vezes injustamente criticado por gente que não é benfiquista -, decido não falar por uma razão simples: numa manobra estratégica de grande monta, ainda nada está pago. Fintámos assim o Fisco e o Sistema, que já se preparavam para investir em força sobre os nossos pagamentos. Não pagando, ninguém sabe quanto dinheiro temos. Mais uma vez, notável.

Agradeçamos, portanto, ao nosso grande Presidente Vieira com um gesto colectivo de vénia sentida. Venham mais 10 para acabar de vez com isto!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Os gloriosos benfiquistas do Norte

Nenhum benfiquista pode estar feliz com o estado do clube. Apoiante ou crítico desta Direcção, feroz opositor ou solidário cúmplice destes e outros dirigentes dos últimos 20 anos, é impossível aos benfiquistas não levarem no coração uma mágoa milenar e sentida. Nas últimas duas décadas, o Benfica venceu 3 campeonatos nacionais; nos últimos 18 anos, 2; nos últimos 7, 1 campeonato. Não é bem o Benfica que aprendemos todos a viver, a amar e a seguir por essas estradas nacionais, fizesse chuva, torresmos, sol ou pães com chouriço.

A maior tristeza, ainda mais imponente do que a realidade de um inacreditável insucesso desportivo, prende-se, no entanto, com a perda paulatina dos valores do benfiquismo. Pior do que não ganhar é não ganhar vendo a mística do Benfica afundar-se num universo de disparates e mentiras, enganos, desvarios, humilhações, desrespeito aos fundadores. O Sport Lisboa e Benfica, mesmo perdendo, deve sempre manter os seus fundamentos de clube grandioso, popular, sério e humanista. Abdicando desta génese, não só continuará ganhando quase nada como se metamorfoseará em clube indigno. E isso é o que custa mais, na actualidade: ver o Benfica perder a memória do que foi. 

São vários os exemplos desta perda de valores, potenciada em grande dose pela actual Direcção. Escuso-me a elencá-los, já foram profundamente falados, debatidos, perscrutados. Limito-me apenas a versar sobre um dos que mais me magoa como benfiquista: a perda de noção de clube nacional por parte de muitos adeptos. Não são raros os ataques ao "povo do Norte", confundindo este glorioso povo com os "corruptos, os porcos" e demais epítetos que os adeptos do Benfica vão continuando a lançar, como se o nosso clube só tivesse apoio de Coimbra para Sul. É essa a maior vitória de Pinto da Costa: mais do que os títulos conquistados, conseguiu criar no seio dos adeptos benfiquistas, devidamente ajudado por Vieira e seus acólitos, a ideia de que no Norte só nos querem mal, esquecendo os milhões de adeptos e sócios que vivem e sentem Benfica como qualquer lisboeta, setubalense, escalabitano ou eborense. 

Nos tempos em que o Benfica era verdadeiramente Benfica, todos nós, das nossas cidades de interior, de Sul a Norte, íamos em direcção ao Estádio da Luz. Os bracarenses, os vimaranenses, os portuenses, os flavienses, os aveirenses, os conimbricenses, os alentejanos, os algarvios, os ribatejanos, todos de cachecol preso ao vidro do carro, ansiando pelo momento de chegar e ver o relvado, ver os nossos jogadores, o Estádio da Luz, o velhote da bandeira, o alentejano da águia. O Benfica cumpria o seu destino de clube transversalmente nacional e popular e todos nos juntávamos, de sotaques estranhos uns para os outros, só para ver a vitória. Só para viver Benfica. Comer Benfica. Falar Benfica. O sotaque do nosso Glorioso é o sotaque do humanismo, não há outro. É o da transcendência e da beleza; da amizade e da solidariedade. Somos do Benfica porque não faz sentido à nossa existência sermos de qualquer outro clube. E trocamos os B´s pelos V´s, falamos de forma mais pausada, dizemos "dé" ou "este caralho" ou "moss" ou "magano", "cimbalino" ou "bica", "fino", "buja", "jola", "fresquinha" e todos, na confusão dos dialectos, nos unimos pelo Benfica. 

