segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

É só um cheirinho

Esta coisa de passar duas semanas sem ver o Benfica a jogar não deve ser lá muito saudável para a saúde, sabendo, no entanto, que o contrário - o que quer dizer: ver o Benfica a jogar - também é altamente repudiado por qualquer médico de reputação minimamente razoável. Há um comprimido que ajuda a passar a dor: estamos em primeiro no campeonato. Outro (mais forte): não estávamos em primeiro há 15 anos. Tudo isto deveria fazer de mim um doente feliz, com direito a visitas dos palhaços e cantorias mais ou menos esquisitas cantadas por pessoas mais ou menos esquisitas com manias de voluntariados e sorrisos colgates a cada virar de esquina. Não é, porém, o que se passa neste quarto de hospital. Há algo em mim que não consegue ser feliz - o que até não seria novidade, se abordássemos o tema do ponto de vista filosófico e metafísico mas não é bem por aí que esta conversa quer ir; não consigo ser feliz porque tenho medo do vazio, esse buraco insondável onde cabem Janeiro, Fevereiro, Março, Abril e Maio e uma intuição qualquer de treinador de bancada de rua que pensa que vai continuar a ver no relvado um Binya ou um Balboa, um Quique a procurar, contra tudo, todos e a própria realidade, um entendimento possível por parte dos seus jogadores sobre aquela espécie de táctica em que insiste e insiste e insiste ininterrupta e estupidamente como se não houvessem no mundo outras formas de mandar os homens estarem em campo. O gajo, quando andava na escola de futebol, a tirar cursos nível 1, alínea 3, ponto 4, versículo 6º do 9º salmo do novo testamento, deve ter passado os dias a atirar papelinhos com cuspo para o tecto. A única vez em que se dignou a ouvir alguém naquela escola foi uma vez em que um tipo qualquer falava em duas linhas de 4, desconcertante conversa que o interessou, tendo em conta que se falava que o tipo que abordava o tema costumava ser um gajo sério e não ratava muito. Os ouvidos do Flores ouviram e o cérebro pensou: "duas linhas de 4? A este preço, não nego!". E foi assim que, querendo comprar droga, o espanhol acabou a ouvir a única dissertação táctica de todo o curso. Aquilo ficou-lhe na cabeça de tal forma que ainda hoje julga que o 442 é a única maneira de jogar futebol. O meu avô é que me costumava dizer: "larga a droga, filho". Como eu não era seu filho, decidia não acatar o conselho. Pelos vistos, o Quique também não.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

100%

Pois é, este blog foi criado em 2008, e pela primeira vez em 15 anos o Benfica vai passar o Natal à frente. Acreditam em coincidências? Eu não.

Feliz Natal a toda a família benfiquista (e que logo tenhamos a prenda que todos desejamos e merecemos) e como primo pelo fair play, os votos são extensíveis a todos os loosers que vêm atrás de nós, mesmo aqueles que mostraram o seu espírito natalício ao agredir o desgraçado do motorista que por azar conduzia o namorado da Inês Simões.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Opção (muito) discutível

Gostava de dizer, ANTES DO JOGO, que não concordo minimamente com esta opção de Quique em deixar os melhores jogadores de fora e dar tempo e oportunidades a outros. Por várias razões:

- o Benfica ainda tem uma hipótese de passar à fase seguinte. É certo que muito remota mas real. Isto, só por si, devia ser razão suficiente para que entrassem em campo os melhores. A ideia de que desistimos de um objectivo (mesmo que ele seja praticamente impossível) antes de esse mesmo objectivo ser impossível, causa-me apreensão. O Benfica não pensa em impossíveis. Muito menos quando eles não são, apesar de tudo, impossíveis.

