sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Só pode dar Jamor

- O Peseiro é um excelente treinador. Hoje ganhou, outras vezes perdeu. Nada disso influi na qualidade deste técnico. O Braga joga um futebol que denota - como denotaram as outras equipas de Peseiro - uma capacidade acima da média. Espero que um dia seja treinador do Benfica.

- Apesar da vitória do Braga, é importante não esquecer que ficou um penálti contra o Porto por assinalar. Fundamental, mesmo. É um clássico do nosso futebol: o Porto é beneficiado. Hoje, no entanto, teve o azar de apanhar uma equipa que, mesmo prejudicada, soube lutar pela vitória. Uma lição para o Benfica, talvez.

- Com o Porto de fora da competição, o mínimo dos mínimos exigível ao Jesus é chegar ao Jamor. E ganhar a nossa 25ª. Temos saudades.

3 anos de clássicos (fora) com Jesus

3 ANOS DE JESUS NA PEDREIRA

09/10 Braga-Benfica - 2x0

10/11 Braga-Benfica - 2x1

11/12 Braga-Benfica - 1x1

Saldo: 3 jogos - 2 derrotas, 1 empate. 2 golo marcados, 5 sofridos. Percentagem de vitórias: 0 %



3 ANOS DE JESUS NO DRAGÃO

09/10 Porto-Benfica - 3X1

10/11
Porto-Benfica - 5X0

11/12 Porto-Benfica - 2x2


Saldo: 3 jogos - 2 derrotas, 1 empate. 3 golos marcados, 10 sofridos. Percentagem de vitórias: 0 %



3 ANOS DE JESUS EM ALVALADE

09/10 Sporting-Benfica - 0x0

10/11
Sporting-Benfica - 0x2

11/12
Sporting-Benfica - 1X0
 

Saldo: 3 jogos - 1 derrota, 1 empate, 1 vitória. 2 golos marcados, 1 sofrido. Percentagem de vitórias: 33,3 %.




TOTAIS: 

9 jogos - 5 derrotas, 3 empates, 1 vitória. 

7 golos marcados, 16 sofridos. 

Percentagem de vitórias: 11,1 %.



O problema do Jesus é este: é forte com os fracos mas muito fraco com os médios/fortes. Nos momentos decisivos, nos jogos cruciais, nas alturas em que se exige a superação e a qualidade para ir vencer ao terreno dos nossos adversários, Jesus amedronta-se, a sua táctica absurda mostra as fragilidades e, no final, quase sempre perde a oportunidade de ganhar alguma coisa.

As estatísticas são bonitas para enganar quem quiser ser enganado. Jesus ganha muito contra o Olhanense e o Paços de Ferreira. Mas o Benfica não quer vencer o concurso das estatísticas. O Benfica quer vencer campeonatos. E para isso é necessária uma estrutura (treinador/dirigentes) que saiba o que é o Benfica e aposte sempre - mas SEMPRE mesmo, não é só conversa - em ganhar os jogos que disputa. 

Esta posição de grande herói contra os pequeninos e submisso e traumatizado contra os grandes não é à Benfica. Ponham isso de uma vez por todas na cabeça. E o pior é que, em relação ao Porto, o trauma já não é só no Dragão.

Só há tempo e espaço para banalidades

- A morte do dirigente portista Mesquita Alves no Estádio do Dragão;

- Corre em Tribunal um processo de pedido de insolvência da SAD sportinguista.

A questão sobre estes dois casos de importância extrema, que não são por NINGUÉM na Comunicação Social abordados, é só uma:

- o que é o jornalismo desportivo em Portugal senão um profundo e alarmante zero?


Péssimo jogador. Não sujava os calções.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

7

1) Esquecendo a peça humorística dos jornais sobre uma suposta vontade por parte do Anzhi de dar 25 milhões de euros pelo Gaitán, é fundamental que se definam, de forma escrupulosa, os jogadores que podem sair em Janeiro como solução de compensar as asneiras que andamos há anos a cometer. A sair alguém, terá de ser sempre um ou dois jogadores que não deixem o plantel desequilibrado e/ou fragilizado. Nesse sentido, ponho logo de parte: Luisão, Garay, Enzo, Nolito, Salvio, Aimar, Rodrigo e Cardozo. A venda de um ou mais deste lote será um erro monumental. No resto, e olhando para quem ainda tem valor de mercado suficiente para um encaixe simpático, temos Gaitán na linha da frente e depois talvez Jardel, Bruno César ou Sidnei. Os três menos do que o primeiro, que é quem eu venderia de pronto: por ter sido um activo totalmente desvalorizado por Jorge Jesus (sim, também existe o fenómeno contrário ao que é apregoado), porque neste momento a sua saída não teria qualquer peso nos objectivos da época e porque, pelo talento que tem, ainda tem valor de mercado. Acima de 15 milhões de euros, punha-lhe um lacinho.

2) Fala-se em Diego Reyes como possível contratação para Janeiro. Desconheço o valor do jogador, das informações que tirei junto de quem conhece a fundo o atleta fiquei com a ideia de que é mesmo um talento puro, com qualidade para jogar ao mais alto nível. Agrada-me a possibilidade de compra de um central/médio defensivo, aliás defendi em Agosto a necessidade de dotar o plantel de mais um central e de mais um médio de características defensivas. Se o Diego é 2 em 1, melhor: menos gasto na compra e menos sobrecarregar nos ordenados. Só espero que esta contratação, a acontecer, seja por haver uma estratégia definida de equilibrar o plantel e preparar o jogador para o futuro e não por ser um remendo à saída de Garay. Se for esse o caso, será mais um tiro nos pés.

3) «Há momentos em que o silêncio é de ouro» - Luís Filipe Vieira.

Como há uns meses, quando o Benfica tinha uma vantagem de 5 pontos e tu foste todo vaidoso para a televisão dizer que não havia problema nenhum com a arbitragem em Portugal? É raro, mas desta vez concordamos, Luís. Por mim manténs o ouro silencioso até 2016.

4) No Benfica-Olhanense estiveram 24.104 espectadores, a pior assistência da época até agora. É um problema real, sobre o qual escrevi há uns dias, que não tem sido abordado por parte desta Direcção com a inteligência e sensibilidade que ele merece. Já o disse: um clube como o Benfica tem de ter SEMPRE pelo menos 50.000 adeptos no estádio. Compete a quem governa criar as condições para que isso aconteça. Se não se preocupam com o lado humano e de apoio, vejam a coisa pelo lado financeiro, que tanto apreciam. E resolvam lá isso.

5) Está prevista uma romaria em grande escala a Alvalade. Seremos uns bons milhares a acreditar que o Benfica pode fazer um grande jogo contra o Sporting e trazer de lá não só uma vitória como uma exibição concludente neste que continua a ser sempre um jogo mais do que especial. Peço aos senhores que nos dirigem que se calem, a sério, ponham um açaime ou agrafem a boca. Depois dos espectáculos oligofrénicos dos oligofrénicos Sílvio Cervan e Rui Gomes da Silva, espera-seque não venha mais nenhum membro da Direcção ou dela próximo dar trunfos e motivação aos nossos adversários. O Benfica nasceu do trabalho e da humildade, de valores solidários e simples; nunca foi um clube de dirigentes emproados armados em papagaios que desvalorizam os outros clubes, achando que as vitórias vêm por decreto antes de entrarmos em campo. Competência, seriedade, organização, estratégia: bastarão estes valores para irmos a Alvalade lutar pelo jogo. E a palavra é essa: lutar. Não subvalorizar.

6) Ronaldo, Messi e Iniesta nomeados para o Melhor jogador do Mundo; Guardiola, Mourinho e Del Bosque para o Melhor treinador do Mundo. Há uns anos que mantenho os mesmos votos: Iniesta e Guardiola. 

