domingo, 31 de julho de 2011

Aquela ala esquerda e as costas da defesa vão dar muitas alegrias... aos adversários.

Curioso em ver a reforçada equipa do Sporting e intrigado pelas palavras eufóricas dos sportinguistas com quem falava, decidi dedicar uma hora e meia da minha vida aos rapazes do pijama às riscas. Estes, ao contrário do outro, não se encontravam num campo de concentração mas num estádio repleto de adeptos com um ego a sair-lhes pela boca de tal forma que, no decorrer do jogo, se ouviram ecos das suas lamúrias em Birkenau.

Antes do jogo, estava apreensivo, nervoso, temeroso, em ruínas. As palavras de auto-elogio que tinha ouvido aos sportinguistas levaram-me à crença de que, 30 anos depois, o Sporting tinha outra vez uma equipa de futebol e, por esse facto histórico, além do temor, tinha aquela ponta de saudosismo que temos sempre que visitamos um museu ou passeamos num jardim com séculos de existência.

Felizmente há a humildade reconhecida aos leoninos, que, ao contrário da nossa megalomania, os faz terem o grau de dignidade que há muito perdemos. Afinal, eles são, e nós acreditamos, diferentes. Diferentes de tal maneira que, antes do jogo, e apesar da excelente e propalada equipa de futebol que têm, disseram que este ano apenas ganhariam o campeonato, a Taça de Portugal e a Liga Europa - para quando este nível de lucidez nos nossos adeptos?

O jogo, tal qual me prometeram os adeptos leoninos, foi de facto bom e a equipa está bem trabalhada, organizada atrás, segura no meio e letal na frente. Não há dúvidas nenhumas: o Valência joga muito à bola.

sábado, 30 de julho de 2011

Coentrão

Hoje dei por mim com umas horitas por ocupar, em plena sala. Ora, em situações destas, que vai um homem fazer? Claro que liguei a televisão e iniciei aquela actividade que sacia o ímpeto de caçar que ainda perdura nos nossos instintos: o zapping. Zarpei da RTP1, rumo ao desconhecido...e fiquei-me pela SPORTTV2 - caça grossa, portanto - que iniciava a transmissão do Leicester x Real, uma autêntica pérola.

Enquanto via o jogo, e seguia o Coentrão em campo com aquele orgulho paternal que um gajo acaba por nutrir por ex-jogadores do benfas da estirpe dele, deparei-me com duas constatações engraçadas:

1. O Mourinho, quando o ano passado pediu o Di Maria, enganou-se no esquerdino.
2. O Jorge Jesus, quando o ano passado se viu e desejou para encontrar o substituto todo-o-terreno do Ramires, passou ao lado do que seria talvez a melhor solução: Coentrão.

Sim, eu sei é controverso; mas não é menos certo por isso...


sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Luz é de todos


Uma grande ideia com pernas para andar (assim os dirigentes do Benfica decidam dar resposta às ideias dos seus sócios) do amigo Éter:

«Serafim Almeida está a pouco mais de um mês de completar 90 anos. Benfiquista ferrenho, natural e residente no Porto, nunca tinha vindo à Luz. "Não queria morrer sem ver esta maravilha de estádio", disse ontem a O JOGO, enquanto observava a estátua de Eusébio.


Ao ler isto não posso deixar de pensar em todos os senhores Serafins Almeidas espalhados por aí mas que, ao contrário deste senhor Serafim Almeida, vão mesmo morrer sem nunca terem ido ao estádio da Luz. E interrogo-me se não seria possível proporcionar tamanha alegria a pessoas que, pelos mais diversos motivos, não têm possibilidade de vir a Lisboa ver um jogo do Benfica.

Se o Benfica, devido aos contratos de patrocínio, dispensa todos os jogos centenas de bilhetes para algumas grandes empresas, que invariavelmente vão parar ao bolso de administradores com salários de milhares de euros que vão para a Luz com ar de enfado e escandalizados por não haver caviar e por terem que se misturar com o povo, por que não fazer um esforço para dar uma alegria a quem pouco tem?