- Depois da eliminação na Taça de Portugal, seria importante uma vitória. Se possível, da forma mais clara que conseguíssemos. Ora, não é a meter as reservas que temos mais probabilidades de conquistar essa vitória. É fundamental evitar empates ou mesmo derrotas. Neste sentido, acho que é arriscar demasiadamente num plano que, se não der certo, deixará todos (jogadores, adeptos, dirigentes) ansiosos e pouco libertos para o jogo que tem de ser para ganhar frente ao Nacional.

- Se é para aproveitar este jogo para testar soluções (tanto na observação de alguns jogadores como na mudança de modelo de jogo), não se pode mudar mais de meia equipa. Ninguém testa nada mudando 6 ou 7 jogadores, isso está mais que visto em futebol. No máximo 3, um em cada posição, para ver como reagem os jogadores à equipa e não o contrário. Num ambiente colectivo mais forte, é mais fácil um jogador conseguir singrar e mostrar valor. Num ambiente em que se mudam, como dizem os jornais, Binya por Maxi, M. Victor por Sidnei, Bastos por Katsouranis, Balboa por Amorim, Urreta por Reyes, Gomes por Aimar e Cardozo por Suazo, para além de não se conseguir perceber onde a equipa melhora (se melhorar) corre-se o risco de ver em campo uma equipa desligada e de queimar, aos olhos dos adeptos, jogadores que, num ambiente mais favorável (com menos mexidas na estrutura-base da equipa), poderiam ser reais mais-valias.

Por mim, era meter a carne toda no assador e ir em busca dos 8 golos. Nem mais nem menos. E, se fosse para poupar jogadores, poupava os 3 mais utilizados. Não é razão falar-se na poupança de mais de metade da equipa quando o nosso jogo é só na Segunda-Feira. O Porto não jogou ontem? Não joga no Domingo? Os jogadores não são profissionais de futebol? Não ganham o que nós nunca ganharemos e não sabem que têm de jogar, por vezes, 2 e 3 vezes por semana? Essa conversa da poupança já chateia. Acho que até tem um efeito mais negativo que positivo metermos os titulares a descansar. Para além de terem perdido a eliminatória para a Taça, perdem ritmo de jogo e fome de vitória para esquecer o último resultado. Hoje seria o cenário perfeito para acabar com essa fome e preparar, com dinâmica de vitória, o jogo contra o Nacional.

Por tudo isto, discordo totalmente da opção de Quique.

Se já era quase impossível darmos 8, com a equipa que está escalada para jogar hoje, pergunto-me se conseguiremos sequer ganhar. E isso é arriscar em demasia.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Não, afinal quero ser jogador de futebol...

