quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pizzi, o filme (Para quem goste de cinema)

Quem me conhece, sabe que sou um enorme fã de cinema e adoro uma boa saga! Star Wars, Indiana Jones, Batman, The Avengers, etc. Aqui no "Ontem..." tivemos também uma brilhante saga, realizada pelo José Moreira: Roberto, o filme. O argumento é co-escrito pela Direcção do Benfica. Com direito a parte I, II e III. Uma trilogia, em jeito quase documental, mas que também levanta interessantes questões! 

Outro termo cinéfilo é o spin off. Para quem não sabe, o spin off é quando uma personagem secundária de um filme (ou de uma série de TV) se destaca de tal modo que tem direito a ser personagem principal num filme em nome próprio, mas sempre com ligações à saga original. 

Para o caso em questão temos Pizzi, o filme! E se Roberto o filme era um thriller com um twist surpreendente, a revelação que afinal a personagem principal pertenceu sempre ao Benfica, quando nada o indicava, parece-me que desta feita temos uma obra de terror de consequências imprevisíveis! O argumento foi revelado hoje e promete impressionar os mais incautos. O Benfica adquiriu o Luís Miguel Afonso Fernandes por... 6M! Se isto não mete medo... Agora ficamos sem perceber, foi Roberto, veio Pizzi? Se Roberto tinha ido (supostamente) por 8,5M, o que é feito dos restantes 2,5M? E o Benfica fica apenas com 50% dos direitos económicos? Ou isto foi para saldar a dívida ao BE Plan? Mesmo assim não é algo... ruinoso? Não sei que fim terá este filme, mas o terror é puro! Seis milhões de euros por Pizzi? Que seguiu para a Catalunha por empréstimo! Bom, agora percebo quando JJ dizia que o jogador português era caro... 

Bem sei que muitos podem não ser fãs do estilo das produções dos Estúdios "Ontem...", os mesmos que adoram os argumentos da Direcção, mas apelo a esses que vejam o filme em todas as suas vertentes. E analisem bem esta história! Seis milhões por meio jogador? Pensem nisso!

PS: Em jeito de post-credit scene, do tipo filmes da Marvel, indago por onde andará Jan Oblak. Estranha-se o silêncio do clube. Espero que seja sinal de que as coisas estão... controladas! Mas a verdade é que temos um trabalhador em falta há mais de uma semana... E não vejo o empresário dele muito preocupado com o assunto. 

Deixem-se de rodriguinhos. Nós queremos é rodrigolos.

A portização do Porto


"Outros entreter-se-ão a meditar sobre torneios e troféus de particulares e sobre historiais de taças latinas dos tempos dos bisavós"


A ostentação da ignorância e o orgulho boçal pelo desprezo ao passado sempre foram características singulares dos pobres de espírito. No caso dos portistas - a sua generalidade, entenda-se -, não é diferente. A pobreza de espírito advém do facto de serem uns novos-ricos. Pior: novos-ricos através de actos corruptos. O que gera este híbrido sem quaisquer mais-valias: nem tem a dignidade e a ancestralidade dos valores nem, porque é corrupto, o mérito da riqueza que angariou.

A Taça Latina tem um peso na História das Competições Europeias extraordinário. Foi ela que originou a Taça dos Clubes Campeões Europeus, foi ela que, pela primeira vez, juntou, a um nível já condizente com o prestígio que ainda hoje exibe, grandes equipas e uma competitividade nunca antes vista. O mérito da conquista, esse pertence ao Benfica (e a Barcelona, Real Madrid, Milan, Stade de Reims), mas todos os que nela participaram e todos os que a quiseram no seu museu merecem, sem sombra de dúvidas, todos os elogios e o nosso respeito. Falar em "taças latinas dos tempos dos bisavós", além de uma profunda estupidificação da alma e de um orgulho imbecil em ser-se verdadeiramente mentecapto, é faltar ao respeito ao futebol. Não surpreende, é certo: um adepto de um clube que sempre faltou à verdade desportiva compreende-se que tenha outros princípios, seguramente mais dignos e menos antiquados.

Desprezo pela História, ignorância e orgulho boçal nestas premissas. É isto o adepto portista comum. Não espanta: se o próprio clube, corrompido transversalmente por caciques corruptores, promove a ignorância e o desprezo pela verdade, seriam os novos adeptos a pugnar por outros valores? Basta o exemplo que, no fundo, explica tudo: a mentira e a falsidade são tais que até a data de fundação foi corrompida. Haveria melhor forma de explicar ao mundo o que o Futebol Clube do Porto de Pinto da Costa é?

A portização do Benfica (II)

Os sinais têm vindo a ser evidentes ao longo dos largos anos de miséria existencial em que está metido o Benfica. Começou no princípio dos anos 90, aumentou exponencialmente no final dessa década e atingiu o apogeu nos 13 anos de Vieira no Benfica: os benfiquistas estão cada vez mais parecidos com os portistas no que concerne à submissão acrítica ao líder e sobretudo à forma como preferem desconversar a encarar de frente actos indignos de quem dirige o clube. Dizem que assim defendem o Benfica, uma teoria tão rocambolesca ("vamos todos mentir sobre o que andam a fazer ao Benfica para os adversários não saberem") como réplica do que andam os adeptos do Porto a fazer e a dizer há 30 anos. Que nem se apercebam disso só diz do nível profundo de cegueira e incongruência em que andam inundados.