7) Scolari a Seleccionador brasileiro. De rir. Se chegar aos quartos-de-final será uma sorte.

A influência dos árbitros

O blogue Sócio Encarnado publicou um estudo interessantíssimo respeitante às últimas 4 temporadas dos clubes grandes - pronto, está ali o Sporting, eu sei, mas a quadra natalícia amolece-me sempre o coração - do futebol português. Como combater isto tudo? Denunciando, denunciando muito. Não ficar calado, não ficar eternamente amarrado ao equívoco de um apoio inequívoco e reconhecer o erro estratégico - entenda, Sr. Presidente, que errar faz parte da natureza humana e que o reconhecimento de um erro não é sinal de fraqueza; pelo contrário, é um gesto nobre que denota inteligência, abertura, torna-o mortal aos nossos olhos e, por conseguinte, mais humano, mais nosso, mais um de nós. Nada disto servirá, claro, se não formos também competentes dentro do campo.

Ao autor do estudo o meu sincero reconhecimento por fazer, sem contrapartidas e de uma forma apaixonada, o trabalho que devia ser feito por funcionários remunerados pelo Benfica. Para ler e analisar com muita atenção:

"A influência dos árbitros

Recebi no email do blog, um trabalho muito interessante do leitor Pedro Pires, que fez uma pesquisa acerca da real influência das decisões arbitrais, nos jogos dos 4 maiores clubes, nos últimos 4 campeonatos nacionais.
É um trabalho que deu muito trabalho, e que agradeço ao Pedro.

Nesta análise, não são distinguidas boas ou más decisões, apenas são quantificadas as decisões e a sua real influência objectiva no desfecho dos jogos. Para tal, há dois pontos de análise que podem ser quantificados:
  1. As grandes penalidades que alteram o resultado.
  2. As expulsões.
Deste modo, apenas este tipo de decisões foram contabilizadas, para a contabilidade final. Os resultados em 4 anos de pesquisa não deixam margem para dúvidas.


 
Podem ver na imagem em cima uma série de estatísticas das quais relevo as seguintes:
  1. O Porto é a equipa que tem melhor saldo de pontos ganhos após decisões desta natureza, com 30 pontos ganhos. São 10 vitórias. O Benfica está no outro espectro, com um saldo a zeros.
  2. O Benfica é a equipa que joga mais tempo em superioridade numérica, com mais 360 minutos que o Braga. São mais 4 jogos inteiros a jogar em superioridade numérica que os outros. O Sporting é quem está menos tempo a jogar com mais elementos em campo, com menos 600 minutos que o Benfica (quase 7 jogos).
  3. O Benfica é também a equipa que joga mais tempo em inferioridade numérica com 544 minutos (corresponde a 6 jogos inteiros a jogar com menos elementos), com o Porto no outro espectro a jogar com menos elementos somente em 121 minutos. Dá uma média de 30 minutos por ano.
Em baixo podem ainda verificar os saldos que cada equipa tem entre decisões positivas e decisões negativas. Mais uma vez, não está em causa a justeza das decisões, mas sim uma análise dos efeitos directos das mesmas.

O Benfica é quem tem mais decisões que alteram o jogo, seguido de perto pelo Porto. O Braga é quem tem menos destas decisões. Nota-se que o Porto é quem tem mais decisões a favor e menos contra.

Em percentagem de positivo e negativo temos os seguintes gráficos: 
 
Como conclusões, meramente estatísticas, verificamos o seguinte:
  1. O Benfica é o clube que tem mais decisões que alteram jogos, entre penalties e expulsões.
  2. O Porto é o clube que ganha mais pontos com as decisões arbitrais.
  3. Braga e Sporting têm números muito semelhantes, integrados nas médias dos 4 clubes.
  4. Benfica e Braga são os clubes que jogam mais tempo em superioridade numérica e curiosamente os que jogam mais tempo em inferioridade numérica.

Estes dados foram retirados do site oficial da Liga de Clubes, e não têm em conta os méritos das decisões, apenas os seus efeitos práticos."

Algumas verdades sobre transmissões televisivas e o futuro da Benfica tv


Em campanha, não sei se pressionado por sondagens, que obviamente estariam muito longe da realidade que se veio a verificar, Luís Filipe Vieira jogou mão do trunfo das transmissões televisivas deixarem de ser efectuadas a partir da época 2013/14 pela Sport TV e passarem a ser feitas pela Benfica TV.

O gáudio instalou-se entre os benfiquistas, finalmente iríamos cortar com um dos tentáculos do poderoso sistema que enviesa a verdade desportiva há mais de 30 anos. Mais ainda, voltaria a ser o Benfica quem determinaria os horários dos seus jogos, permitindo que os jogos se voltassem a disputar à tarde, preferencialmente ao Domingo, conforme a tradição.

Questionado entretanto sobre o mesmo assunto, Luís Filipe Vieira disse: "Vale o que disse durante a recente campanha eleitoral. Mas não vou avançar nada mais em relação a esse tema. Há momentos em que o silêncio é de ouro e este é um deles. Estamos a trabalhar e a estruturar mais esse projecto mas, para já, dispenso publicidade."

Olhemos então para os regulamentos da Liga para percebermos como pode o projecto ser desenvolvido na Benfica TV.

"Em cada jornada e por competição oficial, poderão ser autorizadas duas transmissões televisivas em directo e em canal aberto." - n.º 1 do Art.º 69.º do Regulamento de Competições da LPFP.

"As transmissões televisivas em directo e em canal codificado não estão sujeitas a um número limite de autorizações."- n.º 2 do Art.º 69.º do Regulamento de Competições da LPFP.

Além disso e por decisão da Comissão Executiva da LPFP:

"Assim, ao nível do número dos jogos a transmitir, em cada jornada só são autorizadas, no máximo duas transmissões televisivas em directo e em sinal aberto sendo que cada Clube tem direito, na qualidade de visitado, à transmissão de 3 jogos por época e, se estiver apurado para as competições europeias, a 2 jogos adicionais."

"Já no caso de transmissões em diferido estas só podem ser efectuadas findo o jogo a que se referem. Se a transmissão dos jogos for em sistema de “pay per view” ou “pay TV” só serão autorizados se disponíveis aos espectadores 15 minutos após o término do referido jogo."

Adicionalmente,

"A difusão de imagens de um jogo nas 48 horas seguintes à sua realização e por período superior a 20 minutos depende da autorização prévia da Liga e está sujeita ao pagamento de uma taxa fixada pela Comissão Executiva no início de cada época desportiva." - Art.º 71.º do Regulamento de Competições da LPFP

e

"A transmissão para o estrangeiro, em directo ou em diferido, total ou parcial (resumos superiores a quinze minutos) de jogos de clubes que participem em competições oficiais carece de autorização da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol." - Art.º 72.º do Regulamento de Competições da LPFP

Quanto à famosa questão da definição de horários, e de quem é a responsabilidade pelos mesmos, os regulamentos são claros, estes são os horários permitidos para os jogos nos quais existam transmissões televisivas:

Jogos da I Liga:
i. Às sexta-feiras – 20h15;
ii. Aos Sábados – 17h00; 19h15 e 21h15 (preferencialmente para canal aberto);
iii. Domingos – 18h00 e 20h15;
iv. Às segundas-feira – 20h15;


O que resulta daqui ?

A Benfica TV só pode transmitir 5 jogos em canal aberto por época. Se quiser utilizar os regimes de ppv ou pay tv, só poderá fazer a transmissão em diferido. Para fazer transmissão de jogos/resumos para o estrangeiro só o poderá fazer com autorização da Liga.