Na senda do magnifico texto anterior, resolvi também recuperar um texto meu, mais ou menos da altura em que o Ricardo escreveu o dele. Aliás, chegamos a comentar a coincidência de termos escrito sobre quase a mesma matéria praticamente em simultâneo...
Ctrl V
Decididamente devia ter sido jogador da bola. Porque é que não fui bafejado por um talento fenomenal e descoberto por um olheiro de um clube grande quando esbanjava magia nos improvisados campos do Largo da Feira? Dias inteiros ao sol e à chuva, na lama ou no pó, por entre calhaus e estendedouros de roupa, com bolas mais ou menos boas, normalmente más. Com amigos com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos, gordos, magros, com fome, asseados e menos limpos, ciganos e de outras etnias, para quê???
Mais tarde no campo do Matuzarense, eu de barquinho ao peito, electricista de coração, chegava na Casal de 4 e treinava no pó ou na lama, com amigos da mesma idade e alguns com habilidade para a coisa… Jogos no fim de semana, flatulências nauseabundas nas carrinhas e passear gloriosamente pelo distrito. E nem aí fui descoberto! Porque é que não abri o livro, como se diz na gíria, num jogo em que havia alguém importante a ver? Chamavam-me e diziam: “Vens para tal sítio assim assim, pagamos-te um balúrdio e tu só tens que jogar à bola todos os dias…”
Jogar à bola todos os dias e ter uma conta bancária volumosa… Que mais se pode querer?
Quando era pequeno e assistia a jogos do Benfica e quando corriam mal, uma das formas que tinha de me confortar era pensar para mim: “Não há problema, quando eu for grande, vou jogar para lá e ganhamos sempre…” Era com a maior das naturalidades que acreditava nisto. Porém cedo o sonho se foi desvanecendo e a percepção das minhas qualidades futebolísticas limitadas ajudou. Ok, não há problema, sou bom na escola, hei-de arranjar aí um curso que me pareça bom e ter uma profissão... Bom, agora que tenho o curso e a profissão, jogo à bola de vez em quando e não tenho uma conta bancária volumosa. Pois é…
Um dia destes estava num bar aqui em Vilamoura e vejo chegar um carro fenomenal: um Maserati não sei quantos com matrícula italiana… Quem é que salta lá de dentro enfiado numas calças coiso e tal, numa camisa xpto e com um relógio reluzente, portanto caro? O bronzeado Rui Costa, esse mago da bola, esse poeta dos relvados, para não lhe chamar maestro que isso toda a gente chama.
Ora eu, que não tive a fortuna de ser jogador da bola ali estava, a beber o meu cafezito, depois de um dia de trabalho num contentor de uma obra, a olhar preocupado para o galgar dos minutos, subtraindo mentalmente cada um que passava ao número de horas que me restava de sono. E o Rui Costa feliz, de férias, sendo que as férias dele, basicamente, são não jogar à bola por um período.
Foi depois disto e de ter cumprimentado o simpático e acessível artista que pensei: “Não, afinal quero ser jogador da bola… Ah, não, já não dá… Ok, amanhã às nove na obra!”
(Quem quiser falar sobre a taça de Portugal esteja à vontade... Que não pareça isto uma fugida com o rabo à seringa , what ever that means..)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Fim de carreira

Provavelmente nunca contei isto a ninguém, mas eu já ganhei por 5 vezes a Champions League. Mentira: a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Perdi duas finais também, mas isso deveu-se ao acumular na barriga de pães com tulicreme e manteiga, levando-me a falhar os penalties decisivos por clara dor de estômago e desconcentração na hora de apontar por duas vezes (e em dias consecutivos!) os lances capitais do jogo. A bola não quis dar-me a alegria das 6ª e 7ª taças por capricho: na primeira, saiu alta demais, esvoaçando por cima do muro, indo rebolar pela barreira abaixo, apenas parando lá no fundinho, onde o Zé Careira vivia com os dez cães; na segunda vez, eu estava avisado, e decidi – no penalty que decidia tudo – bater a bola a meia altura, com efeito para o lado esquerdo, para que ela não subisse – saiu perfeita, longe do alcance do guarda-redes, mas, infelizmente, vi-a esbarrar-se no vaso com orquídeas. “ao poste!”, gritou o guardião, e eu fiquei na zona de penalty marcado com uma bola branca de cal no chão a olhar o prédio em frente: estava perdida a segunda final da minha vida.
Apesar da desilusão por ter perdido em dias seguidos duas finais dos Campeões Europeus, sabia que o meu trajecto como jogador estava, ainda assim, muito acima do que era esperado. Tinha vencido por 5 vezes o troféu mais ansiado por todos, tinha sido considerado o melhor jogador de todas as 7 finais que havia disputado. Estava na hora de arrumar as botas.
Nesse dia em que a sorte não quis nada comigo, enquanto das varandas dos prédios as pessoas me aplaudiam de pé, enquanto o cão vinha pedir uma festa e consolar-me, no meio do pátio, em cima da linha de meio-campo, eu agradecia aquele apoio incansável ao longo de duas longas semanas àquele público fantástico, agradecia especialmente à senhora que bebia suminhos de laranja na varanda do topo sul, agradecia o apoio incansável daquela empregada que esticava a roupa na varanda da Central e, emocionado, abandonava o campo com o sentido de dever cumprido.
Abandonava o futebol já veterano. Sentia que a minha altura tinha chegado. Os meus 12 anos não me permitiam manter o nível exibicional que até ali tinha deliciado a plateia. Saía triste por abandonar o futebol, mas feliz por tudo o que o futebol me tinha dado. Tive propostas para jogar em campeonatos menores, como o campeonato semanal em Vale de Rãs e o 24 horas no pavilhão do Pego, mas achei, na altura, que o pão com chouriço e o sumol de laranja com que me acenavam para prolongar a minha carreira eram insuficientes. Apesar de tentadores, não os achei suficientes para que a bola continuasse a rodar sob os meus pés. Além disso a família pedia-me encarecidamente que voltasse. Que voltasse a casa. E eu acedi. O jantar já estava frio.