Até 2009, eu era um benfiquista como todos os outros: triste com a situação desportiva do clube, interrogando-me sobre o paradeiro do Benfica depois daquele autêntico furacão que varreu o clube nas Administrações de Damásio e Vale e Azevedo. Eu era um benfiquista agradecido a Vilarinho e a Vieira por terem recuperado algum do Benfica que estava perdido e quase morto. Estranho, não é? Eu agradecido a Vieira (esse meu ódio de estimação, segundo alguns)? Não pode ser! Pode, pode ser. A lucidez que mantive desde 2009 já a tinha antes: é isso que é difícil de compreender a quem passa o tempo mais preocupado em atacar a opinião dos outros e a defender o seu líder do que a encarar os factos de frente e a, sim, defender o Benfica. Porque defender o Benfica não é dizer que sim a tudo, não é sugerir essa ideia absurda de que "quem lá está é que sabe e merece sempre o meu apoio". Nesse caso, perguntemos a esses benfiquistas: Vale e Azevedo mereceu o vosso apoio? Provavelmente, mereceu. Hoje é que estão esquecidos e já ninguém votou nele. Um clássico que conhecerá nova saga daqui a uns tempos, quando já ninguém tiver votado em Viera. Mas agora há internet, meus caros. Cuidado, muito cuidado. Não vai dar para bicicletas.

E então o que foi que mudou em 2009? Mudou a História do Benfica. Perdeu-se a História democrática do Benfica. Vieira foi o autor do crime - não lhe tenho ódio; tenho demasiado amor ao Benfica e à sua História para conseguir aceitar um acto torpe dessa dimensão; a partir dali, para mim era simples: Vieira não merecia ser Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Com a antecipação de eleições de forma a evitar concorrência, Vieira manchou indelevelmente a tradição democrática deste clube. Um clube que, desde a sua fundação, sofreu por manter-se fiel à liberdade de pensamento, de livre arbítrio, de respeito pelos seus sócios e adeptos, um clube verdadeira e totalmente democrático. Antecipar eleições para evitar concorrentes é o acto mais grotesco que o Benfica teve desde 1904 por parte de um Presidente. Aceitar isto como normal? Relativizar, fingir que não vi, meter o pó para dentro da gaveta? Lamento, mas não. Quem prefere não ter princípios faça bom proveito, mas deixe-se ficar no seu cantinho. Não venha querer convencer-me - muito menos com insultos, desconhecimento do clube, insinuações de gente que nunca teve educação na vida - de que estão a defender o Benfica. Estão a defender uma pessoa, não o clube. Um dia talvez o venham a perceber de forma clara.

O que faz um gesto desta dimensão? Podíamos pensar que teria sido uma falha, um pequeno acidente de percurso. Era evidente no próprio dia em que aconteceu esse atentado ao Benfica que aquilo não era um pormenor; aquilo era o princípio dos anos ditatoriais de Vieira. Como um tirano, construiu até 2009 as bases para que a partir dali, já com a lavagem cerebral a uma maioria de adeptos completada, usar o Benfica como quisesse. E foi o que aconteceu: as mentiras sucederam-se (dava-se ao luxo de, num espaço de uma semana, falar em temas estruturais do clube de forma completamente contrária à ideia primeira que tinha defendido); começou a gerar um clima de perseguição aos que discordavam da sua Direcção, atiçou os adeptos para isso (quem não se lembra dos discursos sobre papagaios, garotões, abutres?); preparou convenientemente a mudança de estatutos para tão absurdos requisitos que ele próprio - sócio há pouco mais de uma década, ao contrário do que diz (só mais uma mentira no largo rol) - não os cumpre, ao mesmo tempo que inviabilizava a possibilidade de Rui Costa poder ser candidato à Presidência. Apoiou - por duas vezes! - o corrupto Fernando Gomes para os órgãos de poder, não abdicou das relações com Salvador e Joaquim Oliveira, sentando-os na tribuna presidencial do Estádio da Luz ou indo fazer estágios para a Pedreira dias depois de os nossos adeptos e jogadores terem sido insultados e agredidos num Braga-Benfica; prometeu, prometeu, prometeu coisas - quase nada cumpriu e o que cumpriu foi sempre muito depois das datas estabelecidas - o Museu é só mais um exemplo. Nas últimas eleições, achou que os sócios e adeptos nem mereciam ter um debate entre os candidatos - claro, para quê? Ia ganhar de qualquer forma, democracia, discussão, argumentos, ideias, projectos? Não é preciso, a malta vai em força votar e dizer "Carrega, Benfica" e "é preciso é apoiar". 

As pedras da calçada, o Vale e Azevedo - este argumento valerá quantos anos mais? É que já passaram 13 -, a corrupção - que ele inquivocamente apoia - foram só três esteios da argumentação que foi difundida e prontamente aceite pelos seus admiradores. Todo o conceito filosófico está lá: preceitos ditatoriais à vista de todos. Quase ninguém via, quase ninguém queria ver, mais preocupados em atacar outros benfiquistas ou em falar nos árbitros e na corrupção - que, a propósito, não sei se já repararam, o Presidente apoia inequivocamente. Ninguém via nem queria ver - uns porque não sabiam mais; outros porque lhes interessava - desde tachistas blogosféricos a espinhas-tortas que saíram da oposição para serem comprados a troco de umas Vice-Presidências ou lugares na estrutura. Tudo isto se foi passando nestes últimos 4 anos enquanto alguns iam alertando "malta, olhem bem para a coisa, isto não é normal". Ninguém queria saber, ninguém queria ver.