O caminho é portanto só um, a transmissão em sinal codificado dos jogos e só o poderá fazer nos horários definidos pelo regulamento de competições. Tudo o resto são ilusões. Ou seja, visto que as transmissões irão quase de certeza ser em canal codificado, há que pensar em qual o valor a cobrar pelas transmissões, ou alternativamente, quanto cobrar pelo canal se este passar a ser permanentemente codificado.

Eu não conheço os estudos efectuados pelo Benfica, mas tenho uma ideia muito clara da audiência actual da Benfica TV, que é um canal de cabo, mas de sinal não codificado. Além disso, convém recordar que a Sport TV não transmite apenas os jogos do Benfica e não estamos a falar de 1 mas de 4 canais de desporto que detêm os direitos das maiores competições mundiais de desporto.

Sinceramente, gostava de ser surpreendido pela Administração da SAD, mas cada vez mais estou convencido que o caminho a seguir a médio-prazo pela Benfica SAD vai constituir uma surpresa para muita gente, ou então não.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Os lagartos estragam-nos com mimos

«A Juventude Leonina informa que decidiu entrar em protesto por tempo indeterminado atendendo à mediocridade das exibições da equipa de futebol profissional do Sporting Clube de Portugal que se vem arrastando desde o inicio da presente temporada, situação que não tem paralelismo na centenária história do nosso clube.

Pelo que, enquanto os jogadores não honrarem a camisola que envergam, a nossa faixa será colocada ao contrário em todos os jogos, o nosso sector em alvalade ficará vazio e não haverão cânticos de apoio, porque entendemos que os jogadores não merecem o nosso apoio enquanto não dignificarem o Sporting Clube de Portugal.


Situação que já ocorreu em Moreira de Cónegos e continuará a ocorrer ainda com mais força já no próximo jogo com o Videoton a contar para a ultima jornada da fase de grupos da Liga Europa, em que o nosso sector ficará completamente vazio e não haverá qualquer apoio. Para este jogo o preço dos bilhetes será de 3€, pedimos a todos os nossos sócios e adeptos para que marquem forte presença, porque apesar do sector estar vazio nós estaremos em força em alvalade.


Este protesto apenas será interrompido no jogo com os lampiões, apenas e só porque queremos defender a nossa honra, após este jogo o protesto continuará.


SPORTING SEMPRE!»
 

Por favor, reler o último parágrafo: «Este protesto apenas será interrompido no jogo com os lampiões, apenas e só porque queremos defender a nossa honra, após este jogo o protesto continuará».

Oh por favor, lagartos, não merecemos tanto...
 
 

Vamos prognosticar os próximos 10 jogos?

À passagem da 10ª jornada, o Benfica tem uns excelentes 26 pontos em 30 possíveis. Um número que, na minha opinião, engana, visto que o calendário não tem sido o mais exigente - o único jogo de dificuldade média/elevada, o jogo contra o Braga, resultou num dos dois jogos nos quais a equipa perdeu pontos. É certo que nesses dois jogos fomos claramente prejudicados em termos arbitrais, mas a resposta às dificuldades desse primeiro jogo foi ineficiente. Além de já termos sido também favorecidos, como no jogo em Vila do Conde.

Se o futebol fosse um acumular matemático, dir-se-ia que nas próximas 10 jornadas o Benfica fará os mesmos 26 pontos - o que seria excelente, diga-se. O problema é que o calendário dos próximos jogos - juntamente com as deficiências decorrentes de um péssimo planeamento da época, lançando a equipa para um ano competitivo com um plantel totalmente desequilibrado - terá outro tipo de dificuldade e estou em crer (não querendo) que sobretudo os jogadores adaptados do miolo passarão por uma fase de menor fulgor físico (por serem os únicos e ainda por cima em aprendizagem às posições, o desgaste será enorme nos próximos meses), possibilitando a perda de pontos em jogos fundamentais.

Acresce a isto o facto de o Benfica de Jesus ser uma equipa forte contra adversários fracos e fraca contra adversários fortes. Uma equipa com uma qualidade acima da mediania facilmente descobre espaços e antídotos contra um tipo de futebol incapaz de se manter equilibrado ao longo de um jogo. Faço, portanto, um prognóstico bastante reservado para os próximos 10 jogos: acredito que não fazemos mais de 20/22 pontos. Sporting (fora), Porto (casa), Braga (fora) e Nacional (fora) são os jogos que mais devemos temer e nos quais acredito (não querendo) que ficarão pontos perdidos no caminho.

De todos, o jogo contra o Porto reveste-se de uma importância fundamental. Porque vale mais do que 3 pontos, se o resultado for desnivelado, seja para nosso lado ou para o dos portistas. Uma vitória esclarecedora pode garantir, no caso de estarmos empatados até lá, uma vantagem de 4 pontos; se perdermos, uma desvantagem de 4 pontos. Pode parecer precoce mas o jogo da 14ª jornada é praticamente o jogo do título. E o Jesus e esta equipa não costumam ter bons registos quando os jogos pedem uma superação diferenciadora. Geralmente é ao contrário: perdemos os jogos essenciais.

Portanto, a minha aposta (que não a minha vontade, esclareça-se porque há gente que não entende que uma análise nem sempre corresponde ao desejo) é a de que não fazemos mais de 22 pontos em 30 possíveis. E, parece-me, o que é giro nisto é podermos analisar a priori e não com os factos escancarados. O post cá ficará para podermos rever o que foi dito e, espero, fazer um reparo ao meu pessimismo sobre o nosso futuro a curto/médio prazo. E vocês? Quantos pontos acham que o Benfica fará nas próximas 10 jornadas?


DSO Dixit


DSO Dixit:

1- "Hoje, aquilo que os clubes portugueses recebem em termos de direitos televisivos é manifestamente pouco - tanto em termos absolutos, como em termos relativos - comparado com qualquer outro clube internacional."

2- "Os clubes portugueses Benfica, FC Porto e o Sporting têm a intenção de melhorar aquilo que recebem por direitos televisivos. Com a situação que temos hoje em Portugal, não acredito que seja possível crescer significativamente com a receita comercial."

3- "Se os clubes não têm a capacidade de gerar essa receita adicional de maneira operacional [com direito televisivo], a sua única função é entrar num negócio, como entrámos há pouco, que é comprar jogador barato e vender jogador caro."

4- "[Para os clubes portugueses hoje] é possível ainda travarem do ponto de vista daquilo que tem sido o crescimento de sua despesa - os salários -, mas, quanto mais travarem, menor competição internacional terão."

5- "Se isso ocorrer (proibição dos fundos deterem a co-propriedade dos passes dos jogadores), realmente será um problema para os clubes portugueses, e não só, também espanhóis, italianos e até alemães, todos dependem muito das participações económicas que os parceiros têm tido."

6- "Deveria olhar-se para a questão com mais seriedade, porque se não permitem que os clubes tenham participação de terceiras entidades, porque são externas ao futebol, pergunto o que a UEFA entende dos financiamentos que a banca faz aos clubes."

7- Para o administrador do Benfica, falta maior "consciência" por parte da UEFA, que deveria "adequar melhor aquilo que está a fazer", com aquilo que "efectivamente é a realidade de todos os clubes". 

Penso que as palavras do administrador financeiro da Benfica SAD sobre salários, televisão, fundos e modelo de negócio são bastantes esclarecedoras sobre o que é o Benfica actualmente. Quem quiser que tire as conclusões que entender.

Aviso aos mais incautos: vem aí lagartice antológica, não experimentar disto em casa.