[Este texto já tinha sido postado no meu outro blogue, Um Homem Não Chora, mas achei que fazia sentido recuperá-lo para um lugar mais futebolístico. Qualquer queixa que queiram fazer, façam o favor de se dirigirem ao Paquete de Oliveira deste blogue, que não existe mas que, ainda assim, receberá com agrado e dedicação as vossas palavras.]

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Talvez porque foi fácil...

Ganhamos este fim-de-semana! É curioso, estive sem acesso à net durante o fim-de-semana e pensei: “A malta lá do blogue de certeza que vai escrever sobre esta retumbante vitória, devem estar excitados com isto…” Chego aqui… E nada!
(Mais tarde veio o post do Americano, mas que não se refere à vitória de Domingo…)
É estranho como reagimos com tanta naturalidade a uma vitória por seis a zero. Eu falo por mim… Pelo contrário, cada vez que os gregos marcavam mais um no outro dia, era uma faca que me espetavam no peito. A dor crescia a cada golo e quando o jogo acabou fiquei numa tristeza profunda, pelo menos durante umas horas. Mas agora, cada vez que dávamos mais uma ao Marítimo, não regozijava proporcionalmente à tristeza que acumulava, quando encaixava mais uma dos gregos… Visto do lado do goleador, pareceu-me tudo muito normal. E pensava calmamente: “o futebol é assim e tal, os gajos também tiveram azar e a gente sorte, na volta ainda levam outro…”
Será que reajo assim por ser benfiquista? E porque, mesmo que nos últimos anos não tenha tido muitos motivos para celebrar, exista uma qualquer áurea de vitória, associada a este estádio evolutivo, que me leve a interpretar com naturalidade uma vitória por 6-0? Não, deve ser porque gosto de coisas difíceis…

Líder

Não podia deixar o nosso blog passar em claro a primeira liderança desde que existimos. Aliás acredito que a partir de hoje, e em homenagem ao "Ontem vi-te no Estádio da Luz", o Benfica não mais sairá desta posição, se for o caso encontramo-nos todos no Marquês, ou na Catedral, ou em ambos...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A frio...

Com tudo o que se tem passado nos últimos dias, com tudo o que se tem dito, queria deixar bem claro que, na minha opinião, o Benfica só tem um caminho a seguir: Continuar! E nisso em tudo subscrevo e faço coro com o que disseram os meus caros colegas de blogue. São, de facto, gajos formidavelmente inteligentes e perspicazes!

Mas existe um mas. Existe quase sempre, não é?