Em simultâneo com a ascenção do cacique Vieira, ia-se cumprindo a incompetência extrema em termos desportivos, as negociatas estranhas (2 anos depois acordaram para o negócio Roberto? Boa para vocês, mas acho que deviam apoiar o Benfica e meter mais esta para dentro da gaveta), o enriquecimento pessoal do líder. Tudo sob o manto de um Benfica cada vez mais pujante, quase-quase a ganhar coisas. Faltava só um bocadinho. Aquele bocadinho que dá sempre para justificar com factores sobrenaturais, esotéricos, paranormais - este ano foi o minuto 92 (maldito sejas, minuto 92!, se não fosses tu tínhamos ganho tudo); o ano passado foi a arbitragem em Coimbra. No outro foram as primeiras três jornadas e antes do Jesus foi a incompetência dos treinadores - que o Vieira tinha escolhido e queimado mas isso não interessa nada. No fundo, Benfica-Benfica só existe desde 1994 se for para justificar o insucesso desportivo com o Vale e Azevedo e desde 2009 se for para justificar o insucesso desportivo com os árbitros e esse estranho esoterismo do minuto 92.

Tenho uma novidade para vocês: nasceu em 1904, tem um palmarés invejável em termos mundiais (e, espantem-se, o Vieira não tem nada a ver com isto), sempre se pautou por servir e aproveitar o amor, a solidariedade, o empenho, a dedicação dos seus associados, adeptos e simpatizantes, manteve-se fiel aos seus princípios democráticos enquanto o país era varrido por um cacique beato que até o nosso Hino e a nossa cor quis eliminar do mapa. O Benfica, o Sport Lisboa e Benfica, é um clube de uma dimensão planetária vindo de origens humildes - é essa a sua força, é essa a sua génese, é isso que o faz sobreviver. Colocá-lo sob o jugo de um tiranozinho sem noção do que é este clube é matar-lhe a alma, é aniquilar-lhe a mística, é destruir-lhe a existência. 

O Benfica hoje é um clube sem identidade - perdeu a que tinha para entrar numa espiral de equívocos, entre o completo insucesso desportivo e a imitação de procedimentos à Pinto da Costa. A portização dos seus adeptos é uma realidade evidente para quem observa a forma como uma larga maioria dos benfiquistas vai aceitando todos estes ataques à tradição democrática do Benfica. A legitimidade de crítica aos portistas por aceitarem títulos corrompidos todos os dias se perde neste colectivo devaneio em que uma larga maioria de benfiquistas entrou, defendendo as acções do seu Presidente como se nada fosse, como se tudo fosse possível. Mas não se enganem: fingindo não ver, escudando-se em desconversas, refugiando-se em argumentos sem sentido, estão a defender única e simplesmente Luís Filipe Vieira, nada mais. E, por favor, nunca digam que estão a defender o Benfica, que a História do nosso clube não merece tamanhas barbaridade e desconsideração.



Melgarejo: Então mas...

Um dos assuntos mais falados há um ano por esta altura era Melgarejo. Face à inépcia da SAD em encontrar um lateral esquerdo decente há anos, Jorge Jesus, depois de "teimar" em Emerson, "descobriu" então Melgarejo! Era por demais óbvio que o brasileiro era um elemento sem categoria para o nosso clube. Ainda assim, muitos insistiam que brasileiro era bom e precisava de tempo. E era tão bom, que foi despachado para a Turquia... Mas nesse momento já ninguém se lembrou mais do brasileiro. Pelo meio, exibições descoloridas, roçar o patético e pontos perdidos... 

Entra em cena Melgarejo! Um jogador que, a extremo esquerdo, mostrou qualidades no Paços de Ferreira, era o novo Fábio Coentrão para muitos. O que muitos esqueceram foi que o "Caxineiro" não pegou logo de estaca, nem foi logo empurrado para lateral. Fez jogos na defesa, outros no ataque, até se fixar na actual posição. A meio de 2009/10, sensivelmente. Já com Melgarejo, muita gente, inebriada com as capacidades de JJ em adaptar jogadores, defendeu o paraguaio com unhas e dentes! Completamente cegos aos factos: Coentrão nunca poderia ser termo de comparação, pelos motivos descritos acima, e porque os jogos de pré-época do paraguaio foram sofríveis! Claro que no decorrer da temporada o paraguaio subiu uns pontos (pudera), mas nunca andou perto do nível exibicional e de regularidade que se exige a um defesa do Benfica. Ainda assim, para muitos, o paraguaio era um lateral espantoso. E os demais tinham que ser cegos às suas falhas, porque... tinha de se apoiar! Longe vão os tempos de exigência do 3º Anel... Mesmo que um jogador não atinja nem de longe ou de perto o nível pretendido para o Benfica, é apoiar e mai'nada. Chega ao fim da temporada, leva um chuto e ninguém se lembra! Roberto, Emerson e agora, ao que parece, Melgarejo. 

Ao que consta, Melgarejo está a caminho do Liverpool. Por empréstimo. Com uma cláusula de compra... 10M, menos 20M sobre a de rescisão. Melgarejo, tal como Roberto ou Emerson, as teimas pessoais de JJ, vai abandonar o nosso clube sem deixar saudades a ninguém. Nem saudades, nem dinheiro que se veja. Mas deixa sobretudo custos desportivos, fruto das suas exibições pouco conseguidas. No entanto, tivemos de apoiar... E pergunto de novo: e a exigência? Sim, vai para o Liverpool. Mas... vai emprestado! Com uma cláusula de 10M... E convenhamos que os "Reds" estão longe de ser o destino apetecível que eram outrora.

