quinta-feira, 9 de julho de 2009

Não, não somos uma família...

Este texto começou por ser um comentário ao pertinentíssimo texto do Ricardo, com o qual concordo plenamente, mas achei que a coisa ganhava mais amplitude se saltasse para fora da caixa de comentários. Foi interessante a intensa troca de ideias que o Sr. Joseph Lemos desencadeou na dita caixa.

De facto, penso que todos os que aqui escrevem, bem como os que vociferam apaixonadamente por cafés e tascos deste país, gostariam de pertencer a esta maravilhosa irmandade: “Uma verdadeira família é una e indivisível e a manutenção desta harmonia só se consegue com a discussão e resolução dos seus problemas no interior do seu próprio seio”. Seria um privilégio. Eu próprio gostaria de ter participado naquele jantar onde LFV convenceu os órgão sociais a demitirem-se em bloco, provocando eleições antecipadas. Gostaria de ter debatido com ele a minha concepção de comportamento e ética a que o presidente do Benfica está vinculado. Talvez um de nós tivesse mudado de ideias!

Mas tal não é possível. E, por favor, deixem-se de sentimentalismos hiperbólicos quando as coisas são sérias. É óbvio que o Benfica não é uma família. Quando o Sr. Joseph Lemos o diz está, ingénua ou maliciosamente, a corroborar um disparate. Mesmo eu já devo ter proferido esse sentimentalismo, mas nunca quando o assunto é sério e racional. Repito, é óbvio que não somos uma família. Por mais que nos una um amor comum, família poderíamos ser se fossemos uns 20 ou 30 sócios e adeptos, se fôssemos um clube da terra. Como qualquer um entenderá, é impossível almejar um comportamento familiar quando nos aproximamos de duas centenas de milhar de sócios, milhões em simpatizantes. Nesta realidade não há debate em família, nem em privado. Tudo será, forçosamente, público. Por ser inconcebível LFV explicar-se em privado a cada um de nós, deve ter um comportamento irrepreensível, que não suscite as dúvidas que não poderá esclarecer. É como a mulher de César: não lhe basta ser séria, tem que parecer.

E isto é que deveria ser A QUESTÃO. Eu já nem quero saber se LFV é sério ou não. Já tenho como garantido que não o parece! Enveredar, junto com os órgãos sociais, por um caminho judicialmente dúbio ao mesmo tempo que opta por privar os sócios de outros candidatos à presidência é demasiado para a minha boa vontade, é mau demais!

Como o Ricardo, não compreendo este ataque endémico de miopia, que beneficiando, ou não, da falta de opositores credíveis ou da aversão dos sócios pelo voto em branco, permitiu resultados que sugerem uma acefalia generalizada. Mas sei que o discurso truculento e pouco escrupuloso de um presidente particularmente indecoroso neste capítulo, permitiu que a multidão perdesse noção do que se discutia verdadeiramente. Afinal, expressões que invocam o ataque à família, a tentativa de roubo do Benfica aos sócios e outras demonizações infantis da oposição servem apenas como cortina de fumo e vil engodo na tentativa de camuflar um último mandato muitíssimo aquém do prometido e exigível, bem como uma série de tomadas de posição e atitudes pouco dignificantes do nosso clube e sua história.

18 comentários:

Caneleiras de cortiça disse...

Magnifico. O que me vai na alma apareceu escrito na net sem eu ter tido esse trabalho. Muito obrigado

joemorales disse...

Não quero defender o LVF, a minha defesa é sempre à instituição SLBenfica, mas então pergunto-te, em quem votarias?

Sérgio disse...

Caneleiras de cortiça, obrigado pelas palavras, é sempre bom encontrar eco na alma de outros benfiquistas.

Joemorales, nestas eleições teria votado em branco. Mas da conferência de imprensa do Moniz fiquei com vontade de ouvir o que teria para dizer, assistir à sua campanha. E como ele deixou claro, em Outubro avançaria, logo culpo LFV e os orgão sociais por me terem privado de um candidato, à partida, válido!

Sérgio disse...

P.S.:

Joemorales, ou então não votava, dado a irrelevância em que estas eleições redundaram. No entanto, e salvo erro, estas foram das eleições mais participadas de sempre...

Anónimo disse...

