segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Jornalistas, façam-se homens!

O que eu gostava - mas gostava mesmo; é tão do domínio do mirífico que parece irreal... e é - era que, em vez destas briguinhas sem qualquer interesse para o futebol, todos os jornalistas que sofreram na pele as agruras de um sistema pintocostiano que dura há mais de 30 anos - naquela que é uma mancha vergonhosa na nossa democracia - se juntassem e contassem tudo.

Repito: contassem TUDO. E não estas meias-palavras, estas insinuações pobrezinhas, medos e temores lançados no facebook em modo disfarce. Sejam portistas, benfiquistas, sportinguistas, de que clube forem. CONTEM TUDO e sobre todos os clubes e Presidentes. Como pode um jornalista sério não desvendar o que sabe e o que sabe conspurcar o futebol? Não será esse o princípio da negação de si próprio?

E não é um que olvida; são muitos, centenas deles. Têm medo do quê, afinal? Ou, além do medo, o clubismo de alguns e a aceitação de métodos criminosos que noutras áreas da sociedade procuram divulgar, são mais importantes do que a verdade, a honestidade, a informação, a honra, a justiça, o brio, o orgulho, a dedicação, o juramento profissional?

CONTEM TUDO. Os adeptos de futebol anseiam por esse momento há décadas a fio. Juntem-se todos, cada um conta um episódio, no fim já ninguém sabe quem contou mas fica tudo contado. Façam uma eutanásia a vários mãos ao sistema - ninguém sairá culpado, entre os difusores da verdade. De uma vez por todas, dignifiquem o futebol e a vida.

6 comentários:

luis disse...

...homens ou mulheres!!
Contar muita coisa contou as "escutas". O pitoresco foi serem em fora de jogo disse a "lei".
Desportivamente a "denuncia" ainda é maior, porque foi aceite a punição desportivamente...e depois o que mudou???

Se no que se "escutou" e se "escuta" no youtube, tem lá algumas conversas de "relatórios"...

Então e o poder politico???
Da assertividade das "Leis" estamos conversados. "Vale" mas não é para todos.

Culturalmente deixa-se passar o tempo com "fados"...

Benfica Todos Tempos.

Nuno Pinho disse...

Os de azul continuam obcecados em dominar o futebol português. Todas as últimas notícias sobre o desafogo governativo em transmitir jogos de futebol em sinal aberto, a tentativa de destituir o presidente da Liga de Clubes e a sugestão de Rui Pedro Soares, próximo de Joaquim Oliveira, para a sucessão no cargo. Ainda há quem acredite em coincidências?
Os clubes elegeram Mário Figueiredo para presidente da Liga dos Clubes e, de repente, querem-no destituir porque este teve a coragem de apontar o dedo à Olivedesportos?
A leitura que faço é que há 14 clubes (menos um) que ignoram a péssima redistribuição das receitas televisivas e não apoiam a centralização dos direitos televisivos e regularização das apostas desportivas online, uma medida que lhes poderiam dar mais de 50 milhões de euros.
Isto faz algum sentido?
Uma coisa é um clube ter competência dentro de campo – e o FC Porto tem – mas depois há todos estes factores que numa Liga como a nossa, em que se joga tanto fora do campo, determinam quem ganha e quem perde.

ATF disse...

Nuno Pinho, mais grave do que a lei ter colocado as escutas em fora de jogo é o nosso presidente continuar a dar apoio e a colaborar com muitos ratos que as escutas descobriram. Pergunto: que moral tem o benfiquista que condena as escutas e depois vai votar no Vieira, o presidente que apoia o F Gomes (esta ou nao esta nas escutas?) e continuama trabalhar com o Jorge mendes (que nas escutas trata o Costa por presidente e onde se ouve bem a mafia entre esses al capone e o empresario lacaio).

Quem condena as escutas tem de condenar o Vieira ou entãp q se cale para sempre com as escutas.

Anónimo disse...

Missão impossível. As coisas não são lineares, como é óbvio. Muitos calam porque são naturalmente medrosos, outros calam porque já levaram nos costados ou conhecem alguém a quem isso aconteceu, outros ainda têm contas para pagar, por exemplo.

O poder tem esta mania de corromper as pessoas. Sem dares por ti, estás enfiado no sistema, afogado.

Claro que é possível fugir, mas é muito complicado.

Além disso, o nosso jornalismo tornou-se numa espécie de jornalismo à distância. Vivi a experiência de uma redacção de um diário desportivo, e já na altura (2002) era assim. Tudo sentado, à espera dos telefonemas amigos. Jornalismo de secretária, conheces?

Assim escreve-se o que as fontes querem. Não se pensa, não se cruza, não se investiga.

A malta nova depois já entra com aquele espírito vassalo, pouco há a fazer.

E as pessoas seriam capazes de falar se sentissem que a justiça estava do lado delas.

Mas quando se vive num país onde se recebem corruptos na AR, e onde ninguém vai preso por roubar dinheiro que é de todos nós, não podemos exigir que se arrisquem vidas por tão pouco.

Abraço.

Anónimo disse...

http://a-magia-do-futebol.blogspot.pt/2013/11/palavras-dos-outros-liv.html

DeVante disse...

Vão dizer tudo, um dia.
Infelizmente tal só virá a acontecer quando o Pinto estiver na mó de baixo e não constituir qualquer perigo para os bolsos e a integridade física dos jornaleiros.
É sempre assim...como me disse o meu pai, antes de 74, todos apoiavam Salazar. Depois de Abril, é tudo passou a ser anti-fascista desde pequenininho.