«Godinho Lopes é presidente do Sporting CLUBE de Portugal

A palavra chave no título é: clube.
O Sporting não é uma equipa de futebol.
O Sporting Clube de Portugal tem equipas de futebol profissionais e não profissionais, formação, inquestionavelmente, a melhor do país e muitas outras modalidades das quais destaco o futsa
l; sete jogos, sete vitórias, 43 golos marcados e 2 sofridos, o Sporting de Braga, por exemplo, tem sete jogos, duas vitórias, 20 golos marcados e 26 sofridos.
Godinho Lopes é presidente do futsal e do Sporting B, também.
Falemos então de futebol profissional, clubes como o Sporting, o Braga ou o Porto têm equipas a competir nos dois principais escalões, o Sporting B (com menos um jogo) tem 32 pontos, o Porto B, 18 pontos e o Braga B, 9 pontos.
Assim somando os pontos das duas Ligas profissionais teríamos, Sporting 32+11/43 pontos; Porto 26+18/ 44 pontos e Braga 17+9/ 26 pontos.
Constatamos assim, que apesar de Pinto da Costa ser presidente do Porto e António Salvador presidente do Braga, ao analisarmos a gestão conjunta do futebol profissional, o Sporting e o Porto estariam a par (não esqueçamos que o Sporting B tem um jogo em atraso) e ambos estão a uma grande distância do Braga (o suposto terceiro grande).»
 
Pedro Oliveira, Sporting Autêntico.

O bingo da Reboleira

O Jesus ganhar o que ganha, mesmo se tivesse em 3 anos ganho 3 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal, 3 Taças da Liga, 2 Ligas Europa e 1 Champions, seria sempre, para um clube em falência técnica, uma aberração.

Mas não. O Jesus ganha o que ganha tendo ganho 1 Campeonato Nacional e 3 Taças da Liga. Sim, nós pagamos ao Jesus a nossa falência porque nós (?) temos muito medo que ele vá para o Porto fazer aquilo que todos acreditam que ele pode fazer porque todos, apesar de votarem Vieira, sabem que ele no Porto terá um Presidente. Estão a ver aquele sportinguismo que vive a pensar no Benfica? Agora imaginem se houvesse um benfiquismo que vive a pensar no Porto.

O futebol é uma coisa muito gira. 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O futebol é culpa dos pêlos

O começo desta história de que fatalmente todos somos cúmplices fez-se aos pontapés a cabeças pelas ruas sinuosas de Londres. Uma turba de bêbados com turbantes, bandos de malfeitores, carteiristas, putas, até advogados e ministros pontapearam os primeiros esféricos cadavéricos que encontraram junto às sargetas e deram-lhes uso da mais primária forma que podiam: ajeitaram-lhes a ponta da biqueira aos narizes mais profícuos porque não queriam - ambientalistas de alto quilate - que os odores putrefactos dos corpos em decomposição geográfica prejudicassem o turismo da Grã-Bretanha de um século anterior ao século passado. 

Havia quem dissesse, entre-dentes e cheio de frio, que a torpe correria que afugentava os indígenas e estragava as roupas alinhadas em frente às janelas cheias de nevoeiro era coisa do demónio, que aquele sôfrego atropelar de gente, costas e unhas, braços e pernas pelas ruas abaixo aos insensíveis chutões de roliças cabeças de gente morta era o final feliz de uma história satânica que nem Jesus Cristo, afinal o melhor dos homens, podia contrariar face à tormentosa, porém genuína, ideia humana. 

Começava tudo numa amena cavaqueira: dois homens discutiam os ângulos pelos quais a lâmina de barbear deve correr em direcção à espuma. Um defendia o projecto milenar e sem mácula do verticalismo começado no pescoço e acabado nas maçãs do rosto; o outro, no entanto, falava num certo condicionalismo da derme, se não fosse executado o lance diagonal de aparar cuidadosamente os princípios pilosos segundo os quais o pêlo - louco e anárquico - deve ser levado ao engano, partindo de debaixo para cima e, a meio do trajecto do corte, surpreendê-lo com um toque incisivo e letal pela esquerda baixa. Ninguém sabia que tipo de assunto era aquele mas todos os que ladeavam os dois homens faziam expressões de assentimento e alguns, corajosos, chegavam mesmo a vociferar palavras de ordem: «exactamente, é assim que o corte deve ser feito!», «por mim, é tudo a eito», «tem razão o Senhor McFeist, sim senhor», «não pretendo provocar a ira dos demais, mas se me permitem...» e de repente as ruas de Londres estavam enxameadas de uma massa de indivíduos sem pobreza para vender nem riqueza para mostrar. Todos tinham opinião, menos um dos homens que iniciou a contenda sobre a forma exemplar de barbear a tromba visto que, antes de poder concluir a sua magnífica dissertação sobre a qualidade pubescente dos seus ascendentes, viu uma ponta-e-mola cortar-lhe o gargantil na zona onde quase nasciam imberbes penugens. 

O sangue jorrou primeiro às golfadas pela zona onde os ossos acabam e se tornam macios num descanso de enseadas e pele amolecida pelos sons e líquidos que por dentro amaciam o externo do esterno. Parecia uma vaca no matadouro, de cabeça caída sobre a vertigem da gravilha-gravitação-gravidade e os dentinhos ainda atentos como se ainda pudessem vir enfrentar mais um trabalho aos maxilares. O povo de urgência clamou surpreendido mas logo a chusma esqueceu o degradante espectáculo e iniciou, de uma assentada e sem aviso filosófico (só havia padeiros, barbeiros e ilegais emigrantes), o que hoje pode ser considerado o jogo de futebol.

É curioso como uma morte a céu aberto pôde criar o nascimento precoce de um desporto tão dotado de inteligência humana. Não naquelas ruas, porém, onde já assistimos, de binóculos, ao corpo de um homem lançado para o chão enquanto a sua cabeça rola indistinguível pelas pedras, batendo contra as paredes da esquerda e da direita, porque a técnica individual dos praticantes - é bom de ver - ainda deixava bastante a desejar. O primeiro tecnicista reputado de que há memória terá sido alguém que num assomo de criatividade e clarividência escolheu parar o jogo, meter um dedo na língua, levantá-lo ao vento, compreender os ângulos da humidade salivar contra a intensidade do clima e decidir uma matemática de remate. Calaram-se os adeptos perante tamanha manifestação prodigiosa de génio: a cabeça, na vez de rolar intensa para uma parede, seguiu em frente, pontapeada de lado demonstrando efeito - a técnica passava por aproveitar o aquilino nariz do defunto, parecia-nos judeu (não digamos isto em voz alta), para, num encosto de método, levar o esférico a descer aos saltos a estranha rua de Saint Thomas. 

A turba incendiou-se com aquele movimento, correram a abraçar o herói sem nome (mais uma injustiça da História), e, quando todos esperavam que aquilo fosse o início de uma nova era na mortandade sem lógica, alguém decidiu, enquanto pulava sobre os corpos desvairados aos pontapés e correrias, que estava inaugurado o futebol.

O relatório final de Klaus Gustavsson sobre o futebol português

Imaginemos que, por uma estranho fenómeno temporal, os últimos 30 anos do futebol português tinham sido apagados do mapa das memórias de todos os adeptos do mundo. Desapareciam os registos dos jogos, das equipas, dos vencedores de Campeonatos e Taças, desapareciam as personagens escabrosas que o representaram; desapareciam as arbitragens circenses, os golos anulados por auto-golo adversário, as defesas de guarda-redes 3 metros fora da grande-área, os sprints de uma equipa inteira atrás do árbitro, as agressões a jornalistas, desapareciam as escutas do Apito Dourado, não havia registos de café com leite, Casas da Madalena, aconselhamentos matrimoniais por parte de um Presidente a um árbitro na noite anterior a esse mesmo árbitro ir arbitrar um jogo da equipa desse mesmo Presidente.