Perder, como temos perdido, esta comunhão de afectos, criando guerras imaginárias entre regiões que vivem todas elas o clube, é perder o fundamento original do que foi, é e deverá ser sempre o Sport Lisboa e Benfica. Chamar "tripeiros" aos portistas é errado; tripeiros são os habitantes da maravilhosa cidade do Porto, maravilha mundial onde vivem tantos e tantos benfiquistas de alma e coração. Querer insultar pessoas, chamando-lhes "nortenhos", é não perceber nada do que o Benfica respira. É comprar o que Pinto da Costa tenta vender, o que Vieira, pobre de espírito, não sabe compreender. O Sport Lisboa e Benfica, este Glorioso clube, esta luz, este farol, este exemplo de desportivismo, liberdade e universalismo, é de todos e para todos. Foi construído pelas veias do amor, não pela mão nefasta das negras mãos da guerra e do ódio. 

Um dos Vice-Presidentes do nosso clube, ainda por cima portuense (devia perceber coisas simples), pede aos benfiquistas que usem da estratégia "olho por olho, dente por dente" para com a corrupção e criminalidade do poder portista. Rui Gomes da Silva nunca entenderá - como os apoiantes do que defende - o que é o Benfica. O nosso clube venceu por ser um farol para o futuro, um exemplo para o presente, uma memória essencial do passado. O Benfica não usa de vinganças nem copia ninguém. O único caminho que este clube deve percorrer é o de ser sempre fiel a si próprio. E assim ganhará, se souber respeitar-se. Afundar-se em imitações de outros clubes, procurar refugiar-se em acções violentas e sujas de outros, é afundar-se a si próprio num jogo que desconhece e que, por isso, o fará sempre perder mais e mais vezes. O Sport Lisboa e Benfica é luz; não tem trevas no seu coração.

Os gloriosos benfiquistas do Norte são tão benfiquistas como os gloriosos benfiquistas do Sul, do Oeste, do Este, do interior e do litoral. Não merecem ser conspurcados e confundidos com adeptos de outras instituições menos dignas apenas e só por viverem, com orgulho, nas suas regiões. De Caminha a Vila Real de Santo António, de Peniche a Elvas, de Chaves a Setúbal, de Beja a Viana do Castelo, de Coimbra a Faro, do Minho a Lisboa, de Setúbal ao Douro, de Trás-os-Montes a Sines, da Beira a Moura, de Santarém ao Alentejo, do Algarve ao Porto, Benfica. Benfica por todos os poros deste país. Benfica dentro das estradas e das árvores, das plantas e das casas, dos carros, das montanhas e serras, das ondas e dos mares, das cozinhas e lareiras deste país. Só dá Benfica. 

Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Macau, Goa, Damão e Dio, Índia, Estados Unidos, Timor, Austrália, Canadá, Suíça, Alemanha, Brasil, França, Holanda, Luxemburgo, Venezuela. Só dá Benfica. 

Chamo o benfiquista Mahatma Gandhi ao texto e despeço-me: «Olho por olho, e o mundo acabará cego».

O único Deus que existe


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Portização do Benfica, Capítulo 943.577.890.


Se o Benfica fosse uma Monarquia, Presimente Vieira seria quem ou o quê?

Estão a matar o futebol



Os tão propalados acontecimentos do passado Domingo junto ao estádio do Dragão, antes do jogo entre o SCP e FCP, são de uma gravidade extrema e devem gerar preocupação e precaução.

Ao contrário do que vou vendo, a atitude certa dos clubes não passa pelo sacudir de responsabilidades para a casa do vizinho, dizendo que estes ou aqueles não são adeptos do “meu clube”, mas sim do clube “deles”.

Este tipo de gente não tem clube, não gosta de futebol e apenas pretende semear o caos, a desordem e a violência, nada mais.