Será assim tão difícil? Não é. Por exemplo, o Benfica podia criar um programa em que as pessoas se inscreviam para irem ao estádio pelo menos uma vez na vida, sem pagar. O programa seria dirigido pela Fundação Benfica (que tem estado muito bem na ajuda aos mais necessitados sem olhar a clubismos, mas que bem podia concentrar-se um pouco mais nos benfiquistas) em articulação com as várias Casas do Benfica espalhadas pelo país, que têm um conhecimento mais profundo sobre as realidades dos sócios e adeptos locais. Recebidas as inscrições, elaborava-se a lista por ordem de idade e dava-se prioridade aos mais velhos (por motivos óbvios). Depois as pessoas eram contactadas e o Benfica pagava-lhes a deslocação e o bilhete. O ideal seria juntar, à vez, muitas pessoas da mesma zona e alugar uma ou mais camionetas, com partida da Casa do Benfica mais próxima. Uma semana seria de uma Casa no Algarve, a seguir de uma Casa no Minho, etc, etc, etc, até abarcar o país todo, incluindo Madeira e Açores (neste caso tinha que ser de avião, como é evidente). Quem fosse contemplado não poderia voltar a candidatar-se ao programa e registava-se o nome e número de B.I. porque infelizmente há muitos chicos espertos neste país. Apelava-se também ao bom senso das pessoas para que aqueles que já tivessem ido ver um jogo à Luz não se candidatassem, tal como quem tivesse posses para tal, mas que por um motivo ou outro ainda não tivesse ido à Luz.

Para o Benfica não arcar com todos os encargos, seria importante arranjar um ou mais patrocinadores que se quisessem associar ao programa e decerto não faltariam interessados porque as grandes empresas têm lucros de milhões e milhões de euros mas depois gostam sempre de dar um ar de bom samaritano, do género "eu ganho milhões e pago miseravelmente aos meus empregados mas hoje dei uma sandes a um pobre e por isso sou um grande homem".

Outro meio de financiamento passaria por criar uma quota facultativa extra para sócios (semelhante à quota das modalidades) nem que fosse só de cinquenta cêntimos ou um euro, e esse dinheiro ia todo para o programa.

A quota podia chamar-se, por exemplo, "A Luz é de Todos". Eu pagava essa quota extra, de caras. Porque o Benfica é de todos. Até dos mais pobres.


P.S. Provavelmente será uma ideia utópica, mas de vez em quando sabe bem debruçar-me sobre o que significa verdadeiramente o Benfica e deixar um pouco de lado questões superficiais como "o Gaitán está demasiado encostado à linha" ou "o Javi está muito sozinho no meio".»

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jorge Jesus tem mérito, mas treina muito sozinho e ainda não se adaptou à nossa forma de jogar, que é mais colectiva. Ele aposta na embirração contra a arrogância e às vezes é preciso mais humildade e inteligência

Estive hoje a rever, com mais cuidado, o jogo de ontem frente ao Trabzonspor. Visualização essa que acrescentada às dos jogos de pré-época me permitem chegar a conclusões. Não definitivas, claro, mas conclusões assim-assim, porque é também dessa forma que me caracterizo: um visualizador assim-assim. E isto já é sendo amigo, mas hoje sinto no ar um optimismo que me faz gostar mais de mim do que aquilo que valho. Apreciem as conclusões assim-assim que eu, visualizador assim-assim, retive:


- Artur é titular indiscutível. Sabe bem ter um guarda-redes na baliza.

- Garay é daqueles de quem se espera uma época sólida, competente, boa. Se Luisão ficar, temos dupla de qualidade. O problema está nas alternativas.

- Luisão não sabe jogar mal. Mesmo com os palhaços assobiadores em cima. Espero que fique. Mas retirava-lhe a braçadeira.

- Amorim esteve bem, dentro do possível. Mas é daqueles fundamentais para termos uma época de sucesso.

- Emerson é limitado. Chega para o campeonato português - tem garra, boa antecipação, sabe dobrar os companheiros, tanto ao centro como em compensação ao extremo. Não chega para outros voos - não sabe mais do que o passe lateralizado para o central ou a bola pela linha para o extremo. Desconhece o que é a diagonal, nunca lha ensinaram na escola.

- Javi preso de movimentos. Não esteve mal mas tem de subir de forma.

- Enzo Pérez não é interior, não será interior e nunca foi interior. Não sei onde foram buscar essa ideia. A extremo, num 433, rende. Ali, não, nunca.

- Gaitán, o mesmo de sempre. Perde bolas que deixam a equipa em perigo, não sabe defender e arrisca demasiadas vezes (este não viste a ser individualista, Jesus?). Depois... bem, depois é aquilo. Golão. Tem de sair das faixas antes que seja tarde.

- Aimar não fez um jogo fabuloso mas esteve longe das apreciações tontas de António Tadeia, o qual afirmava de Pablito estar "longe do jogo". É o problema que as pessoas que só vêem a bola têm: perdem o melhor de tudo.