Desaparecia tudo. O último registo, quando fôssemos procurar por vídeos, notícias, arquivos, jogos antigos, datava de 1982. Esqueçam tudo o que estes 30 anos nos deram - e se foi bonito e maravilhoso este tempo.

Agora imaginemos que um dirigente estrangeiro ou um técnico estrangeiro ou um jogador ou um adepto estrangeiro aterrava no nosso país em Agosto de 2012 e por cá tinha ficado até hoje, 27 de Novembro de 2012, a estudar o fenómeno futebolístico nacional, em busca de pistas que corroborassem o que alguns portugueses lhes tinham dito sobre os últimos 30 anos mas que, por uma estranha dinâmica cósmica, tinham sido apagadas da face da terra. No fundo, mais do que um perscrutador de sentimentos, esse agente estrangeiro seria um investigador de uma possível sequência de factos que continuassem o que tinha sido apagado. Não podia estudar os últimos 30 anos, mas podia, com os dados de 3 meses de 2012, entender o porquê de uma suspeita que as pessoas levantavam sem que as provas - por estarem apagadas - pudessem iluminar o estudo do espião além-fronteiras.

Agora ponhamos o agente estrangeiro a estudar dois fenómenos desta época: o silêncio sepulcral por parte de Fernando Gomes aquando das declarações ofensivas de Pinto da Costa sobre a Federação e a curiosa dicotomia de manifestação crítica por parte de Salvador entre o jogo de Alvalade e o jogo em Braga contra o Porto.

Chamemos ao nosso investigador Klaus Gustavsson, para nos distanciarmos ao máximo da cultura latina e para darmos ao agente uma máscara escandinava, que traz sempre aquela credibilidade da frieza e método sem mácula, da crítica justa, do estudo intensivo e parco absorver de dinheiros ilícitos e corrupções. Klaus está em Portugal há 3 meses, estuda o fenómeno do futebol português e nada nem ninguém o demoverá de levar para as altas instâncias dos estudos científicos europeus as suas assertivas conclusões sobre a podridão do futebol português.

Klaus leu todas as transcrições dos comentários jocosos e ofensivos de Pinto da Costa sobre a Federação Portuguesa de Futebol. Ouviu-os em vídeo, viu as expressões do líder portista, chamou especialistas na área da análise das expressões, do perscrutar profundo do modo como os olhos se reviram e iluminam, a forma como a boca abre e para que lado, o narizinho se encolhe ou expande, a dinâmica das orelhas, o cabelo, a maçã do rosto se altera. Tudo junto e após alguns dias sem dormir, Klaus, alicerçado nas suas teorias e nas opiniões da equipa de especialistas que trouxe de Gotemburgo, conclui: Pinto da Costa insinua sem provar coisas gravíssimas, como o enriquecimento absurdo da Federação, a mentira nos valores recebidos pelo jogo no Gabão, as escolhas do técnico estarem condicionadas por agentes e empresários. Mais: alimenta-se da ideia anti-patriótica de ser a Selecção um lugar de puro aproveitamento do trabalho dos clubes para insinuar que deve a mesma ser instrumentalizada pelos dirigentes das instituições nacionais, em especial a sua, o Futebol Clube do Porto. Klaus chega mais longe: verifica que, em resposta às ofensas gratuitas e infundadas de Pinto da Costa, o Presidente da Federação responde com o silêncio. Klaus escreve, a vermelho, num post-it que deixa agarrado à caneca de café um segundo antes de adormecer sobre os papéis: «Gravíssimo. Indício de promiscuidade». 

Na manhã seguinte, Gustavsson tenta entender o silêncio de Fernando Gomes. Como é possível um Presidente não defender a sua Federação após ataque tão torpe e indiciador de um poder desmesurado por parte de um líder de um clube? Klaus não tem arquivos que lhe demonstrem o óbvio: Fernando Gomes é portista, Fernando Gomes fez parte do Apito Dourado, Fernando Gomes quer ser Presidente do Porto. Mas Klaus tem, como têm os outros especialistas que o acompanham, pernas para ir ao encontro de alguns portugueses que se encontram a beber vinho e abafadinho numa tasca junto à Rua Augusta e tem, como têm os outros especialistas, uma boca para fazer perguntas. Klaus ouve histórias, junta peças, começa a entender o estranho silêncio, completa o puzzle: Fernando Gomes é um peão nas mãos do Presidente do Futebol Clube do Porto. Na página 39 do seu relatório, Klaus disserta assim:

«Após longos dias a tentar entender o silêncio do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol sobre as graves, insultuosas e de fraco teor humorístico (é conhecido e bajulado no país por ter uma fina ironia do mais alto alcance intelectual) declarações de Pinto da Costa, uma ideia iluminava-me o estudo: tentar compreender a relação entre os dois. Sem dados que mo comprovassem, estudei as dinâmicas entre os dois nos últimos três meses - declarações, silêncios, respostas, modos de actuar - juntamente com sondagens feitas por todo o país junto de adeptos de futebol e de clubes distintos. Sem arquivos, a memória desses adeptos e os relatos contados (alguns apontando para uma óbvia acção criminosa que corroboram todas as suspeitas que, de Gotemburgo, fomos ouvindo mas nunca conhecendo a fundo) foram essenciais para a descoberta de uma rede de interesses entre os dois Presidentes que explica tanto o dislate fácil por parte do líder de um clube como a ausência de resposta e defesa da sua Federação por parte do Presidente da mesma. Em Portugal, passam-se coisas estranhíssimas, sendo a influência do Presidente do Porto nos órgãos de poder do futebol português a mais evidente. Há indícios muito fortes - quase inesgotáveis e irrefutáveis - de que os últimos 30 anos foram arrasadoramente criminosos em benefício do Futebol Clube do Porto».

Esta página 39 do relatório de Klaus Gustavsson é apenas uma parte de um longo dissertar sobre as idiossincrasias do futebol luso e nem sequer a mais profícua no que a denúncias claras sobre o modo de actuação de Pinto da Costa diz respeito. Basta ler a página 73 do mesmo relatório, na qual Klaus aborda a temática da promiscuidade entre clubes:

«Estudei com cuidado interesse a relação do Futebol Clube do Porto com os restantes clubes da Primeira Liga. O que me pareceu ao princípio uma saudável ligação consubtanciada numa permuta de atletas e comunhão de interesses rapidamente se me revelou não um encontro de ideias mas uma relação de subserviência dos referidos clubes ao clube-mor, a qual se encontra bem explicada pelas constantes declarações por parte dos agentes desses clubes no final dos jogos: contra o Porto, atletas, técnicos e dirigentes adversários tecem loas à organização fabulosa da equipa portista, aceitando a derrota com a inevitabilidade do poder do clube maior, mesmo quando são prejudicados em termos arbitrais. Contra as outras equipas - especialmente contra o rival do Porto, o Benfica - são vários os exemplos de declarações injuriosas, algumas ofensivas, outras caindo facilmente no campo das insinuações, sobre o modo de actuar dos árbitros, mesmo quando nada no jogo e na arbitragem o justificasse. 

Parece claro que há uma acção orquestrada por parte dos agentes dos clubes submissos ao poder portista de, semana a semana, esconder os benefícios arbitrais ao Porto, vangloriando a sua excelente qualidade, ao mesmo tempo que, sem fundamento, semana a semana, os agentes desses clubes criam na opinião pública a ideia de um benefício ao Benfica - pelo estudo executado, totalmente inexistente; se há clube prejudicado pelas arbitragens nestes primeiros 3 meses de competição, é sem qualquer dúvida o Benfica, que, nos dois jogos em que perdeu pontos (dois empates contra Braga e Académica), foi de forma evidente prejudicado pelo árbitro.