Porra!Nesta espelunca so ha gays e drogados.Basta olhar os bonecos.
Claro que ninguem quer pertencer a essa familia porque de familia tem apenas a cancela na peidola para serem identificados.E falam eles do Benfica. Se teem comichao no olho, juntem-se aos super-corruptos-criminosos -dragoes.

Anónimo disse...

Ó anónimo, que grande "machão" me saíste, só é pena teres uma escrita queixinhas, tipo Kalimero, não ganhamos nada porque os outros são muito maus, mauzinhos, passam a vida a prejudicar-nos.

Bandarilheiro-mor

Anónimo disse...

Não escreveria melhor, parabéns pelo excelente texto.

P.S.: Os benfiquistas andam demasiado adormecidos e esquecidos do que era o Benfica e do que se exigia aos dirigentes do Benfica.


Saudações benfiquistas


Filipe Santos

rogerAjacto disse...

Corroboro! Ainda bem que não tentei escrever sobre o assunto porque nunca o faria tão bem.

Abraço.

Hattori Hanzo disse...

Começa a tornar-se repititivo, mas só posso dizer aqui muito bom texto. Parabéns!

joemorales disse...

Sérgio, visto não ter havido Moniz, independentemente da culpa ser ou não do LFV, era o que havia. Não vale a pena estar a entrar numa de "se". Havia 2 candidatos, 3 hipóteses de voto, ambos com um discurso sempre a subir de tom e lamentável. Para mim foi melhor assim, antes da época começar sem haver circo com a época a decorrer mas principalmente porque não ganhou outro V. Azevedo. Para mim, vale o que vale, ele ganhou as eleições não por os sócios o venerarem ou estarem contentes com ele mas sim porque ninguém quis arriscar mais um salto em queda livre. Agora, será que ele aguenta o mandato até ao fim?

Anónimo disse...

Independentemente de concordar ou não com os argumentos que apresentas deixa-me dar-te os parabéns pela qualidade dos teus textos. Só um pequeno conselho, se me permites: não coles desnecessariamente a tua opinião à de outros bloggers por mais importantes que eles te pareçam.

Tiago disse...

O SerBenfiquista.com em colaboração com o BIG está a preparar uma ajuda ao José Torres!

Jotas disse...

Caro Ricardo, julgo que Joseph Lemos quando fala em família, não se refer ao conceito lato da palavra, mas sim ao amor e à devoção que julgo eu, a maioria de nós, simpatizantes comuns temos pelo clube, à alegria de estar longe, em qualquer lugar e sentir enorme alegria quando alguém diz ser benfiquista ou nos aparece com o manto sagrado vestido, isso sim, faz do SLb uma família, num sentido restrito da palavra, a qual serve mais para classificar sentimentos em relação ao clube.
Quanto ao texto em si, gostei do que li e até concordo em grande parte. A questão ética de facto não existiu e também eu, tenho dificuldade em enquadrar a maioria dos dirigentes do futebol, seja Benfica ou outro clube, no meu conceito restrito de família.

Jotas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mister D disse...

Que grande texto!!!

Aviso já que vou publicá-lo (com o devido link) no Ndrangheta.

Abraços,

Mister D

Anónimo disse...

Claro, aqui familia=CAMELOS!

Anónimo disse...

O quarteto fantástico deste blogue não passa de um grupo de garotos. Que desilusão ler os vossos textos, mesmo que na diagonal, que o meu tempo não é para ser desperdiçado com imbecilidades como as que vocês gostam de debitar. E os Americanos, e os Passaralhos, e seus compadres do bota-abaixismo cego e – pior – acéfalo a aplaudirem, tipo marionetas de boca aberta e riso alarve.
Entretenham-se com o vosso fanático ódio ao presidente do Benfica. Tenho a certeza de que nem sequer são ou alguma vez foram sócios do SLB (NOTA: para se ser sócio é preciso possuir um cartão "tipo" multibanco, mas só que encarnado e com um número e outras coisas, "assim" "tipo", tão a ver?)
Fanatismo, só o admito na defesa intransigente do Benfica.
Odio, só ao Pinto da COsta.
Mas vocês é que decidem as vossas prioridades.
Tristes...

Sérgio disse...

andas a desperdiçar tempo ao ler este blogue na diagonal. Esquece o nosso link. Não escrevemos para ti.