- Saviola é outro que sofre as agruras do comentário imbecil. Até ter estoirado, ali a meio da segunda parte, jogou que se fartou. Que nem todos o entendam já não é do meu departamento.

- Cardozo esteve assim-assim. Tem de melhorar a forma física e começar a entender melhor os movimentos tanto de Aimar e Saviola como de Nolito e Gaitán.

- Maxi estoirado, cansado, verruguento, ainda assim agitou as águas.

- Nolito - temos jogador. 35 minutos em campo, originou o lance que levou a bola ao poste, fez um excelente passe de ruptura a isolar Cardozo e marcou o golo. Importante o lance do golo, porque demonstrou um jogador que conhece e espera lances inacreditáveis, como o de Aimar. Individualista? Nada. O Jesus deve ter visto outro jogo qualquer.

- Witsel tem de ser titular. Dá consistência ao meio-campo, segurança, classe. É um crime fazer dele o substituto de Aimar, quando este está cansado, e não permitir que os dois se entendam no meio-campo.



Dito isto, tenho ideias assim-assim para o Benfica, pois claro que tenho. Antes de qualquer outra coisa, o Benfica devia jogar em 433. Os jogadores que tem gritam pelo 433. Mas, como sabemos que o Jesus não vai acudir aos gritos, deixemos só a ideia hipotética assim-assim para que os anais da memória as não esqueçam:


4-3-3

Artur
Maxi, Luisão, Garay, Capdevila
Javi
Witsel, Aimar
Gaitán, Nolito
Saviola

O Benfica não pode deixar o centro do terreno entregue ao crescimento da relva. Tem de ter a zona bem povoada por jogadores que saibam defender e simultaneamente esticar o jogo, para além de controlarem a posse e a troca de bola com qualidade. Witsel e Aimar no meio são disso garantia segura. Por outro lado, Nolito e, principalmente, Gaitán, não são jogadores que ofereçam do ponto de vista defensivo as melhores garantias. Num 433, mais apoiados pelos médios, poderão explorar o poder desequilibrador de uma forma mais eficaz e, sobretudo, mais segura nas perdas de bola. Para além disso, com Saviola a começar, no papel, no centro, facilmente iriam ocorrer trocas posicionais entre os 3 da frente, desbloqueando defesas mais rígidas e todos os 3 com bom poder de aparecerem a finalizar. Cardozo? Seria uma solução pontual para a titularidade mas uma solução muito real no decorrer do jogo.


4-1-3-2

Artur
Maxi, Luisão, Garay, Capdevila
Javi
Witsel, Aimar, Nolito
Gaitán, Saviola


Witsel pode perfeitamente fazer de interior, que é aliás, juntamente com o papel de "8", a posição que me parece explorar da melhor forma as suas características. Na frente, a titularidade seria disputada entre Gaitán e Cardozo, dependendo do perfil das equipas adversárias. Gaitán é um ala mediano em 4132, um bom extremo em 433 e, parece-me (vale o que vale), um excelente avançado móvel. Retirá-lo de posições potencialmente perigosas para a equipa, deixando-o deambular na frente com Saviola: sabe movimentar-se, tem boa finalização, é desconcertante, imprevisível e bom no último passe.


Deixo-vos a ruminar nestas ideias assim-assim. E, se insultarem, ao menos sejam originais.

De calcanhar, Artur?

Se todos fôssemos como o Tomás Pizarro - sujeito pelo qual este blogue sente um amor tremendo e incomensurável -, em vez de, ao segundo jogo da pré-época do ano passado, termos afirmado com todas as letrinhas: o Roberto é um frango de primeira!, tínhamos pedido a união dos benfiquistas em torno do espanhol e a manutenção dele por um bem superlativo: o Benfica. Mas nós não somos o Tomás Pizarro. Infelizmente. E também não somos os outros todos Tomás Pizarro que passaram a época a dizer que iam falar bem do Roberto todas as semanas. Mais uma vez, infelizmente. Porque ser Tomás Pizarro - conceito que já extravasou o indivíduo para garantir a imortalidade num sentir colectivo muito próprio - é que é ser benfiquista. Para os Tomás Pizarro, o Roberto ainda hoje e ainda ontem estaria a fazer o que faz de forma sublime: voos demorados em supenso pequena e grande áreas adentro, com recorte artístico de qualidade elevada - pena é que a bola, esse objecto insignificante no futebol, nada dissesse ao espanhol de aviário e, como tal, acabasse variadíssimas vezes nas redes como peixe amuado.