O senhor que se segue na lateral esquerda é Bruno Cortez. Ou Sílvio. Será que ao terceiro lateral que é de vez? Ou não há dois sem três fracassos? E para já os sinais são para... mais do mesmo! Aos 26 anos, vir um lateral brasileiro por empréstimo? Cheira a falhanço que chateia. E as suas exibições, na linha das de Emerson e Melgarejo, são medíocres. No entanto, mais uma vez, não podemos ser exigentes... E os custos desportivos estão aí a chegar. 

Pois é, Melgarejo está de saída e não vejo milhões a abundar para o nosso clube... Nem vejo muitas saudades.

PS: Ao que parece, Urreta está de saída. Um desperdício! O uruguaio mostrou enormes qualidades que bem exploradas podiam ajudar e muito o Benfica. Opção de emergência de JJ, fez um jogaço ante o Nacional e depois... desapareceu. Sem que se consiga explicar. E depois volta a aparecer durante uns minutinhos em jogos decisivos. Isto é acreditar num jogador? Mais: o dinheiro gasto em extremos não podia ser aplicado num... lateral de qualidade??

Roberto, o filme III



Ponto prévio – O meu texto “Roberto, o filme II”, foi escrito durante a madrugada do dia 30 de Julho de 2013, logo, antes da emissão do comunicado do Benfica, sendo que agendei a sua publicação automática para as 10H00 do mesmo dia, hora a que o Benfica já havia publicado esse mesmo comunicado enviado à CMVM. Por isso, ainda que enquadre o sucedido, apresento as minhas desculpas.


Hoje, 4 dias depois da 2ª transferência de Roberto, o Benfica publica o comunicado enviado à CMVM, na sequência do pedido de esclarecimentos feito por aquela entidade, relativamente à transferência citada:




Antes de mais, é justo realçar que a SAD do Benfica achou necessária a publicação do comunicado, para esclarecimento dos sócios e adeptos, ainda que esta devesse ser a regra e não a excepção, ainda que este esclarecimento devesse ser desnecessário porque as acções deveriam ser claras desde a primeira hora.


Analisando o comunicado, a Benfica - SAD começa por referir que, devido ao incumprimento do pagamento acordado com a BE Plan, readquiriu a totalidade dos direitos desportivos e económicos de Roberto, por via de uma das garantias inerentes ao acordo de compra/venda (o que só acho bem). Resta perguntar, quando aconteceu essa reaquisição dos direitos económicos e desportivos e porque não foi comunicada, tendo sido necessária a intervenção da CMVM para que fosse divulgada e comunicada?


Pode ainda ficar a dúvida da quantidade do valor em falta, uma vez que a nova cedência, desta vez ao Atlético de Madrid, se cifrou nos 6 milhões de euros, quando a cedência dos direitos económicos à BE Plan se havia cifrado por volta dos 8.6 milhões de euros. Ou seja, o valor em falta é de 2.6 milhões de euros (resultado da diferença de valores)? É superior, havendo por isso uma desvalorização do activo? Ou é inferior havendo assim uma valorização? Isto é, quanto é que o Benfica, em concreto, recebeu da BE Plan?


Ao anunciar que readquiriu os direitos económicos e desportivos de Roberto, onde é que o Benfica enquadra as declarações do guardião Espanhol que afirma “Na realidade estive sempre vinculado ao Benfica até agora, por isso até se falou da possibilidade de regressar”?


A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, ao informar que a totalidade dos direitos económicos do atleta, foram transferidos para o Club Atlético de Madrid SAD, esquece-se de referir onde e como entra o negócio “Pizzi” nisto tudo. Por quanto foi adquirido? O Benfica ficou com 50% do passe pelos 6 milhões de euros pelos quais transferiu, novamente, Roberto, o que faz de Pizzi um jogador avaliado em 12 milhões? O que faz do Benfica um clube que empresta jogadores de 12 milhões? Se os tais 50% do passe do jogador não valeram os tais 6 milhões, quanto valeram? Quanto destes 6 milhões serão liquidados em numerário? Se os 50% do passe de Pizzi foram avaliados por 6 milhões, quer dizer que o Benfica vende o mesmo jogador 2 vezes e em nenhuma recebe dinheiro? Ou se recebe, quanto?

Para finalizar, deixo aqui a opinião de um tal Pedro Santos Guerreiro (homem pouco esclarecido e ainda menos conhecedor destas matérias) quem em 2011 opinou sobre o caso Roberto, coisa que lhe valeu um processo em tribunal movido pelo Benfica que, diga-se, viria a ser arquivado:

http://www.record.xl.pt/opiniao/interior.aspx?content_id=710637&author=PEDRO+S.+GUERREIRO


Ao contrário do que um ou outro (pouco) anonimo possa pensar, esta sequência de post’s não redundou num fiasco, bem pelo contrário. O meu objectivo foi sempre fazer pensar quem possa e queira, não o de criticar “porque sim”. Como é absolutamente indesmentível e está demonstrado nos 3 textos, todo este processo é obscuro e encerra contradições que não podem ser encaradas como normais num clube que queremos serio e digno. São demasiadas as dúvidas que se levantam ao longo de todo o processo, são demasiadas as lacunas de informação. Se depois de tudo isto, ainda houver quem ache que foi tudo absolutamente normal e não há forma possível de ser levantada uma dúvida que seja, então perderá toda a legitimidade moral para questionar os meios e actos de qualquer Vale e Azevedo ou Pinto da Costa desta vida e demonstrará a sua índole e desconhecimento do que é o Sport Lisboa e Benfica e os seus 109 anos de história.


Perifraseando uma frequentadora da “casa” no espaço que temos no facebook (Raquel Segurado): “Tantas perguntas e tão poucas respostas… Parecemos o cavalinho a andar atrás da cenoura, quando achamos que temos a resposta lá, se adianta a cenoura mais um bocadinho…”

terça-feira, 30 de julho de 2013

A portização do Benfica

Os sinais têm vindo a ser evidentes ao longo dos largos anos de miséria existencial em que está metido o Benfica. Começou no princípio dos anos 90, aumentou exponencialmente no final dessa década e atingiu o apogeu nos 13 anos de Vieira no Benfica: os benfiquistas estão cada vez mais parecidos com os portistas no que concerne à submissão acrítica ao líder e sobretudo à forma como preferem desconversar a encarar de frente actos indignos de quem dirige o clube. Dizem que assim defendem o Benfica, uma teoria tão rocambolesca ("vamos todos mentir sobre o que andam a fazer ao Benfica para os adversários não saberem") como réplica do que andam os adeptos do Porto a fazer e a dizer há 30 anos. Que nem se apercebam disso só diz do nível profundo de cegueira e incongruência em que andam inundados.

Até 2009, eu era um benfiquista como todos os outros: triste com a situação desportiva do clube, interrogando-me sobre o paradeiro do Benfica depois daquele autêntico furacão que varreu o clube nas Administrações de Damásio e Vale e Azevedo. Eu era um benfiquista agradecido a Vilarinho e a Vieira por terem recuperado algum do Benfica que estava perdido e quase morto. Estranho, não é? Eu agradecido a Vieira (esse meu ódio de estimação, segundo alguns)? Não pode ser! Pode, pode ser. A lucidez que mantive desde 2009 já a tinha antes: é isso que é difícil de compreender a quem passa o tempo mais preocupado em atacar a opinião dos outros e a defender o seu líder do que a encarar os factos de frente e a, sim, defender o Benfica. Porque defender o Benfica não é dizer que sim a tudo, não é sugerir essa ideia absurda de que "quem lá está é que sabe e merece sempre o meu apoio". Nesse caso, perguntemos a esses benfiquistas: Vale e Azevedo mereceu o vosso apoio? Provavelmente, mereceu. Hoje é que estão esquecidos e já ninguém votou nele. Um clássico que conhecerá nova saga daqui a uns tempos, quando já ninguém tiver votado em Viera. Mas agora há internet, meus caros. Cuidado, muito cuidado. Não vai dar para bicicletas.

E então o que foi que mudou em 2009? Mudou a História do Benfica. Perdeu-se a História democrática do Benfica. Vieira foi o autor do crime - não lhe tenho ódio; tenho demasiado amor ao Benfica e à sua História para conseguir aceitar um acto torpe dessa dimensão; a partir dali, para mim era simples: Vieira não merecia ser Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Com a antecipação de eleições de forma a evitar concorrência, Vieira manchou indelevelmente a tradição democrática deste clube. Um clube que, desde a sua fundação, sofreu por manter-se fiel à liberdade de pensamento, de livre arbítrio, de respeito pelos seus sócios e adeptos, um clube verdadeira e totalmente democrático. Antecipar eleições para evitar concorrentes é o acto mais grotesco que o Benfica teve desde 1904 por parte de um Presidente. Aceitar isto como normal? Relativizar, fingir que não vi, meter o pó para dentro da gaveta? Lamento, mas não. Quem prefere não ter princípios faça bom proveito, mas deixe-se ficar no seu cantinho. Não venha querer convencer-me - muito menos com insultos, desconhecimento do clube, insinuações de gente que nunca teve educação na vida - de que estão a defender o Benfica. Estão a defender uma pessoa, não o clube. Um dia talvez o venham a perceber de forma clara.

O que faz um gesto desta dimensão? Podíamos pensar que teria sido uma falha, um pequeno acidente de percurso. Era evidente no próprio dia em que aconteceu esse atentado ao Benfica que aquilo não era um pormenor; aquilo era o princípio dos anos ditatoriais de Vieira. Como um tirano, construiu até 2009 as bases para que a partir dali, já com a lavagem cerebral a uma maioria de adeptos completada, usar o Benfica como quisesse. E foi o que aconteceu: as mentiras sucederam-se (dava-se ao luxo de, num espaço de uma semana, falar em temas estruturais do clube de forma completamente contrária à ideia primeira que tinha defendido); começou a gerar um clima de perseguição aos que discordavam da sua Direcção, atiçou os adeptos para isso (quem não se lembra dos discursos sobre papagaios, garotões, abutres?); preparou convenientemente a mudança de estatutos para tão absurdos requisitos que ele próprio - sócio há pouco mais de uma década, ao contrário do que diz (só mais uma mentira no largo rol) - não os cumpre, ao mesmo tempo que inviabilizava a possibilidade de Rui Costa poder ser candidato à Presidência. Apoiou - por duas vezes! - o corrupto Fernando Gomes para os órgãos de poder, não abdicou das relações com Salvador e Joaquim Oliveira, sentando-os na tribuna presidencial do Estádio da Luz ou indo fazer estágios para a Pedreira dias depois de os nossos adeptos e jogadores terem sido insultados e agredidos num Braga-Benfica; prometeu, prometeu, prometeu coisas - quase nada cumpriu e o que cumpriu foi sempre muito depois das datas estabelecidas - o Museu é só mais um exemplo. Nas últimas eleições, achou que os sócios e adeptos nem mereciam ter um debate entre os candidatos - claro, para quê? Ia ganhar de qualquer forma, democracia, discussão, argumentos, ideias, projectos? Não é preciso, a malta vai em força votar e dizer "Carrega, Benfica" e "é preciso é apoiar". 