Como exemplo maior desta estranha forma de actuar por parte dos agentes dos clubes submissos ao poder portista, destaco a actuação de António Salvador, Presidente do Sporting Clube de Braga, que em apenas uma semana denotou um comportamento errante e altamente supeito. Em Alvalade, sentindo-se, bem, prejudicado pela arbitragem, o Presidente do Braga lançou no final do jogo duras críticas ao árbitro acrescentando uma informação privilegiada sobre uma suposta ida de Godinho Lopes, Presidente do Sporting, antes desse jogo à sede da Federação Portuguesa de Futebol. Declarações fortíssimas que, tendo fundamento na crítica à arbitragem, pareceram desmesuradas e tiradas de contexto na forma como insinuaram que o árbitro estaria condicionado pela acção do Presidente do Sporting. No entanto, e admitindo a extrapolação nas suas declarações, entendi as mesmas como a defesa acérrima dos direitos do seu clube, pelo que esperei pelo jogo do último fim-de-semana para uma comparação mais realista e justa.

Não tive de esperar muito tempo, já que uma semana depois o Braga recebeu o Porto na Pedreira, perdendo nos últimos minutos um jogo que, logo aos 20 minutos, teve um penálti evidente a favor do Braga que não foi marcado. Durante o jogo de Braga, reli as declarações de António Salvador sobre o jogo de Alvalade e esperei com interesse o que diria no final do mesmo, visto que se o lance de golo anulado ao Braga no jogo contra o Sporting podia ainda ser alvo de alguma interpretação dúbia, o lance na Pedreira era de todas as formas claro e objectivo: penálti óbvio não assinalado. Para espanto meu e de toda a minha equipa, António Salvador nada disse no final do jogo. E facilmente compreendi e lembrei os vários relatos ouvidos ao longo destes meses: o Braga é um dos clubes submissos ao poder portista e serve os interesses do clube-mor de uma forma evidente. Como clube com maior projecção de entre os vários da Primeira Liga com ligações ao Porto, transmite de forma perfeita à Comunicação Social a ideia essencial:Porto é mais forte e não é beneficiado pelos árbitros; os outros não são tão fortes e são beneficiados. É este jogo de declarações, meticulosa e metodicamente explorado semana após semana, que cria a falsa ideia de uma superioridade evidente do Porto em relação aos outros clubes, quando na verdade, apesar de ser uma grande equipa, o clube beneficia constantemente de arbitragens favoráveis e jogos de interesses nos órgãos de poder nacional que favorecem a sua hegemonia em território luso e as boas prestações europeias.»

Muito curioso, este relatório de Klaus Gustavsson. E uma demonstração de uma qualidade de análise de que dramaticamente precisávamos há anos a fio. Pena não poder - por estarem apagados - aceder aos arquivos dos últimos 30 anos. Como seria interessante que Klaus pudesse ouvir as escutas do Apito Dourado, perscrutá-las a fundo e retirar conclusões que levasse posteriormente às altas esferas políticas e desportivas europeias. Talvez os títulos comprados no Supermercado por parte do Porto de que Ferguson falou mais do que uma vez deixassem de ser apenas umas frases imberbes e passassem a ser motivo de aprisionamento de certos agentes beatos do nosso futebol e de justa descida de divisão a clubes que, controlados por corruptos, têm conspurcado as nossas competições.

No que ao Benfica se refere, é intrigante o final da página 92 do relatório de Klaus Gustavsson. Intrigante e motivo de grande preocupação para nós, benfiquistas:

«Após a descoberta de uma teia de interesses a favor do Porto - entre clubes, órgãos de poder e comunicação social - interessei-me pela actuação dos dirigentes do clube que mais tem sido prejudicado pela corrupção portista: o Sport Lisboa e Benfica. E os resultados são dúbios e estranhos. Em resposta à constante desvalorização por parte de Salvador de prejuízos frente ao Porto e de uma política de ataque cerrado ao Benfica (a equipa lisboeta e os seus adeptos já foram várias vezes recebidos com pedras, insultos, agressões, provocações, ameaças na Pedreira), o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, sempre que há um episódio nefasto ao clube que preside, vem afirmar que é amigo pessoal de António Salvador, tendo inclusivamente levado a sua equipa a estagiar na Pedreira dias depois de o Benfica ter sido recebido de forma vergonhosa em Braga sem que o Presidente Salvador tenha demonstrado qualquer tipo de repúdio pelas acções dos seus adeptos. É uma actuação estranha e que merece novo estudo, visto que não parece haver a mesma defesa acérrima do clube por parte de Luís Filipe Vieira que, por exemplo, Pinto da Costa e António Salvador executam sempre que, mesmo sem motivos, se sentem prejudicados.

No estudo, procurei também compreender a forma como o Benfica se relaciona com as instituições de poder que têm estado aprisionadas pelo Futebol Clube do Porto. Também aqui estranhos indícios de uma actuação bizarra: aos constantes prejuízos arbitrais, aos constantes benefícios ao Porto, aos silêncios comprometedores de Fernando Gomes sobre declarações ofensivas de Pinto da Costa (a que fizemos referência mais atrás), descobri, incrédulo, que Luís Filipe Vieira apoiou a candidatura do actual Presidente da Federação à Presidência da Liga e que, anos mais tarde e abandonando o mandato para que fora eleito na Liga, quando Fernando Gomes se candidatou à Presidência da Federação Portuguesa de Futebol, o Presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, não só patrocinou a sua candidatura ao cargo como veio a público afirmá-lo e de forma assertiva, usando da frase "o Benfica apoia INEQUIVOCAMENTE Fernando Gomes para a Presidência da Federação Portuguesa de Futebol".»

De facto, Klaus Gustavsson parece ter percebido mais do futebol português do que muitos jornalistas, agentes desportivos e adeptos, especialmente os do Benfica, sobre a realidade desportiva nacional. Talvez possamos voltar a saber de Klaus Gustavsson quando este apresentar novo relatório, no final da época. Por ora, fiquemos com a sua conclusão definitiva:

«Com o poder nas mãos, o Porto cria hegemonia de duas formas: controla, de forma corrupta, o futebol português ao mesmo tempo que cria condições para construir grandes equipas de futebol. Mais poder, melhores jogadores; mais benefícios, melhores equipas; mais promiscuidade com outros clubes, mais jogos facilitados. O ciclo é interminável e só acabará quando um dos outros grandes clubes se dispuser a dar-lhe um final. Especificamente o Benfica, que é o único clube actualmente que pode criar condições para a extinção do chamado "sistema do futebol português". O problema, no entanto, é evidente: a incompetência evidente de quem dirige o clube juntamente com a falta de visão e estratégia, apoiando quem patrocina todo o benefício estrutural ao Futebol Clube do Porto, apenas promove e sustenta que o ciclo hegemónico do clube presidido por Pinto da Costa se perpetue por tempo indefinido. Bastaria metade da defesa intransigente que o Presidente do Porto faz do seu clube a Luís Filipe Vieira; bastaria metade da competência de decisões que o Presidente do Porto tem enquanto líder do seu clube a Luís Filipe Vieira; bastaria metade da inteligência de saber escolher os seus dirigentes que o Presidente do Porto tem enquanto líder do seu clube a Luís Filipe Vieira. E o Benfica ganharia o triplo do que ganha o Porto.» 


Béla


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Da imbecilidade

Depois de assistirmos às imbecilidades de Cervan, hoje é o inenarrável Gomes da Silva todo lampeiro a dar a entender que a vitória do Benfica em Alvalade será uma evidência cósmica. Com dirigentes desta qualidade, não admira a maioria de adeptos que temos.