É, por isso, fundamental que todos entendamos bem o que os Tomás Pizarro nos querem ensinar: o benfiquismo. Não um benfiquismo que se questione mas um benfiquismo que se masturbe para dentro da boca. Questões secundárias como a qualidade ou falta dela dos jogadores do Benfica devem ser postas de lado, porque o que realmente interessa é a união dos benfiquistas em torno de uma ideia. Se possível até com referências constantes à arbitragem e aos poderes obsucros. E sempre, sempre, começando as frases assim: "Se não fossem os árbitros" ou, numa perspectiva globalizante: "Se não fosse o sistema...". Porque assim, dadas todas estas condicionantes que afectam de forma clara o mundo Benfica, poderemos sempre refugiar-nos na ideia peregrina de que, não fossem (cá está) os outros, nós ganharíamos tudo e mais alguma coisa, inclusivamente a noção de que o Roberto é um excelente guarda-redes. Mesmo que saibamos que o Roberto sofre dessa doença crónica que é a de ser um mau guarda-redes. Façamos todos agora, em sinal de apoio aos Tomás Pizarro, uma verdadeira manifestação: assobiemos Artur em todos os jogos do Benfica. Digo mais: a partir de ontem, devemos dizer todas as semanas que o Artur é um mau guarda-redes. Tudo numa perspectiva de salvaguardarmos a saúde mental de Roberto, porque, como todos sabemos, não fosse (viram como se faz?) a hedionda histeria crítica em torno do espanhol, o Roberto seria um guarda-redes soberbo. O mal, mais uma vez, está na falta de benfiquismo dos benfiquistas, ou melhor, dos "supostos" benfiquistas, que atormentaram a frágil condição mental do espanhol mãos de manteiga.

Sejamos benfiquistas por uma vez na vida. Abracemos este projecto e mostremos ao mundo que, unidos, somos mais fortes. E acabemos os nossos discursos abordando as condicionantes intrínsecas das coisas.

Começo eu: não fosse o Roberto um mau guarda-redes e de certeza, de certezinha absoluta, seria um excelente guarda-redes.

Ou ainda: não fosse o Artur um bom guarda-redes e ontem tínhamos sofrido golos.

Eu sei: isto não é benfiquismo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Notas de rodapontapénabola

- Não compreendo as críticas feitas por alguns macambúzios anti-benfiquistas acerca da má preparação em relação à lateral-direita. Qual o problema de, um mês depois de ter começado o estágio e 2 jogadores medíocres contratados (e dispensados), o Benfica tenha de chegar a um jogo crucial com o titular chegado de madrugada e de rastos e sem suplente de qualidade inegável? Não vejo onde está a falha. Foda-se, é que arranja-se tudo para criticar a Direcção. Já não há pachorra!

- Levantou-se aí um festival de apupos entre a multidão benfiquista por a Benfica TV ter conseguido um número significativo de jogos internacionais. Dizem os puristas que não se entende que uma televisão de um clube transmita jogos dos outros. Com todo o respeito pelo benfiquismo assinalável e o amor ao clube dos que defendem a tese, parece-me uma falsa questão. Há poucas, muito poucas, televisões de clubes no mundo que transmitam 24 horas por dia como a Benfica TV o faz. A divulgação sobre o Benfica que nos é dada é, regra geral, bastante completa, só pecando no capítulo das repetições. Ora, é neste nicho que devemos encarar as transmissões internacionais. Por um lado, aumentam a qualidade da Benfica TV, dando-nos grandes jogos e e assim evitando escusadas e deprimentes repetições; por outro lado, chama mais público (sim, mesmo os anti e os não-benfiquistas) e, MUITO IMPORTANTE, retira à SporTv o monopólio quase exclusivo que detinha. Uma excelente decisão da Direcção, esta, que espero ter a continuação óbvia com a venda dos direitos televisivos a outra que não a estação de Oliveira.

- Capdevila não jogará os dois jogos com o Trabzonspor porque não foi inscrito a tempo. Isto é incompetência ou é incompetência? Estou na dúvida.

- O Luisão para mim pode ir para o caralho. Sim, é fundamental para sermos campeões; sim, se ele sair, e sabendo nós a demora que esta gente tem para contratar alguém de valor (veja-se a questão lateral-direito, lateral-esquerdo e central), vai ser um pânico descomunal; sim, se ele sair, podemos começar a pensar em lutar pelo terceiro lugar. Então façam só isto: façam tudo para que ele fique mas retirem-lhe aquela coisa que ele mete nos braços. Dêem-na ao Aimar, se fazem favor.