E o meu mas é o seguinte: É que um gajo tem olhos na cara. Um gajo já assistiu a três ou quatro épocas de futebol cá do burgo. Sem que isto retire um grama ao apoio que me merecem dirigentes e equipa técnica, há este mas: Era possível fazer melhor...
Qualquer um de vocês já viu fazer melhor. Sim, com estes jogadores e esta conjuntura, vocês todos têm que concordar que era possível fazer melhor, e não é preciso invocar nomes de gente especial. Isto também não quer dizer que o Quique seja incompetente, ou que não tenha qualidade para o nosso Benfas – não, não é isso, é futebol, é simplesmente futebol. Mas, era possível fazer melhor. E isso dói. Dói que se farta, por exemplo a mim, que escondia no discurso prudente a angústia inocente de um coração que acreditava nas vitórias do clube que carrega dentro dele. E como eu não falo em nenhum programa de televisão, e como não escrevo em nenhum jornal e como as minhas palavras só têm eco entre nós, vou ter que gritar sempre que as facas se espetarem na carne, é visceral, é humano.
Agora não me venham dizer que não era possível fazer melhor. Era! É! Aliás, é essa a minha esperança. Esta equipa não precisava de ter passado (e nós por arrasto) pelo que passou. E a culpa não morre solteira. Muita dela tem o nome do espanhol patilhudo. Muita mesmo. Naturalmente, tal não me vai impedir de continuar a aplaudi-lo. E à minha equipa. 

Agora uma coisa é certa: o Benfica de Trapattoni dava na boca a este (só por 1-0, com golo de Mantorras)... e isso não deixa de ser, como dizer, desagradável.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Qualquer coisa...

O leitor mais atento já se deve ter interrogado:”Então mas supostamente há mais um gajo que escreve e nunca vi nada dele?!” Tem razão, ou tinha até há instantes. Esse outro gajo é este que vos vem maçar pela primeira nesta bela taberna.
Esperava poder estrear-me em melhor hora e aguardava por isso mesmo, que esses bons tempos regressassem para poder explanar aqui o meu futebol de letras (e aqui letras são mesmo letras e não aquela espécie de arte que o Aimar executa).
Já deve haver quem pense: “Pois, este é daqueles que só quando as coisas vão bem é que apoia e se manifesta, quando corre mal não sai da toca (ou ninho para nós aves de rapina).” Não é isso, é que ao contrário de certos poetas que procuram a melancolia e sentimentos soturnos para se inspirarem, a minha inspiração é mesmo a glória do Glorioso. E não havendo essa fonte, seco também…
Depois desta introdução descontraída, talvez para amenizar o clima tenso que se vive por aqui, gostaria então de concordar com o Ricardo e com o seu post anterior. De facto, a equipa e o treinador precisam de tempo… Sim, é verdade que se podem enumerar algumas situações pontuais em que claramente se verificaram erros de Quique na análise ao jogo e de determinadas escolhas goradas. Mas na minha opinião, resultaram exactamente do facto deste ainda se encontrar num estágio de aprendizagem e/ou habituação da peculiar realidade que é o futebol português.
Depois de esfriados os ânimos (ou desânimos) que estes últimos desaires nos provocaram, acho que podemos e devemos continuar a depositar esperanças neste grupo. Sim Sérgio, quando dizes que já não acreditas e falta qualquer coisa, compreendo perfeitamente (talvez no momento em que li, a identificação com tal posição fosse total), mas pergunto: que qualquer coisa é essa que leva o Quim a abrir a capoeira ou o árbitro a não apitar e apitar e a bola na baliza e o golo sem valer, ou os Gregos irem lá ao 4º minuto e molharem a sopa e em 4 remates, 4 golos, etc.. Essa qualquer coisa é o que torna isto do futebol engraçado, que não tem graça nenhuma quando nos toca no osso…
Vou então continuar esperançado num bom desfecho, pelo menos até que não me dê um vipe autofagico inerente à minha condição de benfiquista quase acéfalo…
Ultras!

Assim é que não: o gajo tem patilhas que parecem suíças!

E, com dois resultados negativos, instalou-se a descrença; os adeptos começam a pedir cabeças, ninguém naquele clube vale um chavo, outras soluções técnicas (nunca se fala em nomes ou, quando se fala, são nomes absurdos como Manuel José ou Carvalhal) estão já em plena destilação cerebral nos crânios polidos e brilhantes de grande parte dos adeptos. Meus amigos, este Benfica, estes jogadores, este espanhol é que não!!! Arranjem alguém competente, se fazem favor.