As pedras da calçada, o Vale e Azevedo - este argumento valerá quantos anos mais? É que já passaram 13 -, a corrupção - que ele inquivocamente apoia - foram só três esteios da argumentação que foi difundida e prontamente aceite pelos seus admiradores. Todo o conceito filosófico está lá: preceitos ditatoriais à vista de todos. Quase ninguém via, quase ninguém queria ver, mais preocupados em atacar outros benfiquistas ou em falar nos árbitros e na corrupção - que, a propósito, não sei se já repararam, o Presidente apoia inequivocamente. Ninguém via nem queria ver - uns porque não sabiam mais; outros porque lhes interessava - desde tachistas blogosféricos a espinhas-tortas que saíram da oposição para serem comprados a troco de umas Vice-Presidências ou lugares na estrutura. Tudo isto se foi passando nestes últimos 4 anos enquanto alguns iam alertando "malta, olhem bem para a coisa, isto não é normal". Ninguém queria saber, ninguém queria ver.

Em simultâneo com a ascenção do cacique Vieira, ia-se cumprindo a incompetência extrema em termos desportivos, as negociatas estranhas (2 anos depois acordaram para o negócio Roberto? Boa para vocês, mas acho que deviam apoiar o Benfica e meter mais esta para dentro da gaveta), o enriquecimento pessoal do líder. Tudo sob o manto de um Benfica cada vez mais pujante, quase-quase a ganhar coisas. Faltava só um bocadinho. Aquele bocadinho que dá sempre para justificar com factores sobrenaturais, esotéricos, paranormais - este ano foi o minuto 92 (maldito sejas, minuto 92!, se não fosses tu tínhamos ganho tudo); o ano passado foi a arbitragem em Coimbra. No outro foram as primeiras três jornadas e antes do Jesus foi a incompetência dos treinadores - que o Vieira tinha escolhido e queimado mas isso não interessa nada. No fundo, Benfica-Benfica só existe desde 1994 se for para justificar o insucesso desportivo com o Vale e Azevedo e desde 2009 se for para justificar o insucesso desportivo com os árbitros e esse estranho esoterismo do minuto 92.

Tenho uma novidade para vocês: nasceu em 1904, tem um palmarés invejável em termos mundiais (e, espantem-se, o Vieira não tem nada a ver com isto), sempre se pautou por servir e aproveitar o amor, a solidariedade, o empenho, a dedicação dos seus associados, adeptos e simpatizantes, manteve-se fiel aos seus princípios democráticos enquanto o país era varrido por um cacique beato que até o nosso Hino e a nossa cor quis eliminar do mapa. O Benfica, o Sport Lisboa e Benfica, é um clube de uma dimensão planetária vindo de origens humildes - é essa a sua força, é essa a sua génese, é isso que o faz sobreviver. Colocá-lo sob o jugo de um tiranozinho sem noção do que é este clube é matar-lhe a alma, é aniquilar-lhe a mística, é destruir-lhe a existência. 

O Benfica hoje é um clube sem identidade - perdeu a que tinha para entrar numa espiral de equívocos, entre o completo insucesso desportivo e a imitação de procedimentos à Pinto da Costa. A portização dos seus adeptos é uma realidade evidente para quem observa a forma como uma larga maioria dos benfiquistas vai aceitando todos estes ataques à tradição democrática do Benfica. A legitimidade de crítica aos portistas por aceitarem títulos corrompidos todos os dias se perde neste colectivo devaneio em que uma larga maioria de benfiquistas entrou, defendendo as acções do seu Presidente como se nada fosse, como se tudo fosse possível. Mas não se enganem: fingindo não ver, escudando-se em desconversas, refugiando-se em argumentos sem sentido, estão a defender única e simplesmente Luís Filipe Vieira, nada mais. E, por favor, nunca digam que estão a defender o Benfica, que a História do nosso clube não merece tamanhas barbaridade e desconsideração.



Pizzi & Sidnei: É isto?!

Prólogo: Sidnei, aquando da sua primeira época no Benfica, prometeu e muito! Apesar da sua jovem idade, fez bons jogos e mostrou ser um jogador de qualidade. Mas depois o que se passou? Cabeça? Fracos treinaodores? Pizzi mostrou, sobretudo no Paços de Ferreira ser um jogador com qualidade. Ou seja, falamos de dois atletas com valor. E não por esta novela que vou mudar de opinião sobre ambos!