- Hoje é dia de goleada na Luz. As pessoas já estavam com saudades de goleadas na Luz e esta será a primeira da época. Meia-casa para uma goleada na Luz, na Champions, depois de dois meses sem bola? Vergonha! De qualquer forma, aqui fica a minha equipa para os 5-1 de mais logo:

Artur
Amorim, Luisão, Garay, Emerson
Javi
Witsel, Aimar (c), Gaitán
Saviola, Cardozo

sábado, 23 de julho de 2011

Stronger than me

Lembro-me de ter 20 anos e viver com medo dos 27. Depois lembro-me de ter 27 e ter medo de morrer. Agora tenho 29 e sei que não sou uma estrela de rock.

Brian Jones, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Kurt Cobain. Junta-se-lhes a Amy Winehouse.

Há gente que tem talento a mais para as fronteiras da vida.

Manifesto pizarrista




Ao povo da Luz:

Irmãos, Se nós não apontarmos o que está a ser mal feito, se nos mantivermos todos muito unidos, se acendermos umas velinhas e se rezarmos com muita força... somos campeões!!!

Agora... se começamos a criticar acções imbecis dos que dirigem o Benfica, aí eles ficam afectados psicologicamente e ainda fazem pior. Mantenhamo-nos unidos, meus caros.

Mantenhamo-nos caladinhos.

Calados, seremos campeões!

Porque o futebol, ao contrário do que muita gente pensa, não está dependente de competência, trabalho, humildade, organização, talento.

Não. O sucesso no futebol está dependente de os adeptos apoiarem a direcção do clube, mesmo que inundada de incompetentes.

Para vencer... basta fechar os olhos com muita força, dar as mãos, fechar a boca com fita adesiva, os ouvidos com cera das velas, retirar cuidadosamente o cérebro com uma espátula e... ser benfiquista! Verdadeiro benfiquista! Apoiar o nosso líder. Meus caros, se não fossem esses que criticam o que está errado, seríamos campeões todos os anos.

Remarmos todos para o mesmo lado. Nunca se esqueçam disto. E fechem a matraca.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Notas mentirosas e manipulativas, típicas do pseudo-benfiquista que sou

- Excelente, a contratação de Capdevila. Sem gastar dinheiro na compra (o ordenado, forçosamente, será elevado), o Benfica garante um campeão europeu e mundial, um jogador com uma experiência internacional assinalável e, muito importante, um verdadeiro elemento de equipa, pouco dado às manias de pop star.

É um bom sinal que o Benfica dá aos seus adeptos e que parecia estar esquecido: o Benfica é um clube de futebol, não é uma entidade bancária. Antes de tudo, a vertente desportiva; depois, se esta se vir bem cumprida, o retorno financeiro. É assim que tem de ser sempre. Para além de que, seguindo o bom exemplo dos italianos, reconhece qualidade e capacidade a um jogador de 33 anos para ingressar no clube sem quaisquer preconceitos absurdos. Fossem todas as contratações do Benfica com este nível de acerto, desportivo e financeiro, e de certeza que o Jesus não teria 50 gajos a treinar na pré-época.

- Por outro lado, Emerson. Desconheço o valor do brasileiro, do que lhe vi pareceu-me mediano. O que questiono é a necessidade de o ir buscar, se com Capdevila, Carole e David Simão a lateral-esquerda já estava bem garantida. É o tipo de negócio que no Benfica se faz muito e que, somado um a outro e a outro e a outro, dá nos milhões que desaguam no ano posterior em 50 milhões de euros em jogadores emprestados. Para além de que se perde a evolução dentro do clube do jovem francês. Um tiro, mais um, nos próprios pés.

- Começo a ficar cansado da novela Luisão todas as épocas. É sempre o mesmo enredo, o mesmo actor, as mesmas deixas. Desportivamente, seria um golpe profundo nas ambições da equipa a saída do brasileiro; por outro lado, acho inconcebível esta liedsonização do Luisão, forçando cenários de guerra (a ser verdade o que alguns escrevem, e parece-me legítimo acreditarmos nisso já que não é a primeira, nem a segunda nem a terceira vez que o Luisão decide tomar esta posição). E, como é óbvio, há culpa de quem dirige o Benfica. Não é por acaso que o Luisão todos os anos faz a mesma birra ou que outros jogadores forcem (e consigam) a saída sem benefícios para o Benfica. Falta pulso, comunicação. Falta saber de futebol.