Aquela gente não foi ao estádio para apoiar o seu pretenso clube, não foi ao estádio para ver um jogo (até porque nem tinham bilhetes), não foram ao estádio para participarem da festa que o desporto rei é, ou deveria ser.

Aquele tipo de gente foi ali para exaltar ânimos, semear o pânico, incitar a violência, no fundo, aquele tipo de gente foi ali para matar o futebol.

Escrevo sobre isto mesmo que estes incidentes se tenham passado num local e num evento desportivo que em nada se relaciona com o Benfica, exactamente para reforçar que este tipo de situações não são estanques num determinado clube ou exclusivas de uma determinada região, o objectivo desta gente pode ser levado a cabo em qualquer evento desportivo ou em qualquer zona do país e estas chagas do nosso futebol são transversais a todos os clubes e prejudicam-nos a todos de igual forma.

Enquanto adeptos e dirigentes não perceberem que devem tratar estes assuntos de forma conjunta e sem olhar a clubismos, tendo sempre presente que todos saem prejudicados com isto, não vamos conseguir controlar e purgar o nosso futebol deste tipo de gente.

Este tipo de acto faz pior ao futebol que qualquer penalti mal assinalado ou golo mal invalidado, podem acreditar.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pacifico



O jogo e resultado de ontem com o Nacional foram assim, pacíficos. Como aqui escrevi antes do encontro, este era um jogo importantíssimo para darmos uma resposta que traduzisse fiabilidade para o futuro mais próximo e nos aproximasse de um ou dos dois nossos rivais no imediato.

O jogo decorreu sem grande alarido, com uma assistência melhor e mais entusiasta que no jogo com os Gregos para a Liga dos Campeões, a equipa respondeu de forma afirmativa, ainda que não tenha sido concludente.

Fizemos uma exibição “qb” e assim asseguramos 3 pontos que uma vez ganhos pouco traduzem, mas que se perdidos criariam um ambiente em torno da equipa e, acredito, entre a própria equipa muito difícil de sustentar e recuperar.

Não fomos esplendorosos ou esmagadores, mas soubemos chegar à vantagem e controlar o jogo e o tremendo desgaste físico que o jogo para a liga milionária havia deixado. Eu prefiro assim, eu prefiro vencer sempre por 2-0 que vencer muitas vezes por 5 ou 6, mas não ter maturidade para, nos momentos cruciais, vencer nem que seja por 1, e ontem a equipa soube ter essa maturidade, soube controlar o resultado da única forma segura de o fazer, ou seja, controlar o jogo controlando a bola. Gostei ainda mais da atitude da assistência que perante este desejo de controlo do resultado, e ao contrário de outras vezes, soube compreender e aplaudir os jogadores, este é o comportamento certo.

É ainda de registar e realçar a estreia do jovem Cavaleiro a titular na equipa do Benfica. Não marcou, não deslumbrou, mas deu mostras do que pode fazer. Ao contrário do que pensa Jorge Jesus, eu não achei que o jovem estivesse com um nervosismo por aí além, obviamente que o técnico conhecerá melhor o “menino” que qualquer um de nós, mas aqueles remates, aquelas tomadas de decisão são característica indelével de Cavaleiro, ele é assim, ele é rapidez, técnica e remate, sem isto não marcaria os golos que marcou ao serviço dos escalões jovens e da equipa B. Errou? Claro, mas nem Ronaldo, Messi ou… Ola John fazem tudo certo durante um jogo. Ainda tem muito para crescer? Obviamente, anormal seria que assim não fosse, agora há que dar continuidade à aposta no jovem para que continue a crescer e evoluir com a equipa.

Para finalizar fica o registo de mais uma lesão. O número de lesões aparentemente musculares tem atingido proporções, no mínimo, preocupantes. Não faço a mínima ideia sobre as razões de tanta lesão, nem sequer entro na discussão se tal será reflexo dos métodos de treino, mas que tanta lesão não é normal, isso não, e com o número que já atingimos esta época é impossível que não se estabeleça um padrão.