Ora bem, no aftermath da novela Roberto, temos que Pizzi "passou" para o Benfica para acabar de pagar o Roberto. É isso? "Recuperada a titularidade dos direitos, foram os mesmos transferidos a título definitivo para o Club Atlético de Madrid SAD pelo montante de € 6.000.000 (seis milhões de euros)..." Ou temos que Pizzi "paga" o Roberto? Apesar das explicações à CMVM, alguém percebe o propósito de vir lá a ida do "Franguerto" para a Grécia? E Pizzi não é mencionado porquê?


Se Roberto nunca abandonou o Benfica, não deveria isso ter sido explicitado em tempo à CMVM? E por outro lado, a transferência de 6M é o quê? Dinheiro para os cofres do clube ou vem em forma de Pizzi? É que corrijam-me se eu estiver enganado, mas o Benfica acaba de emprestar entre 11 a 13 milhões de euros ao Español! Digam-me: acham que o futebol português tem pujança para isto? Se a isto juntarmos, Jara, Yannick e Carlos Martins temos mais 10M de euros a desvalorizar diariamente na B. Corrijam-me lá os valores se eu estiver errado... O total (só) deste parágrafo será sempre superior 20M de euros. Façamos contas: quantas subscrições da Benfica TV serão precisas para pagar isto? Quantos bilhetes vendidos de museu? E estes 20M não teriam servido, desde que saiu Léo (ou desde Coentrão), para comprar um lateral esquerdo de inegável qualidade? 



Acham que o Sport Lisboa e Benfica, no contexto do país em que temos, vai aguentar estas loucuras mais quanto tempo? Se DSO diz à boca cheia durante o ano que não precisamos de vender e depois... no defeso, bye bye vedetas! Quando as contas apontam sempre para a necessidade de encaixes na ordem dos 40/50M? Quem explica, com lógica, estes gastos e empréstimos sem critério de Pizzi? E Sidnei, como pode gastar o Benfica 5M num defesa central, sem ter a certeza que este vai render? Ou sem ter feito o necessário para reabilitar o jogador?  


Epílogo: Para que fique esclarecido de uma vez. Quando critico o presidente do Benfica, sff parem de dizer para eu olhar para o que era o clube há 10 atrás! Eu sei! Que se saiba, o SLB tem mais de 100 anos! E Vieira tem sensivelmente um décimo do tempo de vida do clube como presidente! Será que não estamos no direito de exigir vitórias? Contínuas? Quando falo de Vieira, falo de FUTEBOL! Strictu sensuSerá que Vieira não tinha conseguido todos os feitos "em cimento" no clube, colocando na liderança da SAD um homem competente, sagaz e de confiança, capaz de, através de todas as infraestruturas "vieiristas", levar a nossa equipa de futebol ao sucesso?? Se o tivesse feito, corria o sério risco de ficar conhecido como o melhor presidente de sempre! 

Roberto, o filme II



Como será do conhecimento de todos ou, pelo menos, da maioria, a CMVM (qual braço visível dos abutres) pediu, novamente, explicações ao Benfica sobre, novamente, a transferência de Roberto:




O Sport Lisboa e Benfica, através do seu director de comunicação, João Gabriel, confirmou esse mesmo pedido de esclarecimentos feito pela CMVM, informando ainda que o clube já o havia feito, apesar de ter até à manhã de hoje para o realizar:




Porém, desconhece-se o conteúdo do esclarecimento, ainda que saibamos que foi feito:




Curiosamente, esta comunicação à CMVM, ao contrário de tantas outras que anunciam compras ou vendas fantásticas, não foi feita via comunicado público, desconhecendo-se mesmo em que moldes terá sido efectuado, ainda que não se duvide.


Espera-se agora, por um novo esclarecimento, mas desta vez publico, para que esse mesmo aclarar da situação chegue a todos os sócios e adeptos. Sim a esses mesmos, a todos os sócios e adeptos, esses que pagam quotas, subscrevem a BenficaTv, compram camisolas, compram um lugar na Praça Centenarium, aderem ao Redpass, vão ao estádio, viajam por essa Europa fora só para ver o Benfica, apoiam e sofrem que, no fundo, ajudam a sustentar economicamente o clube e sustentam emocionalmente o maior clube de Portugal, pois sem eles, sem a sua fé, a sua devoção, a sua MISTICA, não haveria comunicados nem esclarecimentos a fazer à CMVM, pois não haveria Sport Lisboa e Benfica.


Mas, enquanto esperamos pelos esclarecimentos públicos da SAD do Benfica, podemos saber, através do próprio jogador, que Roberto nunca deixou de estar vinculado ao Benfica, tendo-se até considerado o seu regresso ao clube:




Mas tudo isto faz sentido, tudo isto é normal, tudo isto é aceitável no Benfica de hoje…


Aos que se sentem perseguidos pela CMVM, aos que advertem que só o Benfica é “alvo” dos pedidos de esclarecimento por parte daquela entidade reguladora e “argumentam”, ironicamente, que nos outros clubes deve ser tudo transparente, eu gostaria de advertir que o principal, até acho que único, argumento dos listados quando são confrontados com o apito dourado e suas escutas, é semelhante, dizendo que não é só o seu clube que corrompe árbitros e que os outros também o fazem. E porque dizem isto? Porque não há mais nada que possam argumentar perante a evidência e não conseguem ser mais que ridículos. Por achar que somos diferentes, por achar que somos intelectualmente superiores a esta vulgaridade, exorto-vos, sejam diferentes!

Ouvi 120.000?