- Já se percebeu que o Benfica não vai ter direito a um esquema que potencie ao máximo os jogadores que tem. Jesus não adapta o esquema aos jogadores; adapta os jogadores ao esquema. Próprio de um técnico pouco versátil e, pior, pouco humilde. O Benfica vai, por isso, variar entre o 442 e o 4132. Com Aimar no meio, sozinho, num raio de 20 metros e os extremos puros em funções de médios retirando-lhes capacidade desequilibradora. Ainda assim, porque a qualidade existe em doses massivas, este Benfica será sempre um perigo do meio-campo para a frente. O problema, velho problema, será garantir segurança e bons mecanismos de defesa aquando da perda da bola. Sem eles, não se ganham campeonatos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

E o jogador que a seguir vai para a fogueira é...

... Bruno César! Tem tudo para ser consecutivamente assobiado e enxovalhado na blogosfera. Com as saídas nefastas de César Peixoto e Roberto, uma facção benfiquista já decidiu o ódio de estimação 2011/2012.

À saída do estádio, um adepto, visivelmente compungido, afirmou: "cheguei a temer que fossem todos bons! Afinal anda lá um anão gordo que encaixa bem com os assobios e os gritinhos histéricos que eu quero trazer para o Estádio! É um ódio à Benfica".

Ao jogador, os nossos Parabéns pelo troféu. Que possa silenciar os imbecis com a qualidade que obviamente tem.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os escuteiros-mirins (cumbaya)

Confesso que não me chateia nadinha perder o Danilo para o Porto. Como lateral, cumpre mas não transcende; como médio, tem qualidades interessantes mas está ainda assim muito longe da categoria e talento de Witsel ou do sentido táctico e empenho de Amorim. Vê-lo sair para o Porto por 13 milhões de euros depois de ter visto o Alex Sandro sair por 10 é até um regalo - eles que continuem a gastar milhões de euros em jogadores assim-assim que qualquer dia acabam vieirizados.



O que me preocupa aqui é, primeiro, o Benfica estar disponível para dar 13 milhões de euros pelo Danilo (se este vale 13, o Coentrão vale 50!) e, segundo, o Benfica ter um poder negocial tão bom quanto o sem-abrigo do Bairro Alto que há 20 anos ganhou a lotaria. Nós darmos, damos com gosto; receber é que parece coisa impossível. Repare-se: queríamos o Dede do Vasco, não veio. E nós o que fizemos? Emprestámos o Fillipe Bastos e o Éder Luis; queríamos o Danilo (e o Alex Sandro?) do Santos, não veio. E nós o que fizemos? Emprestámos o Kardec.

Depois de anos a fio com o Mantorras a fazer de Paulinho nos treinos do Benfica, podemos chamar à instituição a Santa Casa da Misericórdia, anexo da Luz.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ontem, hoje e amanhã OU conta-me outra que esta já conheço

- Jorge Jesus diz de Emerson isto: "O Emerson é mais defensivo do que o Capdevila"; Emerson, por seu lado, diz de si próprio: "sou um lateral muito ofensivo, sempre em apoio ao ataque". E eu pergunto: com Capdevila, Carole e até, surpreendentemente, David Simão a poder fazer o lugar, vamos gastar mais 2,5 milhões de euros neste Emerson para quê?

- Roberto emprestado ao Saragoça - mais 8,5 milhões de euros empatados em jogadores emprestados. Na impossibilidade de vendê-lo, é a solução mais inteligente. O problema foi comprá-lo, agora teremos de rezar para que no final da época nos queiram dar 2 ou 3 milhões, vá, 200.000 euros para nos livarmos do mal. Amén.

- Luisão, Garay e o lateral-esquerdo começam a treinar ou temos tempo?

- Maxi Pereira assina ou temos tempo?

- Já gastámos quantos milhões em jogadores? Aquela premissa do custo zero e outros mercados foi estratégia-ejaculação precoce, não foi?

- E vender jogadores, é assim tão difícil? Até o Yebda, que parecia ter sido vendido por um valor que apesar de baixo nos garantia alguma entrada de capital e o libertar a folha salarial, afinal anda aí aos caídos sem saber para onde vai.

- A anarquia continua. Sem rumo, estratégia, planeamento. Tudo ao sabor do vento, conforme as marés. Não, isto não me satisfaz. De qualquer forma, acredito. Acredito sempre.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mais um chapéu de Napoleão para o Museu

- São tantas, tão variadas e tão boas soluções para o meio-campo e ataque que Jesus pode fazer um sorteio antes dos jogos com todos os sistemas e modelos de jogo existentes que terá sempre garantia de qualidade. Se essa qualidade se torna colectiva - como ontem, a espaços -, é a grande questão. Mas talento para trabalhar tem às toneladas.