Motel da Cedofeita


Da ingratidão

"Palhaços, joguem à bola!", cantam as claques sportinguistas. A ingratidão e desconhecimento futebolístico são as grandes causas das manifestações negativas dos adeptos de futebol. O Sporting esteve a perder na casa de um dos adversários pela manutenção, empatou o jogo e acabou com possível vantagem no confronto directo (dois golos fora é excelente) e os adeptos assobiam a equipa? Queriam o quê - a vitória, não?

Toni na alma


Mohamed Salah Ghaly

A força que tem um nome. Mo-ha-med Sa-lah Gha-ly. Digo um nome de jogador ou rezo em preces numa mesquita?

Quando o Mohamed entrou em campo na Quinta-feira passada eu bocejava quando o Sporting tinha a bola e animava quando o Sporting a perdia. Estava um jogo curioso: a equipa que tinha 10 jogadores dava um banho de futebol na equipa que tinha 11 jogadores e ainda se permitia refrescar a frente de ataque enquanto ia marcando golos e criando jogadas de perigo de minuto a minuto.

Um dos responsáveis pela façanha, além do Oceano, dá pelo nome de Mohamed Salah, um rapaz que por preconceito e estupidez deste que vos escreve parecia ser mais um medíocre jogador da equipa suíça que ia entrar para ter uns minutos, tendo em conta a fraca oposição que se lhe deparava.

Mas não. Salah tocou pela primeira vez na bola e iluminou o campo todo. Sem altura suficiente para andar na montanha russa, com perninhas de rã e corpo de imberbe anão, de bola pela cintura, Mohamed - e como é belo dizê-lo com este "h" que vem do badalo da garganta: Mo-hhhhhhha-med - não precisou de ter a bola nos pés muito tempo para criar futebol pelo estádio todo, fazendo até dos seus companheiros aquilo que pareciam ser jogadores de uma classe inolvidável. O rapaz tem um jeito de veludo, um cérebro mais rápido e mais bonito do que os outros, uns pés maravilhosos nas ancas e aquela precisão de segundos para o passe fatal - ou, se quiserem, para o passe iniestal. 

Prevejo coisas muito bonitas para este nanico de 20 anos. Há ali um tipo de futebol que é raro. Maestro, corre até El Gharbia, promete descontos de MiniPreço por 5 anos à progenitora de Mo-ha-med, trá-lo para Portugal com passaporte de fêmea egípcia, esconde-o no Sul de Espanha - que afinal é o Algarve - e para o ano apresenta-o como sucessor do teu sucessor. O piso 3 anseia por novos azimutes geniais.



domingo, 25 de novembro de 2012

Guilherme Santana Graça do Espírito Santo



- 4 vezes Campeão Nacional de Futebol;
- 3 vezes vencedor da Taça de Portugal em Futebol;
- 1 vez vencedor do Campeonato de Lisboa;
- Em 285 jogos, marcou 199 golos;
- Recordista nacional do salto em comprimento, salto em altura e triplo salto, foi campeão nacional de juniores e seniores (6 vezes);
- Representou o clube em Ténis, após abandonar o futebol.

São números, recordes e títulos que só explicam uma parte do que foi a vida de Guilherme Espírito Santo. Não há travessões nem estatísticas que expliquem a excelência humana e desportiva que Espírito Santo alcançou.

Morreu aos 93 anos. Hoje há festa no 4º anel.

 

30 anos inequívocos disto.

Nos momentos decisivos do campeonato, não falha. São 30 anos disto. Está na altura de elevar a Património Nacional a Corrupção Portista. Devida e inequivocamente patrocinada pelo senhor Vieira.

Autocarro de mala vazia


Muita chuva saudou hoje os pouco mais de 24.000 adeptos que se deslocaram à Luz e o autocarro que o Sérgio Conceição acabou por resolver trazer, quiçá a pensar no espaço livre que teria para poder levar 1 "pontito" de volta ao Algarve.
Não fosse um erro de uma das peças do engenho e o autocarro teria sido multado por tempo ultrapassado no lugar de estacionamento. 
Foi com este erro – penalty sobre Maxi aos 25 minutos, clarinho como a chuva que caía – que o Benfica, pelo pé de Cardozo,  finalmente conseguiu concretizar uma superioridade que até essa altura estava a ser tão asfixiante quanto infrutífera sobre os homens de Olhão, gratos com certeza a Bracali sairem para o intervalo com a diferença mínima.  
10-1 era o resultado em cantos ao final da 1ª parte favorável ao Benfica que, a par de pelo menos uma mão cheia de oportunidades de golo, muito explica o sentido de jogo e a ineficácia do domínio mostrado. Também continua a “escarrapachar” o quão deficiente tem sido o nosso aproveitamento destes lances.

Os minutos inicais da 2ª parte foram a continuidade dos minutos finais da 1ª: chatos, lentos. O único registo no quarto de hora de jogo foi mesmo a 1ª defesa feita por Artur . Talvez algum cansaço consequente do jogo de 3ª feira, talvez algum relaxamento face à inoperância da Olhanense tenham pautado este ritmo que não terá agradado a JJ que viu, antes de mexer na Equipa, o Benfica poder aumentar a vantagem pelo menos 2 vezes: uma por Cardozo e outra por Garay.
O 2º golo surge numa fase de jogo já mais "espevitada" pela cabeça do Capitão que, finalmente, consegue o melhor aproveitamento da marcação de um canto! 
2 golos sabiam a pouco mas não vimos mais nenhum. Continuamos a vêr sim muitas oportunidades desperdiçadas: Salvio, Lima, Cardozo disputaram-nas entre si.

Não foi um jogo fantástico, muito por incapacidade do adversário em saber como contrariar a pressão feita pelo Benfica, mas foi um jogo na globalidade “agradável” na óptica do resultado, na do esforço (foi mais um jogo de paciência do que de esforço físico) e na da exibição.

Não escondo a minha satisfação sempre que vejo Martins na lista de convocados. Também não escondo a minha ainda maior satisfação por vê-lo alinhar no 11 inicial. . Alerto que este contentamento não significa qualquer menosprezo ao papel que Enzo tem vindo a desempenhar de forma quase irrepreensível como venho a dizer. 
Mesmo vindo de mais uma lesão e com natural falta de ritmo, vi-o centrado, a conduzir jogo, passes com conta peso e medida, na sua habitual raça que tanto aprecio num jogador. Acredito que a quebra física dos alas, algo intermitentes hoje, também poderá ter interferido na menor velocidade de Carlos Martins. O ala com quem até melhor se entendeu foi precisamente aquele que mais movimentações e velocidade teve: Ola John, que elejo o melhor jogador do Benfica hoje. 

Mas Maxi pareceu-me me bem melhor do que nos muitos jogos anteriores.
A concorrência nunca fez mal a ninguém e a melhor prova disso é quando (re)lembra que não há nem nunca haverão insubstituíveis.

Garay.. que senhor! Temos na nossa história os defesas centrais com as mais diversificadas características mas aqueles que me lembro com mais saudade são sempre os que, particularmente pela posição que ocupam, conseguiam juntar à eficácia a classe. Garay terá o seu lugar reservado entre eles um dia mais tarde. Poderá eventualmente não ter a voz de comando do Capitão (ainda) mas a presença, na minha opinião, é do mais alto nível e comete menos falhas que o Luisão.

Matic:  Já não haverão grandes dúvidas quanto ao selo de qualidade do sérvio que valoriza jogo após jogo. O de hoje não foi excepção. Além de gostar de o vêr a entrosar-se no ataque e com muita mobilidade, vai-me tranquilizando a segurança defensiva que tem vindo a desenvolver. 

Esta semana ficará marcada na história de 2 treinadores portugueses pelo centenário que cada um deles alcançou:  Mourinho completou na passada 4ª feira o seu centésimo jogo na Champions e JJ realizou hoje o seu 100 jogo na Liga ao comando do Benfica. Ambos com uma vitória, em tom de “celebração”.
Uma curiosa coincidência que não podia deixar de registar.  