Numa altura em que os benfiquistas estão divididos como nunca - arrisco dizer que nunca se viu, na História do Benfica, um ambiente tão adverso entre os adeptos: insultos, provocações, insinuações soezes, ameaças, mentiras, faltas de respeito, todo um leque de anormalidades entre benfiquistas -, o único tema que parece conseguir abarcar todos num só objectivo parece ser o da Benfica TV e da imperiosa necessidade de fazer crescer o canal a níveis que assegurem ao clube a independência financeira, desportiva e social que nos últimos largos anos não teve. 

O mote foi dado, os benfiquistas responderam, respondem e responderão de forma clara: queremos a Benfica TV com força suficiente para libertar o clube de quaisquer dependências nefastas a jogos de interesses duvidosos. Claro que falta abdicar de outras teias (o apoio, Presidente, o absurdo apoio), mas mantenhamo-nos focados nesta: subscrever a Benfica TV. Todos os que pudermos, todos os que quisermos, todos os que conseguirmos subscrever e convencer outros a fazer o mesmo. 

O número é retumbante: 100.000 subscrições no primeiro mês acho que ultrapassa as melhores expectativas de todos. Com esta base primeira, parece-me que podemos entrar em campo na primeira jornada já com 150.000 subscrições asseguradas. Ou, se agora acontecer um natural decrescimento diário (é preciso agora convencer os indecisos), chegarmos ao menos ao número mítico: 120.000, o número que nos vinha à cabeça quando víamos a Catedral a rebentar pelas costuras (na verdade, eram 130.000, entre escadas e corredores). Pelo Fernando Martins, seria um objectivo bonito. Caminhemos juntos, no que pudermos, companheiros. E no que não pudermos ao menos tenhamos a decência de respeitar as opiniões e visões discordantes. O Benfica tem de abandonar este estado lastimável de intolerância entre adeptos da mesma paixão.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pizzi, por quanto e para quê?



Quando se começaram a ouvir/ler os primeiros rumores que davam conta do interesse do Benfica no extremo Português do Atlético de Madrid, ainda que lhe reconheça qualidade, afirmei, em conversa entre amigos, “deve ser especulação para vender jornais”.


No entanto, os ditos rumores não paravam, pelo contrário aumentavam. As “certezas” de que o Benfica estaria interessado na contratação de Pizzi eram cada vez maiores e já não podia ser um caso de mera especulação jornalística que procura o lucro, tinha de ser mais qualquer coisa.


Por isso, e fazendo contas ao plantel, perguntei: “Para quê?”. Então o plantel já não estava dotado de soluções viáveis para a posição? Havia/há Gaitan, Salvio, Ola John, Markovic e Sulejmani que, em princípio farão parte do plantel. “Deve estar alguém para sair”, pensei eu. Quem? Gaitan é sempre um dos nomes mais falados quando se aborda o assunto de saídas do plantel, tem sido anunciado o interesse do Man. City em Salvio, bem como foi tornado publico o interesse do AC Milan em Ola John. Ou seja, dos 5 nomes apresentados, 3 podem constituir uma saída (não me parece “admissível” mais que isso). “Boa medida”, apressei-me eu.


Porém, havia esquecido que Urreta ainda faz parte do plantel, logo, a pergunta “para quê?” voltou a surgir. “Será que pensam perder mais que um jogador daquela posição?” Se assim for, ficaríamos com menos 2 dos 5 que fazem parte do plantel (não coloco a hipótese de serem vendidos os 3), ou seja, aos 3 que sobrariam, poder-se-ia juntar Urreta e teríamos o “problema” resolvido, até porque no plantel ainda há soluções de recurso, caso assim seja necessário, como Melgarejo, Rodrigo ou Enzo. Logo, a questão do número de opções não seria justificação suficiente para a contratação de Pizzi.


Tentando não ser negativista ou abutre, coloquei a hipótese de se equacionar a vinda de Pizzi pela questão da nacionalidade, podendo haver dificuldades em encontrar gente suficiente que havia sido formada localmente para a lista a enviar para a UEFA. Logo, para enquadrar a aquisição de Pizzi, já teria de colocar 3 factores que deveriam acontecer cumulativamente: 1 – Saída de um dos extremos do plantel, 2 – saída de outro extremo e 3 – a necessidade de haver jogadores formados localmente. 


Chegado aqui, ocorreu-me outra pergunta (sou pior que os miúdos), “para quê gastar dinheiro num jogador que servirá para fazer numero, quando há Miguel Rosa (embora não seja extremo de origem, jogou muitas vezes, e muito bem, nessa posição durante a ultima época na equipa B) que seria uma solução a custo 0 e, talvez, com um custo salarial mais reduzido?”. A resposta não foi fácil, mas ainda assim, querendo reduzir ao mínimo a minha vontade de dizer mal, consegui “engolir” a embirração de Jorge Jesus com o Miguel e decidi aceitar, sem mais perguntas, a contratação de Pizzi.


Estava já eu convencido da lógica da contratação e sou “apanhado” pela notícia de que o extremo ex-atlético ia rumar ao Español de Barcelona por empréstimo do Benfica, ou seja, todas as minhas “explicações” para a contratação caíram por terra. Para fazer número não era, pois os emprestados não “fazem número”; Por ser melhor que Urreta também não seria, porque não fica no plantel; Para suprir alguma saída também não é, porque caso ela ocorra de que nos serve o Pizzi estando no Español?


Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui encontrar a resposta à pergunta inicial e, por isso, lanço o repto a quem consiga: Pizzi, por quanto e para quê?