- A defesa é um passador. Por lhe faltarem os titulares mas também - é melhor não esconder desde princípio - porque o modelo de Jesus traz demasiada instabilidade e insegurança ao sector mais recuado. Sem um interior que equilibre o jogo (velha questão), o Benfica terá mais do mesmo do ano passado. Só vejo dois jogadores com essas características: Witsel e Amorim. Como escrevi na altura, esqueçam Pérez para essas funções.

- Abençoada Copa América. Agora vejam lá se o Uruguai é eliminado e o Luisão se cansa da Rede Record.

- Experimentem o David Simão a Presidente. Qualquer função ele executa bem e era garantia de benfiquismo na Direcção do clube.

- Assobiadores profissionais: Saviola o quê?








quinta-feira, 14 de julho de 2011

A herança de Damásio, Vale & Companhia…

Nós conhecemos bem a história, não a vou repetir. Em 1994 muda o presidente e treinador e tudo mudou. E mudou mesmo.

É consensual que foi um período trágico, em que mais do que as derrotas custou mesmo foi a perda de dignidade, internacional e nacional. Como já disse, vocês sabem a história. Naturalmente, duvido que muitos benfiquistas já tenham recuperado desse período. Mais até, os benfiquistas da minha geração têm até alguma dificuldade em saber como era o Benfica, qual era a nossa identidade antes de esta ter sido amarfanhada pelos ditos.

Esta introdução porquê? Bom, basicamente porque tenho passado os últimos tempos a remoer na enorme tolerância que há por parte dos benfiquistas à corrente gestão. Neste e noutros blogues gastam-se palavras a apontar e desmontar a parada de asneiras a que assistimos no Benfica e logo acorrem hordas de benfiquistas indignados a atirar pedras, revoltados com a traição.

A malta até comenta nos cafés, a malta critica enquanto encolhe os ombros, os jornais desdobram-se em bandas desenhadas carregadas de gozo e os adversários comentam com escárnio. Mas poucos se indignam. Pouquíssimos. A malta continua a ter esperança - pois claro, que é o Benfica, não haviam de ter – e vai-se aprendendo a achar normal as contratações disparatadas, as negociações intermináveis, as vendas pouco claras e trapalhonas, o tradicional enxovalho por parte do porto após nos termos posto de quatro atrás de um jogador por meses a fio que em segundos apanha a A1 para Norte. Tudo isto é normal, e se não for é por culpa dos adversários, dos empresários de jogadores, dos próprios jogadores ou do diabo em pessoa: o “bufas”, o “diabo”, o “papa”, o pinto da costa. É tudo culpa dele. Até sermos estúpidos é culpa dele.

E é aqui que chegámos. Esta foi a pior consequência daqueles anos negros. Não foram os 7-0 do Celta, o Leónidas ter vestido o manto sagrado ou o resenborg ter repescado o rushfeld depois das garantias bancárias terem batido na trave. Nada disso. Isso não foi o pior. O pior foi os benfiquistas terem-se esquecido do que é o Benfica, ou do que era o Benfica. O pior de tudo é malta já não se lembrar, ou nunca ter assistido, a um clube sóbrio, com identidade, com rigor, com gente com classe e, acima de tudo, com boa gestão, com um balneário forte e carregado de benfiquistas. Será a isto que se chamava mística? Mas ainda sabem o que é mística? Eu não – sou novo demais! – mas estes que lá estão, e vocês que os defendem, também não sabem.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Se calhar era bom ouvir o Canto de Ossanha

«Miguel Vítor, Jardel e Javi Garcia vão dando para os jogos da pré-época, mas não quando começar a sério»




"O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "tou"
Não tá
Porque ninguém tá
Quando quer

Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor..."

Vinicius de Moraes



A 2 semanas da Champions

Melhor notícia do defeso: Alex Sandro no Porto.

Pior notícia do defeso: o Benfica ainda não tem lateral-esquerdo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Será pedir muito ao Benfica que não baixe as calças?

Eu tenho um sonho: ver o Benfica defender os seus interesses nas negociações. Eu sei que sou um utópico, um ser já quase inexistente do qual as ascendências moram num lugar muito profundo da linha do tempo, um sítio em que vivia gente que defendia primeiro o clube e só depois os próprios interesses, mas, confesso, persigo esse sonho até hoje.

É uma visão simples, porém, pela amostra que temos, demasiadamente complexa para pôr em prática: quando temos um valor que os outros querem, não somos nós que nos dirigimos a casa do interessado, mas o interessado quem deverá vir à nossa banca, nem que seja atravsessando o deserto, ver se consegue levar o nosso produto.

Chamem-me demente, se quiserem, mas tenho estas ideias para o Benfica, coisas loucas de facto e que só na cabeça de um imbecil como eu é que podem fazer algum sentido. Então agora o comprador é que se dirige à banca do vendedor? Não, não, não, o mundo exige-me algum realismo: se queremos vender, vamos nós com o produto na mão, as pernas a tremer, desejosos que o negócio se faça e ainda aceitando as demandas do comprador. Assim é que está certo.

Eu tinha um sonho, já não tenho: era o de ver o Benfica vender um dos seus melhores jogadores pelo valor da cláusula de rescisão sem mais sub-cláusulas, jogadores vindos do clube comprador, jogos combinados para 2020, prémios por objectivos. Tinha este sonho em que o Benfica vendia um jogador pela cláusula (e só por ela) e depois ia comprar o que necessitava a outro lado, mais barato e melhor, sem ter de comprar um jogador ao clube que vendeu o produto para que o primeiro negócio seja efectuado. E que negócio! O clube comprador do nosso produto sabe-a toda: recebe o melhor lateral do mundo a troco de 25 milhões de euros e metade do passe de um central que não queriam. O Real trata-se bem.

Já o Benfica, não. Fica sem um dos melhores jogadores do Mundo por 25 milhões de euros e metade do passe de um central que, apesar de ter qualidade, está longe de ser a melhor alternativa para o Benfica, até pela falta de velocidade que tem para jogar ao lado de Luisão. Pior: ainda que não esteja bem explicado pelo Benfica (mais uma vez, os adeptos ficam afastados da compreensão dos negócios do clube), o que se fala é que há a possibilidade de Garay regressar ao Real se fizer uma boa época. Isto a acontecer deixa de ser um mau negócio para ser um negócio ruinoso e profundamente estúpido para os nossos interesses. Mesmo não acontecendo, termos comprado apenas 50 por cento do passe por 5 milhões de euros quando pelo mesmo dinheiro poderíamos comprar o passe integral de um outro central foi um erro e uma imposição do Real, na consequência de termos gente no Benfica que não sabe defender os interesses do clube.

A não ser que alguém ache que é coincidência comprar o Garay ao Real Madrid depois de vender o Coentrão ao mesmo clube. Mas a esses já nada podemos fazer a não ser desejar-lhes boas missas e rezas dominicais.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dia 11 - como seguimos?

- O central e o lateral-esquerdo continuam sem vir.

- Maxi ainda não renovou.

- A meio do estágio, lembraram-se que, se calhar, era melhor ir buscar o Miguel Victor à esplanada e o Roderick à Selecção de Sub-20.

- Coentrão foi vendido por 30 milhões numa maquilhagem negocial que ainda está para ser deslindada. Quanto custará Garay, eis a questão.

- Kanu, como esperado, acabará emprestado. Mais um milhão de euros para perfazer a excelente soma de 40 milhões de euros em jogadores emprestados.

- A época começou há semana e meia, faltam três semanas para uma eliminatória crucial para o ano desportivo e o Benfica não tem centrais disponíveis. Comprar Garay, jogador integrado na Copa América, obrigados pelo Real, será nesse sentido um erro. Mais ainda pela previsível quantia exacerbada.

- Miguel Rosa já foi. Faltam os outros jovens que foram pomposamente apresentados há 2 semanas atrás. Nada de novo.

Dito isto, vamos ser campeões...















...da pré-época.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Benfica vence Wimbledon e atinge a liderança do ranking ATP

Está a ser um ano de sonho para o representante do Benfica no grupo restrito dos melhores tenistas da actualidade. Começou com o segundo Australian Open, passou por uma série fantástica de vitórias e culminou, por agora, com a conquista do Wimbledon pela primeira vez e consequente coroação como primeiro do ranking ATP.

Ao Novak, os nossos Parabéns. E a certeza de que, por nós, será nosso jogador por mais 10 anos. Quem quiser comprá-lo terá de bater a cláusula de rescisão: 1000 milhões de euros.

O Benfica chega assim aos 3 títulos do Grand Slam e à liderança do ténis mundial. O nosso lugar genético.