Já vi este filme em tantas ocasiões que acho que desta vez prefiro ficar no café do cinema a beber gin-tónico e a fumar cigarros. E, se ligarem a televisão, a meio de um gole, começarei a ver golos dos outros, ininterruptamente, enquanto uns palhaços na bancada assobiam e dizem "eu não disse? eu avisei que este Benfica assim começava a perder" nunca entendendo que foram eles uma das principais razões para que uma ideia colectiva, um projecto, não tivessem podido subsistir e sobreviver à crítica acéfala de grande parte dos que amam (amam?) este clube. E esses palhacinhos estariam na linha da frente, se necessário fosse, já daqui a uns meses, quando o Manuel José ou o Luís Campas começassem a "inventar" onzes e a empatar jogos em casa. E nessa altura eles teriam, claro, toda a legitimidade e toda a força para a crítica (os palhacinhos acham sempre que têm legitimidade para a crítica, mesmo que ela seja inspirada pela ingestão de uma dose grande de mata-cérebros logo pela manhã).

Então eu abstenho-me de falar em equipa nova, técnico novo, direcção desportiva nova, de um facto que não interessa para nada que é a realidade de virmos de um 4º lugar, de uma época horrível, de precisarmos de tempo (sim, de tempo, senhores, as equipas novas, com treinadores novos, com dirigentes novos, depois de horríveis épocas, precisam de tempo, essa palavra que vos causa urticária mas que define tudo quando se pensa e analisa a nossa situação) e de, e é aqui que eu desisto porque simplesmente na lógica bipolar autofágica de muitos benfiquistas esta palavra não tem sentido, apoio. Apoio nas horas más (ou, no caso, nas horas assim-assim, que, acho eu, ainda estamos a um ponto do primeiro e à frente dos rivais directos, acho), meus caros, apoio nas horas más, já tinham ouvido falar neste conceito? Ah foram formatados para dizer que o Benfica é o maior e que vamos ser campeões, como acontecia há uma semana (não foi há 1 mês sequer, foi há uma semana), e agora estão formatados para dizer mal de tudo e que assim acabamos a época em posições de descida, como agora acontece? Então força nisso! Aquele Suazo já te parece andar a falhar golos a mais, não parece? Na próxima ida ao Estádio, a ver se lhe mandas umas caralhadas e uns apupos jeitosos, pá! Não sentes falta de poder soltar a tua estupidez latente? O cabrão do espanhol, com tanto apoio que tinha concentrado nele e na sua equipa, não te estava a deixar libertar e aliviar as frustrações, que é, afinal, para isso que vais ver o Benfica.

O Gin-Tónico estava razoável. Na televisão, entrevistavam um adepto do Benfica. Parece que com o Campas o Benfica não vai a lado nenhum. Era bom era que o Quique voltasse.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A quente...

É mesmo a quente... mas tem que sair!

Esqueçam os árbitros, arrumem as violas, fechem os blogues e queimem os rabiscos tácticos...O Benfica não vai ganhar nada este ano. Estes gajos não têm o que é preciso!

P.S. (Na sequência de comentários do post anterior):

Americano - Tens toda a razão, em Dezembro já tem que haver mais crescimento para "apalpar".

Algarviu - Tens toda a razão, eu e as minhas teorias de panisga com o crescer e o pró ano e o raio que o parte! Seria legítimo pedir o campeonato este ano. Sinceramente, já não acredito! - ... pelo menos até à próxima vitória retumbante...

Alergia ao 1º lugar???

Quando o Benfica voltar, alguém me avise, se faz favor.
Inadmissível que uma equipa que joga bem como jogou dos 45 aos 60 minutos passe o resto do jogo a ver o adversário a trocar a bola.