Outro registo deveras negativo que tenho que fazer, é ao facto de se continuarem a rebentar petardos na Luz. Nunca conseguirei entender a piada desta imbecilidade mas, muito para além desta minha incapacidade, está a minha total falta de compreensão para com actos que continuamente prejudicam a segurança de terceiros e o Clube de forma manifestamente gratuita.
O apoio e amor ao Benfica não podem, nem devem nunca, caber ou serem confundidos com este tipo de manifestações, perpetradas por indivíduos que têm tudo menos a grandeza de tal sentimento. 

sábado, 24 de novembro de 2012

Munta forte!

                              Jorge Jesus com o símbolo do Olhanense ao peito, se naquele tempo o Olhanense tivesse símbolo na parte da frente da camisola.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quem não arrisca não se lixa


Jorge Jesus já avisou (como se não soubéssemos o que a casa gasta) que irá correr alguns riscos no jogo de amanhã. Acontece que desta vez, aos habituais riscos operacionais que Jorge Jesus gosta de correr, acresce um risco extraordinário de seu nome Rui Silva. Para quem não sabe ou já não se lembra, Rui Silva é um dos artistas do apito que apanhou 20 meses de suspensão no âmbito do processo Apito Dourado. É portanto o árbitro ideal para tentar travar o Benfica numa jornada que pode ser complicada para o Fcp (visita os irmãos do Braga) ou, em não conseguindo que o Benfica perca pontos amanhã, pelo menos fará por deixá-lo debilitado para que a visita de estudo à Lagartolândia na próxima jornada se transforme repentinamente numa expedição de grande rigor científico e elevado grau de dificuldade. 

O passado já nos provou que o silêncio não é a solução. Também já percebemos - espero eu - que os apoios incondicionais a gente de carácter no mínimo duvidoso só ajudam a que um tipo competente como o Jorge Jesus consiga perder o título para um incompetente como o Vítor Pereira. Ora bem, se a época foi bem planeada e temos um plantel equilibrado; e se o Jorge Jesus é o treinador certo para o Benfica e tem a táctica certa e os jogadores certos para os lugares certos: começamos já a fazer barulho contra mais esta nomeação absurda ou guardamos isso para quando estivermos a 6 pontos do primeiro lugar e não houver mais desculpas para dar?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Morte no Dragão

«Mesquita Alves, dirigente portista da Porto Comercial, foi encontrado morto na terça-feira nas instalações do FC Porto, no Estádio do Dragão. Aparentemente, o dirigente suicidou-se com um tiro na cabeça.

O caso está a ser averiguado pelas autoridades competentes.»

A notícia é do Record, embora tenha sido o Cabelo do Aimar o primeiro a divulgá-la.

12

1) A melhor equipa do grupo foi a casa da pior equipa do grupo perder; a segunda melhor equipa do grupo ficou extremamente feliz por empatar em casa da pior equipa do grupo; a pior equipa do grupo foi a casa da segunda pior equipa do grupo ganhar; a segunda melhor equipa do grupo foi a casa da segunda pior equipa do grupo perder e levar um banho de bola; a segunda melhor equipa do grupo ficou deveras contente com a excelente derrota em casa («por apenas 2-0») contra a melhor equipa do grupo, embora a pior equipa do grupo tenha vencido a melhor equipa do grupo em casa. A segunda melhor equipa do grupo, em vez de se assumir como segunda melhor equipa do grupo, e procurar ganhar os jogos fora contra a segunda pior equipa do grupo e contra a pior equipa do grupo, decidiu que podia empatar um e perder outro porque, naturalmente, a melhor equipa do grupo tudo resolveria quando fosse jogar fora contra a pior equipa do grupo e contra a segunda pior equipa do grupo. A segunda melhor equipa do grupo contou com o ovo no cu da galinha e agora espera que a segunda pior equipa do grupo vá resolver os problemas da segunda melhor equipa do grupo ao campo da pior equipa do grupo. Isto se não acontecer o que seria uma surpresa monumental: a segunda melhor equipa do grupo ir a casa da melhor equipa do grupo ganhar o jogo. Mas isso não deve ocorrer visto que, como nos foi vendido na altura, a melhor equipa do grupo é a melhor equipa do planeta, o que quer dizer que perder por 0-2 em casa contra a melhor equipa do grupo é não só um motivo de satisfação como até de orgulho e, vá, alguma vaidade. A segunda melhor equipa do grupo decidiu abdicar do estatuto de segunda melhor equipa do grupo, fez-se de pior equipa do grupo durante uns jogos e agora vai ter de ser, à força, a melhor equipa do grupo se quiser passar o... grupo.

2) Ola John tem coisas. Muitas, variadas e boas. 

3) Gaitán também tem coisas. Geralmente más.

4) Matic seria um 8 delicioso. Aquele passe vertical na segunda parte, uma coisa deliciosa que faz sonhar com o rapaz mais avançado no campo e pensar no que poderia fazer se largasse a posição onde vai andando, desposicionando-se e desposicionando a equipa ou fazendo faltas desnecessárias que originam livres perigosos para os cepos que só têm essa arma como futebol.

5) Garay e Pérez. Delícia.

6) Cardozo: há mais baliza além do sítio central onde está o guarda-redes.

7) Não havendo soluções experientes, Almeida a médio defensivo. A lateral não, por favor.

8) Informação aos «melhores adeptos do Mundo»: há jogos aos fins-de-semana também. E, espantem-se, bem mais importantes para a equipa do que os das Terças e Quartas.

9) O nosso mister veio dizer antes do jogo que a dupla Lima-Cardozo não é a sua preferida mas que, por ser decisivo o encontro de ontem, tinha de arriscar no "tudo ou nada" e meter os dois de início. Eu julgava que nos jogos decisivos, e nos outros, o mister devia meter os jogadores em quem acredita e que acha que podem criar a melhor solução para resolver os problemas. Afinal não. Quando o jogo é decisivo, arrisca-se. É todo um novo conceito futebolístico.

10) A única forma possível de os 11 postes escoceses poderem marcar golo passava por atirarem bolas para a área, um ou dois fazerem uns bloqueios à basquetebol e criarem um espaço para alguém cabecear. Isto sabia eu, sabias tu, sabia o mundo e até sabia o Jorge Jesus. Mas foi mesmo assim que o Celtic marcou o seu golo. Encosto ilegal? Aceito. Já é mais difícil aceitar a ingenuidade de Artur, o mau posicionamento defensivo do Benfica e aparecer um gajo isolado ao segundo poste. Contra um futebol de 1913, soluções pontuais e específicas de 1913. 

11) Eu já não me lembro de uma arbitragem europeia a nosso favor. É possível que tenha existido na década de 90, mas começa a ser desesperante ter de assistir consecutivamente a prejuízos - em casa e fora. Se calhar o encosto do Luisão, as gargalhadas histéricas de jogadores e técnicos, as frases imbecis do lagarto carraça e a falta de uma palavra de apaziguamento naquele dia que colocou o nosso capitão dois meses de molho têm alguma coisa a ver com isto. Mas não quero ser apelidado de mau benfiquista. Bem fez Luisão em atirar-se para cima do árbitro. Ou, como diz esse tratado de brilhantismo Rui Gomes da Silva, «o árbitro não tinha nada de meter o corpo à frente do Luisão». E é esta coisa Vice-Presidente do Benfica.

12) Vítor Pereira anda com «As bolinhas amestradas» pois «parece que sabem que gostamos de grandes desafios». É bem verdade: no Porto adoram grandes desafios. Especialmente se as bolinhas dos árbitros também estiverem amestradas: